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:: Sinopse ::

No início do século XXI, uma grande corporação desenvolve um robô que é mais forte e ágil que o ser humano e se equiparando em inteligência. São conhecidos como replicantes e utilizados como escravos na colonização e exploração de outros planetas. Mas, quando um grupo dos robôs mais evoluídos provoca um motim, em uma colônia fora da Terra, este incidente faz os replicantes serem considerados ilegais na Terra, sob pena de morte. A partir de então, policiais de um esquadrão de elite, conhecidos como Blade Runner, têm ordem de atirar para matar em replicantes encontrados na Terra, mas tal ato não é chamado de execução e sim de remoção. Até que, em novembro de 2019, em Los Angeles, quando cinco replicantes chegam à Terra, um ex-Blade Runner (Harrison Ford) é encarregado de caçá-los. (Fonte: Adoro Cinema).

:: Impressões ::

Filme policial de clima noir futurista, Blade Runner é uma das ficções-científicas mais adoradas do cinema. Adaptado do romance Do the Androids Dream of Eletric Sheep, de Philip K. Dick, por Hampton Fancher (O Mistério das Caraíbas) e David Peoples (Os Imperdoáveis), este filme foi marcado por diversos insucessos (fracasso nas bilheterias e má recepção da crítica na época de lançamento, alterações na montagem final pelos produtores – de 1982 até hoje, o filme passou por pelo menos três montagens distintas -, brigas entre elenco e diretor), mas pouco a pouco foi obtendo destaque, até alcançar o patamar de cult movie, sendo hoje considerado por muitos como umas das maiores obras de ficção-científica da história do cinema e talvez o melhor trabalho do inglês Ridley Scott(Prometheus) como diretor.
Apesar do início anti-climático, que lembra bastante o clima do filme neo-noir Chinatown, de Roman PolanskiBlade Runner vai ganhando ritmo compassadamente, até entrar em aceleramento lá pela primeira hora de projeção, quando o filme avança carregado de tensão e medo, em especial graças a excelente atuação do holandês Rutger Hauer (A Morte Pede Carona), que entrega aqui sua interpretação mais icônica e a trilha-sonora assinada pelo compositor grego Vangelis (Carruagens de Fogo), que cria o clima perfeito para a ação em desenvolvimento com seus sons sintetizados e inorgânicos.
Estrelado pelo recém-lançado a fama Harrison Ford (Os Caçadores da Arca Perdida) e contando também com performances emblemáticas de até então novos rostos (que posteriormente ficariam apenas nisso) como Daryl Hannah (Kill Bill Vol. 1) e Sean Young (Sem Saída), o filme dirigido por Ridley Scottarrisca e entrega um enredo carregado de elementos filosóficos existencialistas, através do subterfúgio de um androide em busca de sobrevivência, num futuro recente (2019, coincidentemente o mesmo ano de outro filme comentado neste blog, O Sobrevivente, que infelizmente é infinitamente – tanto esteticamente, quanto em conteúdo – inferior ao filme aqui destacado) onde tais “seres” tem prazo de validade curtíssimo, com a única serventia de realizar trabalhos de curta duração aos seres humanos. Repleto de mensagens complexas, que aparecem mais como sugestões que que explicitamente, Blade Runner continua impecável até hoje, apesar do futuro exposto provavelmente não ter relação alguma com nossa realidade daqui há cerca de 7 anos.
Se no campo das ideias o filme permanece fresco e interessante, com muitas possibilidades de debates e, principalmente, de interpretações, no campo estético o filme perde um pouco, até por que muitas das previsões visuais pregadas pelo filme não se concretizaram, trazendo este uma carga mais próxima à época de seu lançamento, ou seja, o estilo visual carregado e “sintetizado” da década de 1980, do que da vigente. No entanto, observando um escopo maior, este não desagrada o olhar ou atrapalha a narrativa do filme, na verdade este certo afastamento para com nossos dias acabam fortalecendo-o, dando a este um caráter mais misterioso e idílico, que casa perfeitamente aos temas de Vangelis, outro aspecto fortemente relacionado a década de 1980 arraigado ao filme.
Lançado numa época de criatividade ímpar para o cinema de ficção-científica, onde tivemos o nascimento ou fortalecimento do cinema promovido por caras como Steven SpielbergGeorge Lucas,James CameronRobert Zemeckis e do próprio Ridley ScottBlade Runner talvez seja a maior referência da época, com seu estilo temático e visual próprio, sua abordagem distinta e seu clima particular, permanecendo estudado e reverenciado pelos entusiastas da sétima arte e descoberto pelas novas gerações, fato mais do que comprovado com o recente interesse de produzir uma sequência para o filme, como pelas grandes produções do gênero que galgaram também um status de cult nos últimos anos, como Matrix, claramente influenciado – propositalmente ou não – pelo filme de Scott, Ford, Hauer, Vangelis, Hampton, Peoples e cia.
Obs.: A versão conferida para avaliação foi a definitiva de 25 anos, lançada em DVD em 2007. Por enquanto, esta é a atestada como mais próxima ao que Ridley Scott pretendia quando filmava a produção, de acordo com as palavras do próprio, em depoimento exibido antes do início da projeção do filme.
:: Ficha Técnica ::
Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Daryl Hannah, Edward James Olmos e William Sanderson.

Título original: Blade Runner

Gênero: Ficção-científica / Policial

Duração: 117 min.

Ano de lançamento: 1982

Estúdio: The Ladd Company / Shaw Brothers / Blade Runner Partnership

Direção: Ridley Scott

Roteiro: Hampton Fancher, David Peoples, baseado em livro de Philip K. Dick

Produção: Michael Deeley, Charles de Lauzirika

Música: Vangelis

Fotografia: Jordan S. Cronenweth

:: Trailer ::

:: Sinopse ::

David Norris (Matt Damon) é um jovem político com uma carreira promissora, mas um escândalo atrapalhou a sua corrida ao Senado. Tão logo perde a disputa pela vaga ele conhece Elise (Emily Blunt), bailarina por quem se apaixona. Contudo, homens com estranhos poderes de interferir no futuro aparecem do nada e começam a pressioná-lo para que ele não dê continuidade a este romance, porque isso poderá atrapalhar o futuro de ambos. Sem saber ao certo quem são essas pessoas, a única certeza que David possui é que precisará reunir forças para enfrentá-los e encarar o que o destino lhe reserva.

:: Impressões ::

Predestinação. Livre-arbítrio. O poder de escolha. Atos e consequências. Estes são alguns dos pontos debatidos na alegoria em forma de cinema que é Os Agentes do Destino, dirigido pelo diretor estreante George Nolfi (mais conhecido como roteirista de filmes como O Ultimato Bourne e 12 Homens e Outro Segredo) e estrelado por Matt Damon (Os Infiltrados) e Emily Blunt (O Diabo Veste Prada). Mais uma adaptação de uma história do cultuado escritor norte-americano Philip K. Dick (que já teve outras obras adaptadas ao cinema, das quais destaco Blade Runner – Caçador de Andróides, Total Recall, O Pagamento, Minority Report e O Homem-Duplo – e que espero escrever sobre elas em breve), Os Agentes do Destino pontua de forma objetiva e consciente uma questão até hoje não resolvida para grande parte da humanidade: até quando nossas escolhas são realmente fruto de nossos anseios e desejos e não produto do acaso ou de uma força divina? Ou seja, nossas vidas seguem determinado rumo ao qual não podemos interferir? Ou simplesmente possuímos este poder de decisão, mas muitas vezes não devemos agir de determinada maneira? Estes e outros conceitos são pontuados pelo longa.

Quanto à premissa do mesmo, vemos estes pontos de discussão através de uma “fictícia” agência secreta (seres divinos? alienígenas?) que possui a missão de coordenar as ações de toda a humanidade mostrada no filme pelos olhos do personagem Morris, interpretado por Damon, que após conhecer uma mulher (Blunt) e se apaixonar pela mesma acaba sendo alvo desses agentes, que seguem a risca um plano maior (que os mesmos aparentemente não conhecem a razão) em que o casal não poderá ficar junto. Portanto, elaboram diversas situações com o intuito de separá-los. Porém, como não poderia deixar de existir numa obra do gênero, o “destino” acaba interferindo nessa dinâmica, fazendo com que o casal volte a se encontrar e é a partir daí que a trama começa a se densevolver com mais intensidade.

Os Agentes do Destino é um filme bastante interessante, que com certeza agradará diversos tipos de público, já que consegue apresentar conceitos inteligentes (com um alto conteúdo filosófico existencialista), ao mesmo tempo em que os mastiga com muito equilíbrio, conseguindo assim conquistar tanto o público mais exigente quanto aquele que procura apenas um veículo para se entreter. Contudo, devido a todo esse cálculo no quesito conteúdo, a obra perde-se um pouco do meio para o final, principalmente por que opta por enfocar de maneira quase que total ao romance entre o casal protagonista e deixa os “por ques” inerentes a tal agência de lado (não que o expectador queira saber tudo a respeito da mesma, entretanto pela temática do filme o ideal seria desenvolver mais profundamente sua essência, visto que o próprio título do filme – The Adjustment Bureau, no original – destaca que o protagonista da história não é o casal, mas sim a própria agência). Nada contra ao romance, apenas acho que o equlibrío que tanto é destacado ao início da projeção acaba se perdendo após a metade do filme, quando o tema do longa é esquecido momentaneamente e parece que o mesmo transforma-se num romance genérico. Fica a impressão de que faltou coragem ao roteirista-diretor George Nolfi neste quesito.

Mesmo assim Os Agentes do Destino ainda é um ótimo filme, possuidor de boas ideias e de personagens carismáticos. Talvez não esteja no mesmo naipe das outras adaptações baseadas em obras de K. Dick (como as citada acima), mas – apesar de não ter lido nenhuma obra do autor – acredito que o filme honra, de alguma forma, os conceitos do escritor, mesmo que de forma mastigada e não tão aprofundada. Um filme que vale ser visto, principalmente por que hoje é difícil encontrar uma obra que seja assumidademente formulada como entretenimento de massa, mas que possua um conteúdo mais produndo do que um primeiro olhar possa visualizar.

Elenco: Matt Damon, Emily Blunt, Anthony Mackie e Terrence Stamp.

:: Ficha Técnica ::

Título original: The Adjustment Bureau

Gênero: Ficção Científica

Duração: 105 min.

Ano de lançamento: 2011

Site oficial: http://www.theadjustmentbureau.com

Estúdio: Universal Pictures | Media Rights Capital | Gambit Pictures

Direção: George Nolfi

Roteiro: George Nolfi, baseado em um conto de Philip K. Dick

Produção: George Nolfi, Chris Moore, Michael Hackett e Bill Carraro

Música: Thomas Newman

Fotografia: John Toll

Direção de arte: Stephen H. Carter

Figurino: Kasia Walicka-Maimone

Edição: Jay Rabinowitz

Efeitos especiais: Big Film Design / Realscan 3D / Hirota Paint Industries / RhinoFX / Brainstorm Digital / Phosphene / Proof / Wildfire Visual Effects

:: Trailer ::

:: Links ::

Sinopse e Ficha Técnica: Adoro Cinema

Fichas do IMDB:

George Nolfi (roteirista e diretor)

Matt Damon

Emily Blunt

Terrence Stamp

Anthony Mackie