Arquivo da categoria ‘Filme Clássico’

:: Sinopse ::

No início do século XXI, uma grande corporação desenvolve um robô que é mais forte e ágil que o ser humano e se equiparando em inteligência. São conhecidos como replicantes e utilizados como escravos na colonização e exploração de outros planetas. Mas, quando um grupo dos robôs mais evoluídos provoca um motim, em uma colônia fora da Terra, este incidente faz os replicantes serem considerados ilegais na Terra, sob pena de morte. A partir de então, policiais de um esquadrão de elite, conhecidos como Blade Runner, têm ordem de atirar para matar em replicantes encontrados na Terra, mas tal ato não é chamado de execução e sim de remoção. Até que, em novembro de 2019, em Los Angeles, quando cinco replicantes chegam à Terra, um ex-Blade Runner (Harrison Ford) é encarregado de caçá-los. (Fonte: Adoro Cinema).

:: Impressões ::

Filme policial de clima noir futurista, Blade Runner é uma das ficções-científicas mais adoradas do cinema. Adaptado do romance Do the Androids Dream of Eletric Sheep, de Philip K. Dick, por Hampton Fancher (O Mistério das Caraíbas) e David Peoples (Os Imperdoáveis), este filme foi marcado por diversos insucessos (fracasso nas bilheterias e má recepção da crítica na época de lançamento, alterações na montagem final pelos produtores – de 1982 até hoje, o filme passou por pelo menos três montagens distintas -, brigas entre elenco e diretor), mas pouco a pouco foi obtendo destaque, até alcançar o patamar de cult movie, sendo hoje considerado por muitos como umas das maiores obras de ficção-científica da história do cinema e talvez o melhor trabalho do inglês Ridley Scott(Prometheus) como diretor.
Apesar do início anti-climático, que lembra bastante o clima do filme neo-noir Chinatown, de Roman PolanskiBlade Runner vai ganhando ritmo compassadamente, até entrar em aceleramento lá pela primeira hora de projeção, quando o filme avança carregado de tensão e medo, em especial graças a excelente atuação do holandês Rutger Hauer (A Morte Pede Carona), que entrega aqui sua interpretação mais icônica e a trilha-sonora assinada pelo compositor grego Vangelis (Carruagens de Fogo), que cria o clima perfeito para a ação em desenvolvimento com seus sons sintetizados e inorgânicos.
Estrelado pelo recém-lançado a fama Harrison Ford (Os Caçadores da Arca Perdida) e contando também com performances emblemáticas de até então novos rostos (que posteriormente ficariam apenas nisso) como Daryl Hannah (Kill Bill Vol. 1) e Sean Young (Sem Saída), o filme dirigido por Ridley Scottarrisca e entrega um enredo carregado de elementos filosóficos existencialistas, através do subterfúgio de um androide em busca de sobrevivência, num futuro recente (2019, coincidentemente o mesmo ano de outro filme comentado neste blog, O Sobrevivente, que infelizmente é infinitamente – tanto esteticamente, quanto em conteúdo – inferior ao filme aqui destacado) onde tais “seres” tem prazo de validade curtíssimo, com a única serventia de realizar trabalhos de curta duração aos seres humanos. Repleto de mensagens complexas, que aparecem mais como sugestões que que explicitamente, Blade Runner continua impecável até hoje, apesar do futuro exposto provavelmente não ter relação alguma com nossa realidade daqui há cerca de 7 anos.
Se no campo das ideias o filme permanece fresco e interessante, com muitas possibilidades de debates e, principalmente, de interpretações, no campo estético o filme perde um pouco, até por que muitas das previsões visuais pregadas pelo filme não se concretizaram, trazendo este uma carga mais próxima à época de seu lançamento, ou seja, o estilo visual carregado e “sintetizado” da década de 1980, do que da vigente. No entanto, observando um escopo maior, este não desagrada o olhar ou atrapalha a narrativa do filme, na verdade este certo afastamento para com nossos dias acabam fortalecendo-o, dando a este um caráter mais misterioso e idílico, que casa perfeitamente aos temas de Vangelis, outro aspecto fortemente relacionado a década de 1980 arraigado ao filme.
Lançado numa época de criatividade ímpar para o cinema de ficção-científica, onde tivemos o nascimento ou fortalecimento do cinema promovido por caras como Steven SpielbergGeorge Lucas,James CameronRobert Zemeckis e do próprio Ridley ScottBlade Runner talvez seja a maior referência da época, com seu estilo temático e visual próprio, sua abordagem distinta e seu clima particular, permanecendo estudado e reverenciado pelos entusiastas da sétima arte e descoberto pelas novas gerações, fato mais do que comprovado com o recente interesse de produzir uma sequência para o filme, como pelas grandes produções do gênero que galgaram também um status de cult nos últimos anos, como Matrix, claramente influenciado – propositalmente ou não – pelo filme de Scott, Ford, Hauer, Vangelis, Hampton, Peoples e cia.
Obs.: A versão conferida para avaliação foi a definitiva de 25 anos, lançada em DVD em 2007. Por enquanto, esta é a atestada como mais próxima ao que Ridley Scott pretendia quando filmava a produção, de acordo com as palavras do próprio, em depoimento exibido antes do início da projeção do filme.
:: Ficha Técnica ::
Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Daryl Hannah, Edward James Olmos e William Sanderson.

Título original: Blade Runner

Gênero: Ficção-científica / Policial

Duração: 117 min.

Ano de lançamento: 1982

Estúdio: The Ladd Company / Shaw Brothers / Blade Runner Partnership

Direção: Ridley Scott

Roteiro: Hampton Fancher, David Peoples, baseado em livro de Philip K. Dick

Produção: Michael Deeley, Charles de Lauzirika

Música: Vangelis

Fotografia: Jordan S. Cronenweth

:: Trailer ::

A  mais devastadora história de investigação do século (20).

(Chamada do cartaz oficial do filme).

:: Sinopse ::

Em 1972, sem ter a menor noção da gravidade dos fatos, um repórter (Robert Redford) do Washington Post inicia uma investigação sobre a invasão de cinco homens na sede do Partido Democrata, que dá origem ao escândalo Watergate e que teve como conseqüência a queda do presidente Richard Nixon.

:: Impressões ::

Por um momento de minha vida desejei ser jornalista, tanto que cheguei a cursar um período do curso de Jornalismo, abandonando o mesmo após seis meses e, algum tempo depois, acabei me graduando em Comunicação Social, contudo dessa vez com habilitação em Relações Públicas. Apesar de não possuir o título de jornalista – hoje alvo de tanta discussão, principalmente devido à decisão da não obrigatoriedade do diploma para o exercício da função -, quando posso me dedico a atividade de blogueiro e, mesmo que para muitos o papel blogueiro difere do executado pelo jornalista (inclusive eu concordo em grande parte com esta afirmativa), canalizo parte desse meu “antigo” interesse como blogueiro deste espaço.

E agora você deve estar se perguntando o por que de toda essa introdução, não é mesmo? Mas é mais do que óbvio, visto que isso não foi nada mais do que uma tentativa de “contextualização” pessoal  para com esse Filme devastador e atual intitulado Todos os Homens do Presidente, dirigido pelo saudoso Alan J. Pakula (A Escolha de Sofia, Acima de Qualquer Suspeita, O Dossiê Pelicano) e estrelado por Robert Redford (de Butch Cassidy e responsável mor pela consecução do longa) e Dustin Hoffman (A Primeira Vez de um Homem). Um tapa na cara da aparentemente sensação de onipotência dos membros do poder público (do Presidente ao sub-secretário de finanças da gestão) perante a população norte-americana e um retrato de um dos períodos mais conturbados da história dos Estados Unidos, o escândalo de Watergate, as denúncias de corrupção do governo de Richard Nixon e sua futura renúncia ao cargo maior daquele país e do mundo (até então). Acompanhamos, através dos olhos de dois jornalistas do jornal Washington Post, a investigação que culminou nessa maré de eventos.

Considerado um dos maiores filmes a abordar o jornalista investigativo (tanto quanto 12 Homens e uma Sentença, de Sydney Lumet, está para o Direito, por exemplo), Todos os Homens do Presidente tem a rara qualidade de aliar conteúdo extremamente complexo (são muitas informações liberadas pelo longa), que envolve informações acerca de diversos órgãos governamentais e, consequentemente, vários nomes e cargos, com um clima de tensão e envolvimento, através de uma montagem que deixa o espectador grudado na tela por pouco mais de duas horas, acompanhando o trabalho de investigação executado pelos personagens de Redford e Hoffman. Intriga, mistério, denúncia e, tão importante quanto, a fotografia do que era o jornalismo na década de 1970, desde a concepção de uma redação à correria do trabalho de campo, que envolve tanta a entrevista, quanto a “caça” as pistas que formulariam o material final que seria publicado. Todos os Homens do Presidente é um longa que, mesmo passados 35 anos de seu lançamento, continua atual não só por sua importância como retrato histórico, mas sim também como reflexo da era em que vivemos, tanto de maneira global quanto local, visto que não é difícil relacionar os fatos documentados neste longa (e suas consequências históricas) com recentes casos oriundos da política brasileira, do já lendário “mensalão” à corrupção e afastamento de ministros recém-empossados, além do recorrente caso dos representantes públicos que fraudam e praticam atos de corrupção e não abandonam (nem são obrigados pela população, que fique claro) seus cargos. No mínimo este filme pode servir como aprendizado ao cidadão, que deve estar sempre alerta ao que acontece ao seu redor.

Todos os Homens do Presidente, apesar da óbvia conotação política e da aura grandiloquente que oferece ao profissional de jornalista (que realmente vivia uma época de ouro no período do caso Watergate), não é um filme chato e enfadonho, muito pelo contrário, apesar de apresentar discussões complexas e fatos baseados em eventos reais, o mesmo é compacto, dinâmico e bem executado, podendo até mesmo ser classificado como divertido, visto que apesar de tudo ainda é (e consegue ser) uma obra de entretenimento, seguindo aquela forma que até hoje só o cinema praticado nos Estados Unidos conseguiu. Um raro filme que, mesmo possuindo um final óbvio (ora bolas, é baseado num fato histórico), consegue chocar e surpreender.

Caso você já tenha conferido o filme e gostaria de ler uma análise mais profunda acerca do filme, onde serão apontadas informações mais técnicas e sensitivas, recomendo muito que confira o excelente texto escrito pelo crítico de cinema Pablo Villaça, do site Cinema em Cena.

A edição de Todos os Homens do Presidente que conferi foi a versão dupla lançada em 2006, em comemoração ao aniversário dos 30 anos de lançamento do mesmo. Sendo assim, o segundo disco contém apenas material extra, dando ênfase à documentários e entrevistas acerca desse clássico. Recomendo a todos que puderem que confiram essa material extra, pois o mesmo consegue embasar ainda mais as informações projetadas pelo filme, tirando algumas dúvidas sobre alguns fatos não tão aprofundados ou esclarecidos no longa, além de conter depoimentos recentes de vários dos envolvidos na produção do filme, como a dupla de protagonistas Robert Redford e Dustin Hoffman, o roteirista William Goldman, os verdadeiros jornalistas e autores do livro no qual o filme foi baseado, Carl Bernstein e Bob Woodward, além de diversas personalidades do jornalismo (da época e atual) que comentam acerca da importância do filme, do momento retratado pelo mesmo e da prática do jornalismo nos anos 2000, dentre outros.

:: Ficha Técnica ::

Elenco: Dustin Hoffman, Robert Redford, Jason Robards, Jack Warden, Hal Holbrook e Ned Beatty.

Título original: All the President’s Men

Gênero: Drama/Thriller

Duração: 138 min.

Ano de lançamento: 1976

Estúdio: Warner Bros. / Willwood

Direção: Alan J. Pakula

Roteiro: William Goldman, baseado em livro de Bob Woodward e Carl Bernstein

Produção: Walter Coblenz

Música: David Shire

Fotografia: Gordon Willis

Edição: Robert L. Wolfe

:: Trailer ::

Sem Legendas.

:: Links ::

Sinopse e Ficha Técnica: Adoro Cinema.

– Excelente análise do filme pelo crítico Pablo Villaça, do site Cinema em Cena.

Fichas do IMDb:

* Alan J. Pakula (diretor)

* William Goldman (roteirista)

* Robert Redford

* Dustin Hoffman

* Jason Robards

* Jack Warden

* Hal Holbrook

* Ned Beatty

:: Sinopse ::

Um advogado (Peter Gallagher) enfrenta problemas de caráter sexual com sua mulher (Andie MacDowell) e tem um caso com a cunhada (Laura San Giacomo), mas algo acontece com a chegada de um amigo (James Spader) de infância do marido, que grava em vídeo o depoimento de mulheres que falam da vida sexual que levam.

:: Impressões ::

Não sei definir todos os por quês, mas durante toda a projeção de Sexo, Mentiras e Videotape não consegui parar de pensar em outro filme, Beleza Americana. Contudo, refletindo um pouca aquele sentimento, uma palavra me vem instantâneamente a minha cabeça, com o objetivo de determinar o ponto de congruência entre ambas as obras: hipocrisia. Apesar de lançados com um largo período de diferença (o primeiro, em 1989, enquanto o filme de Sam Mendes veio surgir no ano de 1999), a formatação cômico-trágica que os filmes carregam, além da astúcia de investigar o máximo possível, dentro de suas limitações, aspectos inerentes ao comportamento do norte-americano de classe média os fazem tão similares quanto distintos, mas comumente primordiais para o apaixonado por cinema com alta dose de questionamento.

Primeiro filme de Steven Soderbergh -que viria a ganhar o Oscar anos depois com o drama Erin Brokovich (estrelado por Julia Roberts), além de ser possuidor de uma filmografia no mínico complexa, tendo assinado filmes como Onze Homens e um Segredo (e demais continuações), as duas partes da cinebiografia Che (O Argentino e O Guerrilheiro), Traffic, além do recente O Desinformante, dentre outros -, Sexo, Mentiras e Videotape é um tratado atemporal acerca da dualidade do sexo na formação do homem, onde, num mundo – é bom frisar, ocidental – “desde sempre” tão sexualizado, a abordagem do mesmo é carregado de tabus e negações, de repúdio e prazer as escondidas. Por que não se pode não gostar do ato sexual? Por que o ato sexual deve ser a maior extensão de prazer? Por que não? Por que sim? Através do olhar de quatro pessoas, somos apresentados a um painel onde são discutidos ou simplesmente mostrados alguns desses questionamentos.

Não cabe aqui descrever o enredo, pois o mesmo é formado pelos dilemas dos personagens, ou seja, não há uma trama estabelecida, o que importa é o que move tais pessoas e como os sentimentos e opniões de ambos os afetam uns aos outros. Vencedor da Palma de Ouro de melhor filme  e melhor ator (James Spader, que nunca vingou) no Festival de Cannes, Sexo, Mentiras e Videotape é considerado hoje pelo próprio criador como um filme datado, contudo, datado ou não, seus questionamentos continuam atuais e coerentes, por que, apesar de não serem conclusivos (como todo bom argumento), refletem nuanças dos sentimentos mais arraigados ao homem desde seu nascimento: o prazer e o sexo, sejam estes de qualquer forma, duração ou jeito que se possa imaginar, elaborar, formular, criar ou reciclar.

*

Outros Filmes Clássicos já comentados:

Juventude Transviada (1955), de Nicholas Ray (Johnny Guitar). Com James Dean (Assim Caminha a Humanidade), Natalie Wood (O Preço de um Prazer) e Sal Mineo (Exodus).

Os Abutres Têm Fome (1970), de Don Siegel (Dirty Harry – Perseguidor Implacável). Com Shirley MacLaine (Laços de Ternura) e Clint Eastwood (Os Imperdoáveis).

Alcatraz – Fuga Impossível (1979), de Don Siegel (Dirty Harry – Perseguidor Implacável). Com Clint Eastwood (Os Imperdoáveis), Patrick McGoohan (Coração Valente) e Fred Ward (Os Eleitos).

Cinema Paradiso (1988), de Giuseppe Tornatore (Baária). Com Philippe Noiret, Salvatore Cascio e Jacques Perrin.

Louca Obsessão (1990), de Rob Reiner (Conta Comigo). Com James Caan (O Poderoso Chefão – Parte 1) e Kathy Bates (Tomates Verdes e Fritos).

Encontro Marcado (1996), de Martin Brest (Perfume de Mulher). Com Brad Pitt (Clube da Luta), Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes) e Claire Forlani (Basil).

Menina Má.Com (2005), de David Slade. Com Ellen Page (Juno) e Patrick Wilson (Watchmen – O Filme).

Notas Sobre um Escândalo (2006), de Richard Eyre (O Amante). Com Cate Blanchett (Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal) e Judi Dench (007 – Quantum of Solace).

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:: Ficha Técnica ::

Elenco: James Spader, Andie MacDowell, Peter Gallagher e Laura San Giacomo.

Título original: Sex, Lies and Videotape

Gênero: Drama

Duração: 103 min.

Ano de lançamento: 1989

Estúdio: Outlaw Productions / Virgin

Distribuidora: Miramax Films

Direção: Steven Soderbergh

Roteiro: Steven Soderbergh

Produção: John Hardy e Robert F. Newmyer

Música: Cliff Martinez

Fotografia: Walt Lloyd

Direção de arte: Joanne Schmidt

Figurino: James Ryder

Edição: Steven Soderbergh

:: Trailers ::

Sem Legendas

:: Links ::

Sinopse e Ficha Técnica: Adoro Cinema.

Fichas do IMDb:

* Steven Soderbergh (roteirista e diretor)

* James Spader

* Andie MacDowell

* Peter Gallagher

* Laura San Giacomo

:: Sinopse ::

Jim Stark (James Dean) é um encrenqueiro, que fez os pais se mudarem de uma cidade para outra até se fixarem em Los Angeles, que é preso de madrugada por embriaguez e desordem. No distrito policial está Judy (Natalie Wood), uma jovem que está revoltada com o pai, que a chamou de vagabunda imunda por ter se maquiado. Lá está também um rapaz, John Crawford (Sal Mineo), mais conhecido como Platão, que atirou em alguns cães. Um compreensivo policial entende que Jim recebe em casa apenas um amor superficial dos seus pais, e que Jim nunca aceitou que seu pai seja totalmente submisso à sua mãe. Enquanto Jim espera na delegacia pelos pais, que tiveram de cancelar um compromisso social para tirá-lo da prisão, ele tem um rápido contato com Judy e Platão. Após ser libertado parecia que tudo estava resolvido, mas ao tentar fazer amizade na manhã seguinte com sua jovem vizinha, a própria Judy, cria um desentendimento com Buzz (Corey Allen), que namora Judy e é o líder de uma gangue do colégio. Esta rivalidade vai gerar algumas situações com trágicas conseqüências.

:: Impressões ::

Juventude Transviada causou furor em sua época de lançamento e até hoje é festejado como marco do cinema. Sendo assim, mais de cinquenta anos após sua estréia nos cinemas norte-americanos, me vejo acompanhando o mesmo. E, apesar do impacto não ser mais o mesmo (convenhamos, quase cinco décadas se passaram e a rebeldia exibida pelo filme não representa nossa realidade atual) o filme realmente é um belo espetáculo, contando com uma mágica atuação do então jovem talento James Dean (morto tragicamente aos 24 anos) e pela simplicidade e muitas vezes tolo roteiro. Sendo assim, bons personagens junto a uma história que se mantém sempre interessante são o que tornam Juventude Transviada um filme imperdível até hoje.

Talvez mais até do que em sua época de lançamento este filme retrate (mesmo que de forma um tanto quanto idealizada) a primeira geração pós-2ª guerra, com seu ímpeto de rebeldia (como já adianta o título do longa), problemas no seio do lar, além do desapego as regras sociais e à própria vida em si. Realmente falta um pouco mais de densidade no que concerne ao drama do enredo, no aprofundamento dos personagens e no desenvolvimento dos temas que marcaram essa época, contudo, mesmo que não perfeito, Juventude Transviada consegue nos fazer imergir nesse período conturbado para o jovem norte-americano, sendo assim o filme que retrata o jovem da década de 1950, assim como Sem Destino (Easy Rider) o fez na década de 1960.  Um clássico ambivalente em essência: atemporal e datado, porém clássico. Juventude Transviada é ao mesmo simples e contagiante, portanto merecedor de figurar na lista dos 100 melhores filmes norte-americanos da história (de acordo com o American Film Institute).

:: Ficha Técnica ::

Elenco: James Dean, Natalie Wood, Sal Mineo, Edward Platt. Jim Backus, Corey Allen e Dennis Hopper.

Título original: Rebel Without a Cause

Gênero: Drama

Duração: 111 min.

Ano de lançamento: 1955

Estúdio: Warner Bros.

Direção: Nicholas Ray

Roteiro: Stewart Stern, baseado em estória de Nicholas Ray

Produção: David Weisbart

Música: Leonard Rosenman

Fotografia: Ernest Haller

Direção de arte: Malcolm C. Bert

Figurino: Moss Mabry

Edição: William H. Ziegler

:: Trailer ::

Sem legendas

:: Links ::

Sinopse e Ficha Técnica: Adoro Cinema

– Fichas do IMDB:

* James Dean

* Natalie Wood

* Dennis Hopper

* Nicholas Ray (roteirista e diretor)

:: Sinopse ::

Barbara Covett (Judi Dench) é uma professora solitária e dominadora, que controla com mão de ferro os alunos de uma decadente escola pública de Londres. Barbara vive apenas com seu gato, Portia, não tendo amigos nem parentes. Sua vida muda quando a escola em que trabalha contrata Sheba Hart (Cate Blanchett) como a nova professora de artes. Sheba parece ser a amiga com que Barbara sempre sonhou, atenciosa e leal. Porém quando Sheba passa a se envolver com Steven Connolly (Andrew Simpson), um de seus alunos mais jovens, esta amizade torna-se perigosa, pois Barbara ameaça revelar seu segredo para o marido dela, Richard (Bill Nighy), e para todos à sua volta.

:: Impressões ::

Algumas vezes nos surpreendemos com o que vemos, lemos ou ouvimos. Principalmente quando a ideia que temos sobre o que nos causa surpresa não exatamente aquilo que foi avistado. Para ficar mais claro, sempre tive vontade de conferir este Notas Sobre um Escânadalo (desde sua participação como um dos concorrentes a estatuetas do Oscar de 2006), contudo fatores diversos me fizeram postergar este momento, enquanto isso minha concepção sobre o que seria o filme foi sendo transformada durante este tempo, sem que pudesse notar. Com isso, mais de cinco anos após a cerimônia do Oscar, consegui conferir a obra dirigida com competência por Richard Eyre (que fora indicado anteriormente ao Oscar por seu trabalho e Iris – que também não conferi -, além do seu último trabalho ter sido o tenso e enigmático O Amante, baseado em obra de Bernhard Schlink, que já teve outra obra sua adaptada para o cinema, O Leitor), que, além de ser basicamente um filme de interpretações – com grande entrega do quarteto de atores principais, composto pelas então indicadas ao Oscar de atriz por este trabalho, Cate Blanchett (de Elizabeth) e Judi Dench (de 007 – Quantum of Solace), como pelo jovem Andrew Simpson e pelo até então conhecido pelos papeis com tons cômicos, Bill Nighy (de Todo Mundo Quase Morto) -, é um denso tratado acerca do comportamento do ser-humano, da capacidade que o mesmo tem para o “mal”, da “tentação” pela violação das regras, além de apresentar um painel de sugestões – na forma com que sua trama é delineada – que abarcam temas complexos e sutis como valores éticos, hipocrisia, arrogância, prepotência, além do tão comum e muitas vezes atropelado sendo do que seria certo e do que seria errado numa existência em sociedade (ponto este que retorna aos pontos valores éticos e hipocrisia, citados a pouco).

Notas Sobre um Escândalo merece uma análise mais longa e aprofundada acerca tanto de seu enredo, quanto das minúncias que o mesmo traz, ao apresentar o conflito entre duas mulheres (de gerações, lugares e criações diferentes), que acabam tendo um envolvimento pelo “acaso”, alimentando assim um sentimento de amor e ódio, com dois pontos de vista distintos, porém ambas dotados de aspectos positivos e negativos, confirmando assim o quão complexo o ser-humano é, mesmo quando acredita que determinada ação a qual está a realizar tem conotação positiva. Esta ação sempre poderá ser vista, interpretada ou refletida de maneira negativa por outrem. Um filme que merece ser visto como consegui, sem nenhum referencial do mesmo em mente, ou com um norteamente completamente distinto do que o mesmo é. Em poucas linhas, uma grande obra, curta em sua metragem (pouco mais de 90 minutos), mas de larga essência.

Elenco: Judi Dench, Kate Blanchett, Andrew Simpson e Bill Nighy.

:: Ficha Técnica ::

Título original: Notes on a Scandal

Gênero: Drama

Duração: 92 min.

Ano de lançamento: 2006

Site oficial: http://www.foxsearchlight.com/NOAS/

Estúdio: BBC Films / UK Film Council / DNA Films / Scott Rudin Productions

Distribuidora: Fox Searchlight Pictures

Direção: Richard Eyre

Roteiro: Patrick Marber, baseado em livro de Zoe Heller

Produção: Robert Fox, Andrew Macdonald, Allon Reich e Scott Rudin

Música: Philip Glass

Fotografia: Chris Menges

Direção de arte: Grant Armstrong e Mark Raggett

Figurino: Tim Hatley

Edição: John Bloom

Efeitos especiais: Cine Image Film Optical Ltd.

:: Trailer ::

:: Links ::

Sinopse e Ficha Técnica: Adoro Cinema

Fichas do IMDB:

* Cate Blanchett

* Judi Dench

* Bill Nighy

* Richard Eyre (Diretor)

* Bernhard Schlink (Autor da obra literária original)

 

:: Sinopse ::

Em Nova York, uma médica residente (Claire Forlani) conhece por acaso um recém-chegado na cidade (Brad Pitt). Eles se sentem atraídos, mas logo após se despedirem ele morre em um acidente. Em seguida, a própria Morte decide por utilizar o corpo desta vítima e vai falar com um magnata da mídia (Anthony Hopkins), dizendo que está ali para levá-lo mas, como pretende conhecer os hábitos dos humanos, propõe retardar esta partida se o milionário tornar esta “férias” interessantes e instrutivas. Ironicamente, a filha do magnata a jovem médica que tinha se sentido atraída por um desconhecido no início da história. Seria impossível para ela imaginar que estava diante da Morte, que apenas utilizava naquele momento aquele corpo como invólucro, mas outra coisa inimaginável também acontece: a Morte se apaixona pela filha do milionário.

:: Impressões ::

Assisti a Encontro Marcado pela primeira vez ainda garoto. E, junto a outros títulos como Forrest Gump, Lendas da Paixão (que espero comentar acerca em breve) e Coração Valente, me marcaram profundamente. Estava naquele período de transição entre a infância e a adolescência, e devo admitir que filmes dramáticos, mas possuidores de um certo romantismo, me fascinavam bastante. Hoje, cerca de 15 anos após o lançamento do mesmo, decidi revê-lo com olhos possuidores de uma maturidade mais acabada. E, não é que, mesmo após tanto tempo e apesar daquele sentimento de inocencia  já não me pertencer mais, Encontro Marcado consegue me envolver, me chamar a atenção, emocionar e abrir um largo sorriso no rosto. Sendo assim, destacarei alguns pontos que fazem este filme ser, no meu ponto de vista, um clássico do cinema moderno, através de sua narrativa até certo ponto simples, destacando um cenário onde o que importa são os dramas pessoas de uma família e o onde o amor se encaixa neste cenário.

Contando em seu elenco com um Brad Pitt (Bastardos Inglórios) no auge de sua juventude, mas já mostrando ser um ator talentoso, que não teme em nenhum momento a presença do sempre arrasador Anthony Hopkins (Thor) – por sinal, ambos repetem a dobradinho do filme Lendas da Paixão, de 1993 -, além de contar com a beleza e delicadeza da até então desconhecida atriz Claire Forlani. Um elenco reduzido, mas de grande qualidade que consegue fazer com que as três horas de duração do filme passem como duas.

O início do filme sugere um tom sobrenatural, com o personagem de Hopkins, o empresário Bill Parrish, ouvindo uma voz dizendo “sim” em sua mente. Logo após somos apresentados a sua rotina diária, onde o grande evento é seu aniversário de 65 anos. Conhecemos a partir daí o núcleo que forma sua família e seus negócios. Mas o que é destacado logo de cara aparece na sentença que o patriarca Parrish fala uma de suas filhas: “terminar a longa jornada sem ter amado seria como não ter vivido”. E, apesar de não ter apresentado sequer 10 minutos de projeção, este será o mote certeira de toda a trama, apesar de diversos outros pontos ajudarem também a movê-la. O mote do filme é velho conhecido por todos, mas muitas vezes relegado devido a outras “prioridades” surgidas na vida: siga seu coração, não importa o que ele diga, pense ou sinta.

Voltando ao filme, temos o encontro da filha (Forlani) com o simpático personagem de Brad Pitt, numa sequencia de diálogos sinceros e um tanto quanto “romanceados” demais, mas que funcionam de maneira perfeita para a impactante, porém necessária resolução do encontro pouco depois. Em seguida, a voz se revela como a Morte, que decide passar um “tempo” na terra e para isso coopta  Parrish como seu guia e, enquanto este exerce tal função, ganha este “tempo” a mais de vida. As situações advindas do relacionamento entre Joe Black (a Morte), Bill Parrish e Susan Parrish (Forlani) são o mote do filme, onde a partir daí vivenciamos, junto ao trio, a descoberta e, por que não, redescoberta de diversos sentimentos, medos, atitudes e sonhos, compondo assim uma ode à vida.

Dirigido pelo premiado diretor Martin Brest (Perfume de Mulher), Encontro Marcado é um drama sensível, que apresenta lições de vida através da discussão de temas irretocáveis da realidade humana, como o amor, a amizade, a família, a vida em si e, não menos importante, a morte. Estes temas são apresentados tanto de forma direta quanto através de alegorias, tendo como fonte maior o surgimento e a manutenção do sentimento que calca toda a trajetória da humanidade: o amor.

O existencialismo pontuado no filme concentra-se nestes três pontos: o medo da morte, a compreensão do amor como caminho para uma vida plena e a descoberta das pequenas coisas que permeiam a vida, mas que de tão corriqueiras passam despercibidas por todos nós (pequenas ações ou detalhes que nos mostram dia após dia como mágico e belo é o simples viver, do ar que respiramos, do sol que nos aquece à noite que nos adormece). Falando assim parece que este filme é um festival de pieguices, contudo o mesmo transmite tais mensagens de forma tão sutil e inocente que acaba externando positividade e não pieguice. Estes valores tão em falta nos nossos dias, apesar de inocentes, não soam falsos nem deslocados em Encontro Marcado.

Resumindo, é um filme que possui o raro poder de emocionar de forma sincera e nos deixar um sentimento esperança no porvir, no que podemos alcançar – não importa o objetivo, foco, meta – no futuro. Ele pontua alguns dos pensamentos conflitantes que nos movem: e se não fosse de tal forma? E se tivesse ou não agido diante de tal situação? Por que me preocupar ou não me preocupar co algo? Confiar plenamente ou não em uma pessoa? Se entregar ou não ao amor, não importa qual ou como seja esse amor. Angústias inerentes ao ser-humano que contextualizam toda a trama de Encontro Marcado, de forma conjunta a trama e nunca de maneira gratuita. A (re)descoberta da vontade de viver plenamente é o mote central do filme.

São tantos os pontos que podem ser discutidos neste filme que, se fossem expostos, talvez reduzissem o ponto fundamental do mesmo: o se entregar, aproveitar a vida, sonhar, viver de forma plena etc. Sendo assim, para apreciar Encontro Marcado por completo o espectador deve começar esquecendo dos problemas que assolam o mundo e aproveitar a jornada de Bill Parrish, Joe Black e Susan Parrish como que fosse a sua própria. Vivenciar suas dúvidas, seus sonhos, seus medos e seus amores através de seus olhos e, com isso, aprender tanto quanto o eles o valor de estar vivo, viver e deixar-se viver. Uma lição que ensaísta, filósofo, matemático ou naturalista nenhum poderia nos dar de maneira tão sincera e eficaz. Olhe o ser humano a sua volta e verá seu próprio reflexo. Somos todos e um só.

É isto o que em essência Encontro Marcado mostra de maneira natural, sem forçá-lo a “comprar” esta ideia, ele apenas apresenta um lado da vida. Cabe a você enxergá-lo ou não. Como comentado no início do texto, apesar de tê-lo visto pela primeira vez há mais de uma década, sendo assim com um uma percepção de vida diferente da que possuo hoje, Encontro Marcado continua me tocando e marcando, de maneira diferente mas ao mesmo tempo igual. Em resumo, um filme para rir, chorar, sentir, gostar, viver. E com ele eu ri, chorei, senti, gostei. Portanto, vivi (e continuo a viver).

Elenco: Brad Pitt, Anthony Hopkins, Claire Forlani, Jake Weber, Jeffrey Tambor e Marcia Gay Harden.

:: Ficha Técnica ::

Título original: Meet Joe Black

Gênero: Romance

Duração: 180 min.

Ano de lançamento: 1998

Site oficial: http://www.meetjoeblack.com

Estúdio: Universal Pictures / City Light Films

Direção: Martin Brest

Roteiro: Ron Osborn, Jeff Reno, Kevin Wade e Bo Goldman

Produção: Martin Brest

Música: Thomas Newman

Fotografia: Emmanuel Lubezki

Direção de arte: Robert Guerra

Figurino: Aude Bronson-Howard e David C. Robinson

Edição: Joe Hutshing e Michael Tronick

Efeitos especiais: Industrial Light & Magic / Imtech Corporation

:: Trailer ::

:: Links ::

Sinopse e Ficha Técnica: Adoro Cinema

Fichas do IMDB:

Martin Brest (Diretor)

Brad Pitt

Anthony Hopkins

Claire Forlani

Marcia Gay Harden

São selecionados para esta seção tanto os filmes que já nasceram clássicos (como O Poderoso Chefão) ou aqueles que, com o tempo, foram considerados clássicos (como o hoje referência Cidadão Kane). Contudo, apesar de em grande parte os filmes selecionados para este espaço serem quase que unanimidade perante público/crítica, alguns títulos podem não deter (ainda) de uma aclamação tão forte perante a opinião pública, mas de acordo com o ponto de vista do comentarista este filme já é (ou nasceu) um clássico. Sendo assim, este espaço poderá conter obviedades (como os títulos citados acima), como também grandes surpresas.

:: Sinopse ::

Nesta aventura desenfreda e anárquica que se desenrola no México do século XIX, Clint Eastwood vive um mercenário americano que salva uma freira dos seus pretensos molestadores. Mais tarde, ele descobre que este encontro casual foi um golpe de sorte, já que ela sabe muito acerca dos oficiais do quartel que ele planeja invadir.

:: Impressões ::

É realmente fantástico o sentimento de “descobrir” um clássico. E foi exatamente o que aconteceu comigo ao conferir este Os Abutres Têm Fome (mais um dos títulos absurdos que o pessoal responsável por tradução no Brasil coloca – o título original do filme é Two Mules for Sister Sara, que pode ser traduzido como Duas Mulas para a Irmã Sara -, mas isto é pauta para uma outra discussão). Mais uma parceria entre o diretor Don Siegel (Alcatraz – Fuga Impossível) e o ator Clint Eastwood, este divertido faroeste é garantia de total diversão. Mesmo lançado há mais de quatro décadas, o filme ainda possui um ritmo fascinante e um enredo que surpreende pelo carisma e dinâmica da dupla de protagonistas, formada pelo mercenário errante interpretado por Eastwood e pela misteriosa freira vivida pela bela Shirley MacLaine (vencedora do Oscar por Laços de Ternura). Uma mistura de faroeste clássico (com todos os planos clássicos), aventura, romance e, inusitadamente, comédia, Os Abutres Têm Fome envolve do começo ao fim, sempre devido a mágica química entre Eastwood (que, apesar de reprisar o velho papel de solitário carrancudo, consegue transparecer através de muita sutizela que este personagem é uma derivação dos que concebeu em trabalhos anteriores) e MacLaine (que consegue nos deixar com dúvidas  e pergntas durante todo o desenvolvimento do filme: quem será realmente esta misteriosa freira?).

Mais um excelente trabalho de Don Siegel, provavelmente um de seus filmes com maior possibilidade de agradar diversos tipos de platéia, originalmente lançado em 1970 mas que guarda consigo uma essência (tanto estética, quanto rítmica) que não faz feio até hoje. Simplesmente brilhante. Para mim, um dos melhores faroeste que já tive prazer de conferir, além de conter uma das melhores atuações de Eastwood que já vi até hoje. Mais do que recomendado, um clássico (nem todos concordam, mas quem procura unanimidade?*)do cinema que faz jus ao termo.

Elenco: Shirley MacLaine, Clint Eastwood, Manolo Fabregas e Alberto Morin.

* Se você observar bem, grande parte dos “clássicos” que comento aqui talvez não estejam na lista dos grandes críticos ou da filmografia de alguns atores/atrizes e diretores. Contudo representam meu ponto de vista, minha visão/abosorção subjetiva da sétima arte. Portanto, fiquem a vontade em concordar (ou não) com meu hall de clássicos.

Ficha Técnica:

Título original: Two Mules for Sister Sara

Gênero: Aventura

Duração: 116 min.

Distribuidoras: Universal Pictures / The Malpaso Company / Sanen Productions

Direção: Don Siegel

Roteiro: Albert Maltz, baseado em história de Budd Boetticher

Produção: Carroll Case e Martin Rackin

Música: Ennio Morricone

Fotografia: Gabriel Figueroa

Direção de arte: Jose Rodriguez Granada

Edição: Robert F. Shugrue

Efeitos especiais: Frank Brendel e Leon Ortega

:: Trailer ::

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Sinopse: CinePlayers

Ficha Técnica: Adoro Cinema

Fichas do IMDB:

Clint Eastwood

Shirley MacLaine

Don Siegel

:: Sinopse ::

São Francisco, 1960. Frank Morris (Clint Eastwood) é um condenado que tem várias tentativas de fugas em seu histórico. Eleé enviado para Alcatraz, uma prisão de segurança máxima que também é conhecida como A Rocha e que fica em uma ilha, sendo que quem tentou escapar de lá ou foi recapturado ou morreu afogado. Warden Gradativamente Frank vê os pontos vulneráveis de Alcatraz e, com a ajuda de alguns outros internos, tenta pacientemente criar um rota de fuga.

:: Impressões ::

Último filme da parceria entre Clint Eastwood e Don Siegel, Alcatraz – Fuga Impossível é uma produção intrigante. Estilosa, divertida e tensa, talvez este seja um dos trabalhos mais “light” de Eastwood como ator até o momento em sua carreira (1979). Light (leve, para quem não sabe) no sentido de não abusar da violência, da figura do “cowboy macho” ou do “policial implacável” tão icônica na carreira do ator, mas sim se apoiar no roteiro, que é tão bem estruturado que mantém o espectador fixo na tela do início ao fim da projeção. Eastwood vive aqui mais um personagem misterioso, já que o filme inicia com sua chegada a prisão de Alcatraz e, mesmo o acompanhando durante toda a projeção, não ficamos sabendo de nada de sua vida “criminosa”, nem mesmo o que fez para ser enviado a esta prisão. E, apesar disso, o personagem em facilmente inditificável ao espectador, fazendo com que ele torça pelo êxito de seu plano de fuga (que por sinal só se dá a partir da metade do filme, durante a primeira hora acompanhamos – de bom grado, pro sinal – sua rotina como novato na prisão).

Assitindo hoje ao filme percebo como a série Prison Break foi inspirada pelo longa. Os planos complexos de Michael Scofield são fichinha comparada a ideia do personagem de Eastwood e cia., não em termos de complexidade, mas de credibilidade. Você acredita que o plano pode ser executado na “vida real”, por isso que a torcida para o êxito do mesmo é tão grande.

Esse divertido entretenimento conta também com a presença do ator inglês Patrick McGoohan, que mais de duas décadas depois interpretaria o icônico antagonista de Mel Gibson no filme Coração Valente, o rei Edward. Aqui, McGoohan já traz diversas das características que apresentaria no personagem futuramente – prepotência, arrogância, mequinheza, dentre outros adjetivos não tão positivos.

Don Siegel conduziu um excelente filme (baseado em fatos reais), que marcou época e até hoje pode ser conferido sem ser visto como datado. Como disse antes, um produto divertido e tenso, que entretém pelo poder de sua narrativa, de personagens misteriosos, mas carismáticos e pelo ambiente claustrofóbico e perigoso. Um entretenimento clássico que vale a pena ser conferido em qualquer momento de sua vida.

Elenco: Clint Eastwood, Patrick McGoohan, Bruce M. Fischer, Fred Ward e Larry Hankin.

:: Ficha Técnica ::

Título original: Escape from Alcatraz

Gênero: Drama

Duração: 111 min

Ano de lançamento: 1979

Distribuidora: Paramount Pictures

Direção: Don Siegel

Roteiro: Richard Tuggle, baseado em livro de J. Campbell Bruce

Produção: Don Siegel

Música: Jerry Fielding

Fotografia: Bruce Surtees

Direção de arte: Allen Smith e Edward J. McDonald

Figurino: Glenn Wright

Edição: Ferris Webster

:: Trailer ::

:: Links ::

Sinopse e Ficha Técnica: Adoro Cinema

:: Sinopse ::

Hayley Stark (Ellen Page) é uma adolescente, que está conversando em um café com Jeff Kohlver (Patrick Wilson), um homem que conheceu pela internet. Jeff é um fotógrafo em torno de 30 anos, o que não a impede de sugerir que ambos fossem à casa dele. Lá Hayley encontra uma garrafa de vodka e começa a preparar alguns drinks, sugerindo em seguida uma sessão de fotos em que ela faria um strip-tease. Jeff se empolga com a idéia, mas logo sua visão fica embaçada e ele desmaia. Ao acordar ele está amarrado em uma cadeira e descobre que Hayley tinha colocado algo em sua bebida. Hayley começa a vasculhar a casa de Jeff, decidida a encontrar algo que o ligue a Dona Mauer, uma adolescente desaparecida há semanas. Mas caso não encontre alguma prova nem ele queira confessar, Hayley está decidida a usar outros meios para conseguir a informação que deseja.

:: Primeiras Impressões ::

Talvez o diretor David Slade seja mais conhecido como o realizador da adaptação cinematográfica da graphic novel 30 Dias de Noite, produção de Sam Raimi (trilogias Homem Aranha e The Evil Dead) e da terceira parte da “saga” Crepúsculo, Eclipse. Contudo, foi com o debut Menina Má.com (Hard Candy, no original) que Slade mostrou todo o seu talento como realizador. Escrito por Brian Nelson (que repetiria a parceria com Slade em 30 Dias de Noite), este longa de 2005 é um excelente exercício de interpretação, que envolve o espectador por quase duas horas com praticamente apenas duas pessoas em cena (o “casal” formado pelo até então pouco conhecido Patrick Wilson, de Watchmen – O Filme e Pecados Íntimos e pela estreante e talento em ascensão Ellen Page, que alguns anos depois seria indicada ao Oscar pelo seu papel como protagonista em Juno) e aposta num misto de realismo e non-sense para contar uma espécie de fábula psicológica de mistério que arrepiará até o último fio de cabelo do espectador (principalmente se o mesmo for do sexo masculino).

Um dos grandes pontos que destacam este clássico recente é a forma com que ele nunca delimita de forma contínua o caráter dos seus personagens, deixando sempre a marca da dúvida estampada em suas faces (em grande parte graças a competência do seu elenco). Num momento o espectador sente-se inclinado a acreditar nos pecados de um, no outro a dúvida impera e o que parecia verdade factual não mais convence. É dessa forma, com esse misto de sentimentos, com esta aura de dubiedade que David Slade e Brian Nelson conduzem este grande suspense psicológico, que consegue como poucos títulos aliar de forma equitativa clima e mensagem, tensão e discussão, medo e curiosidade. Apoiado numa trilha sonora discreta (a cargo da dupla Harry Escott e Molly Nyman), porém deveras competente, este produto cinematográfico concebido como Hard Candy já pode ser considerado como um clássico moderno do gênero, um produto que deixaria cânones do gênero, como Alfred Hitchcock, no mínimo orgulhosos.

Por fim, é uma pena que Slade não conseguiu engatar após este jovem marco cinematográfico, visto que seu segundo longa, 30 Dias de Noite, não conseguiu transmitir tanta empatia e força (é um bom filme, mas longe dessa sua primeira incursão como realizador), enquanto Eclipse, sua terceira e até agora última realização, apesar do sucesso financeiro, não conseguiu convencer nem seus fãs, muito menos a crítica especializada (ainda não conferi este filme). Sendo assim, espero eu que Slade volte a apostar em histórias autorais, que explorem toda a sua capacidade criativa, para quem sabe este possa voltar a nos presentear com obras tão complexas, porém simples em sua concepção, como este Hard Candy (para quem prefere, Meniná Má.com).

Elenco: Patrick Wilson, Ellen Page e Sandra Oh.

:: Ficha Técnica ::

Título original: Hard Candy

Gênero: Thriller

Duração: 113 min

Ano de lançamento: 2005

Distribuidora: Lions Gate Films / Paris Filmes

Direção: David Slade

Roteiro: Brian Nelson

Produção: Michael Caldwell, David Higgins, Richard Hutton e Jody Patton

Música: Harry Escott e Molly Nyman

Fotografia: Jo Willems

Direção de arte: Felicity Nove

Figurino: Jennifer Johnston

Edição: Art Jones

:: Trailer ::


:: Links ::

– Sinopse e Ficha Técnica: Adoro Cinema.

– Perfis do IMDB:

* David Slade

* Patrick Wilson

* Ellen Page

* Brian Nelson

* Harry Escott

* Molly Nyman

– MySpace de Harry Escott e Molly Nyman: mollyharry


:: Sinopse ::

Nos anos que antecederam a chegada da televisão (logo depois do final da Segunda Guerra Mundial), em uma pequena cidade da Sicília o garoto Toto (Salvatore Cascio) ficou hipnotizado pelo cinema local e procurou travar amizade com Alfredo (Philippe Noiret), o projecionista que se irritava com certa facilidade, mas paralelamente tinha um enorme coração. Todos estes acontecimentos chegam em forma de lembrança, quando agora Toto (Jacques Perrin) cresceu e se tornou um cineasta de sucesso, que recorda-se da sua infância quando recebe a notícia de que Alfredo tinha falecido.

:: Primeiras Impressões ::

É gratificante descobrir um clássico. Digo descobrir no sentido de assisti-lo, pela primeira vez, esperando encontrar uma obra que sustente toda a fama que carrega. Nem todos os filmes carregam consigo esse poder, muito menos mais de duas décadas após sua feitura (como é o caso deste Cinema Paradiso), contudo, este é um perfeito exemplo de obra que ultrapassou o tempo e continua viva, trazendo emoção, alegria, nostalgia, dentre outros adjetivos e sentimentos.

Não é de hoje que já tinha lido e ouvido algo acerca de Cinema Paradiso, contudo, após escutar um episódio do Rapaduracast (podcast do portal de cinema Cinema com Rapadura) temático sobre Ennio Morricone, um dos mais brilhantes maestros e compositores de trilhas sonoras para cinema, que por sinal assina a trilha do mesmo, senti-me inclinado a conferir Cinema Paradiso o quanto antes. E, após finalmente apreciar esta até então obra máxima do cineasta italiano Giuseppe Tornatore (do polêmico Malena e do recém-lançado Baaria), vencedora de vários prêmios importantes no meio cinematográfico, como melhor filme estrangeiro pela Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood (leia-se Oscar) e o Globo de Ouro, na mesma categoria, além do prêmio do júri no Festival de Cinema de Cannes, dentre outros, pude entrar para o já bastante largo hall daqueles que consideram este filme uma obra-prima do cinema moderno, podendo ser posto lado a lado à clássicos italianos de gênios como Ettore Scola, Federico Felini e Bernardo Bertolucci.

Narrando a história do garoto Salvatore e seu fascínio pelo cinema, o filme retrata o cotidiano de uma pequena cidade italiana, que vive o sofrimento do período pós-segunda guerra, tentando se reencontrar e que, através do cinema, expressa e absorve emoções e lições acerca da possibilidade de um futuro mais justo. O destaque do longa é, com toda a certeza, a amizade formada entre o garoto Salvatore (ou Toto, como é apelidado) e o projecionista do Cinema Paradiso, Alfredo (vivido com maestria pelo francês Philippe Noiret), onde acompanhamos suas trajetórias e seu apego e amor pela sétima arte.

Um outro ponto fundamental e que com toda a certeza, sem a sua presença, o filme não seria tão imponente é a trilha de Morricone. Simplesmente linda, ela é, com toda a certeza, mais um personagem do filme, já que percorre toda a projeção preparando e indicando ao espectador o momento exato de rir, de chorar, ou seja, de se emocionar e entrar neste fascinante universo concebido por Tornatore. A trama de Cinema Paradiso é concebida de maneira simples, contudo, nesta sua simplicidade reside uma profundidade ímpar, que enfoca em um ponto que nos é comum: a humanidade. Apesar de ter-se passado tanto tempo para que finalmente pudesse conferir esta obra, fico feliz de ter finalmente a apreciado.

Elenco: Philippe Noiret, Salvatore Cascio, Jacques Perrin, Marco Leonardi, Pupella Maggio, Antonella Anttilli e Isa Danieli.

:: Extras ::

O DVD não possui um excelente material adicional. A versão a qual assisti possui apenas sinopse e biografia de alguns dos atores do filme e do diretor Giuseppe Tornatore, além do trailer original de cinema. Muit pouco para um clássico desta estirpe.

:: Ficha Técnica ::

Título original: Nuovo Cinema Paradiso

Gênero: Drama

Duração: 123 min.

Ano de lançamento: 1988

Estúdio: TF1 Film Productions / Les Films Ariane / Cristaldifilm / RAI

Distribuidora: Miramax Films (Versátil Filmes, no Brasil)

Direção e roteiro: Giuseppe Tornatore

Produção: Mino Barbera, Franco Cristaldi e Giovana Romagnoli

Música: Andrea Morricone e Ennio Morricone

Fotografia: Blasco Giurato

Figurino: Beatrice Bordone

Edição: Mario Morra

:: Trailer ::

:: Links ::

Sinopse e Ficha Técnica: Adoro Cinema (http://www.adorocinema.com/filmes/cinema-paradiso/)

Prêmios: 70 Anos de Cinema (http://www.65anosdecinema.pro.br/2079-CINEMA_PARADISO_%281989%29)

Rapaduracast: podcast sobre cinema do portal Cinema com Rapatura