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Eis que mais uma jornada se completa e, à uma semana da estreia da segunda temporada da série Game of Thrones, concluo mais um livro das Crônicas de Gelo e Fogo, A Fúria dos Reis, que dá prosseguimento a saga iniciada em A Guerra dos Tronos. Deixando um pouco de lado os conflitos políticos, pelo menos no que se refere aos bastidores e ao “planejamento” das intrigas, este segundo tomo apresenta o início do conflito bélico para o domínio dos reinos que formam Winterfell, numa batalha suja e violenta, onde quatro importantes personagens se digladiam pelo “direito” ao título de rei.

Apesar de seguir a estrutura iniciada no primeiro livro, A Fúria dos Reis tem características próprias, estabelecendo mais detalhes a mitologia do universo criado por George R. R. Martin e, afora a grande guerra – óbvio cenário do livro -, o grande destaque do livro é o aprofundamento dos objetivos e motivações desses quatro candidatos ao trono, além dos diversos candidatos ao comando de demais “províncias”.

Martin continua dominando o leitor como poucos, visto que apesar de ter escrito um verdadeiro calhamaço (este volue contém cerca de 620 páginas), em nenhum momento a narrativa apresentada soa cansada  ou desnecessária (no máximo a descrição da batalha naval, nos capítulos finais do livro, que não são mal elaboradas, mas que ferem um pouco a objetividade apresentada no primeiro livro, que preferia não descrever conflitos, mas apenas citá-los a posteriori), pelo contrário, a cada novo capítulo a vontade de continuar a degustar o livro só aumenta.

De um início onde somos jogados a um novo “pacote” de personagens, passando por um miolo angustiante e triste, e concluindo com um clima amargo e sem muita esperança – de certa forma anticlimático, ao contrário do final de A Guerra dos Tronos -, A Fúria dos Reis é uma sequência nivelada ao livro primeiro,  que evolui a história de maneira eficiente e pontual, solucionando alguns pontos do volume anterior, enquanto expõe novos dilemas neste complexo jogo de tronos, que, apesar da suspeita de decisão apresentada ao final do livro, está longe de terminar. Agora, resta acompanhar a versão para TV e torcer para que esta seja tão competente – em fidelidade e adaptação a nova mídia – como fora a sua primeira temporada. A partir do próximo dia 1º de abril saberemos e, com isso, prosseguirei na missão de registrar, capítulo a capítulo, minhas impressões acerca deste agora bastante esperado evento.

Para quem deseja sentir um gostinho, logo abaixo está disponível um vídeo que resume o que aconteceu na primeira temporada e introduz a segunda. Confira já:

Game of Thrones – You Win or You Die [promo video]

 

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A Guerra dos Tronos (Livro)

Game of Thrones – 1ª Temporada:

* 01. The Winter is Coming

* 02. The Kingsroad

* 03. Lord Snow

* 04. Cripples, Bastards and Broken Things

* 05. The Wolf and the Lion

* 06. A Golden Crown

* 07. You Win or You Die

* 08. The Pointy End

* 09. Baelor

* 10. Fire and Blood

Muito bacana o primeiro livro da Trilogia da Escurdião, escrito a quatro mãos pelo cineasta Guillermo Del Toro (do premiado O Labirinto do Fauno e da adptações cinematográficas dos quadrinhos de Hellboy) e pelo romancista Chuck Hogan (autor de Prince of Thieves, que foi recentemente adptado para o cinema sob a direção do também ator Ben Affleck, com o título de The Town, sendo Atração Perigosa no Brasil), publicado originalmente em 2009. Intitulado Noturno, tem tudo aquilo que faz o leitor devorar páginas e mais páginas sem perceber o tempo passar. A trama do livro passa pelo universo dos vampiros, mas quem conhece parte da filmografia de Del Toro (além das obras de Hogan) sabe que nada que sai de sua mente é assim comum.

Eis a sinopse do livro:

Um boeing 747 vindo de Berlim chega ao aeroporto JFK, em Nova York, e, subitamente, para na pista com todas as cortinas abaixadas, luzes apagadas e o sistema de comunicação em pane. Uma equipe de emergência cerca o avião e observa, incrédula, aquele caixão branco gigante em contraste com o céu noturno. O que se vê lá dentro é uma cabine similar a um túmulo onde todos parecem mortos. O alarme se transforma em terror quando se descobre que este misterioso acontecimento é apenas o primeiro de uma invasão que se estenderá por todo o planeta, uma onda sinistra que ressuscita os medos mais ancestrais da raça humana e dá início a uma sangrenta batalha entre homens e vampiros.

Está em Noturno o cotidano atual reconhecível, contudo quando um estranho evento tem início num aeroporto, a tranquilidade da cidade de Nova York é posta a prova. Personagens distintos como um estrangeiro europeu sobrevivente da II Guerra e especialistas do Centro de Controle de Doenças são entrecortados junto aos seres da escuridão, que, como adiantado acima, não são exatemente aquelas figuras que estamos acostumados a reconhecer como vampiros. Sendo assim, nada de vampiros semelhantes aos da série Crepúsculo,de Stephenie Meyer ou das Crônicas Vampirescas, de Anne Rice, por exemplo. As criaturas apresentadas aqui são o oposto do humano, são brutas e anômalas, a antítese do considerado natural aos olhos do homem.

Guillermo Del Toro (acima) e Chuck Hogan.

Com um clima bacana e um ritmo bem empregado, inclusive com subcapítulos curtos que facilitam a leitura do livro a qualquer tempo livre do leitor, Noturno é o típico trabalho que evolui conforme sua função de ambientação é cumprida e o mesmo passa a realmente desenvolver o enredo, “concluindo” com um gancho bacana, que não nega a influência cinematográfica (por sinal acho que o livro daria uma excelente série de TV). Sei que o mercado está fervendo e não faltam bons títulos do gênero, contudo, para aqueles que estão se perguntando o que deveriam ler e curtem o estilo, tanto de Del Toro quanto de Hogan, mas também apreciam autores como Stephen King e até mesmo H. P. Lovecraft (do qual Del Toro é fã confesso), além de séries como Lost e The Walking Dead (pelo clima empregado, não pela similaridade na trama) indico a visita. Por enquanto só saíram as duas primeiras partes da Trilogia da Escuridão por aqui, através da editora Rocco, mas não deve demorar para ser publicado o tomo derradeiro.

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– Sinopse extraída do site da Livraria Cultura

Ficha do IMDb:

* Guillermo Del Toro

* Chuck Hogan

Não vou me ater a sinopse desta obra. Caso você não conheça ou queira se conhecer o que é A Guerra dos Tronos (A Game of Thrones, no original), sugiro que clique aqui ou acesse alguns dos sites relacionados ao final do post. O que objetivo colocar aqui nada mais são do que minhas impressões sobre este primeiro capítulo da série Crônicas de Gelo e Fogo, do escritor norte-americano George R. R. Martin. Sendo assim, vamos a elas.

Primeiramente, A Guerra dos Tronos é uma obra político-socio-comportamental disfarçada de fantasia. Ou seja, sua atratividade encontra-se no conflito de cada um dos (vários, por sinal) personagens apresentados. Apesar do cenário da obra ser um universo fictício, em uma época fictícia, o enredo atrae devido à excelente construção das personalidades dos personagens que habitam este “mundo fantástico”, que refletem diretamente nossas próprias características como seres humanos.

Fragilidade, egoísmo, altruísmo, honestidade, traição, sacrifício, idealismo, fé, dúvida, ganância, covardia, mesquinheza, manipulação. Estes e outros atos/sentimentos do homem são refletidos e discutidos na obra, através do entrelaçamento dos diversos personagens que nos são mostrados nas mais de 500 páginas deste capítulo inicial, onde reis são depostos, traições são recorrentes e a honra, moral e rentidão são cada vez mais postos de lado. Reflexo dos nossos dias?

Contudo, apesar do grande destaque da obra ser o de se aprofundar na análise das várias faces do homem, se o enredo/trama que move este universo não tivesse qualidade, a obra não se sustentaria. E esta, apesar de não ser de fato completamente original, ganho o leitor pelo forte apelo racional, visto que apesar do livro possuir uma ambientação e ter como cenário um lugar/período classificado como fantástico, a aproximação desse universo com o nosso nos transporta de imediato a este lugar  dotado de cavaleiros, espadas, “dragões” e reinos. Portanto, indico esta obra até mesmo àqueles que não são entusiastas do gênero, pois estes poderão apreciar o riquíssimo subtexto da obra. Para aqueles que são fãs do estilo, com certeza serão surpreendidos pela complexidade e riqueza da obra como um todo. Nesta obra, o importante não são as personagens, mas sim as características (qualidades e defeitos) que formam e fazem estes personagens serem o que são, assim como acontece com todos nós.

Série de TV

Por fim, é válido citar que a série de livros Crônigas de Gelo e Fogo estão sendo adaptadas para a televisão, através de um seriado bancado pelo canal norte-americano HBO (que possui alta credibilidade, sendo responsável por excelentes produtos seriados- de gêneros diversos – como Família Soprano, Band of Brothers, The Pacific, True Blood, Oz, dentre outros, além de vários filmes feitos para TV que volta e meia são premiados pelo Globo de Ouro e/ou Emmy). Cada temporada da série (com média de 12 capítulos, por temporada) adaptará um dos livros de Martin.

A primeira temporada, que adapta este A Guerra dos Tronos, estreará no próximo dia 17 de abril, nos Estados Unidos. E, a julgar pelos vídeos lançados até o momento, incluindo uma prévia de 14 minutos do episódio piloto, esta super-produção será bastante fiel a obra mãe. Portanto, um produto imperdível. No entanto, a estréia em terras brasileiras ainda não foi definida, mas com certeza não demorará muito. Agora é só aguardar. Enquanto isso, sugiro que comprem o livro e entrem nesse mundo de cabeça. Uma obra que merece ser lida e, conseqüentemente, discutida.

:: Links::

Sinopse de A Guerra dos Tronos (Game of Thrones): Wikipédia (pt-br)

Sinopse das Crônicas de Gelo e Fogo(A Song of Ice and Fire): Wikipédia (pt-br)

Site oficial da série de TV: HBO’s Game of Thrones

Game of Thrones BR (maior portal de informações da série de livros e TV do Brasil)

Primeiro capítulo de A Guerra dos Tronos grátis para leitura: Omelete

Galeria de Imagens de A Guerra dos Tronos: Google Imagens