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Muito me surpreende esta série ter produção e roteiros de Howard Gordon, visto que esse foi um dos produtores da visceral série 24 Horas, que afora sua qualidade como entretenimento, possuia uma linha política um tanto quanto distinta da apresentada na série aqui a ser comentada, Homeland. Enquanto a primeira, apesar de não totalmente, possuir um certo recheio direitista e conservador, no que tange a resolução de suas ideias e temáticas de cunho político-social – independentemente de possuir o primeiro Presidente negros da história dos Estados Unidos, mesmo que na ficção – , Homeland é exatamente o oposto, pois apesar de lidar com um tema extremamente atual e delicado, o terrorismo, o faz de uma forma mais neutra, apresentando não só o estereótipo do terrorista difundido aos quatro ventos pela mídia – árabe, muçulmano, suicida, extremista -,  mas sim que o “inimigo” da liberdade pode pertencer a qualquer nacionalidade/etnia, pode estar em qualquer ponto do globo, além de poder ser cooptado por qualquer um, bastando apenas que essa então difundida ideologia de libertação através de atos de terror seja aceita pelo mesmo. Portanto, como grande destaque desse primeiro episódio da série reside a inversão de valores e a coragem de tocar na ferida que foram (e continua a ser) as guerras do Afeganistão e do Iraque, não só para os povos dessas regiões – “avanços” no que tange a promoção da liberdade à parte, muita coisa errada foi feita com “ótimas” intenções – mas para o próprio povo norte-americano, que foi jogado em uma guerra onde muitos não sabiam o por que.

Já ficou mais que claro que a construção da série é o grande destaque da mesma, contudo, somente ela não seria suficiente para segurar a audiência (por sinal, muito boa para um produto veiculado num canal pago), e a mesma tem qualidade de sobra além do conceito. Encabeçada pela dupla Claire Danes (Stardust, O Homem Que Fazia Chover) e Damian Lewis (Band of Brothers), respectivamente a agente da CIA que desconfia das razões do soldado interpretado por Lewis ter sido liberado pelos insurgentes afegãos após cerca de 10 anos de cárcere. Ambos estão muito bem em seus papéis, entregando uma interpretação contida, na qual os pequenos detalhes, como expressões e gestos, acabam dizendo mais do que as palavras proferidas. Homeland também conta com o excelente Mandy Patinkin, que interpreta o tutor da personagem de Danes, que funciona como centro moral e pai da personagem, e que apesar do papel pequeno em comparação ao dos protagonistas, marca e rouba a cena a cada entrada.  Por fim, destaque para a presença da brasileira Morena Baccarin (V), com um visual (e papel) a lá Ashley Judd, entregando beleza e carisma a sua personagem, esposa do sargento Brody, personagem de Lewis.

Misto de thriller e drama, Homeland na certa é a melhor série da temporada 2011-2012. Inteligente, intrigante e marcante, além de questionadora, apresenta um panorama muito rico e um grande leque de temas a serem discutidos, todos eles encabeçados pelos meandros do que nos é apresentado como terrorismo. Entretanto, mais do que um entretenimento inteligente, Homeland é um seriado que não se contenta em entregar resoluções ao espectador, pelo contrário, esta adaptação de um programa israelense criado por Gideon Raff (que inclusive participa ativamente da versão americana, atuando como consultor e produtor-executivo) e desenvovida pelo citado Howard Gordon (24 Horas) e Alex Gansa (Numb3rs, Entourage) – ambos são tanto produtores quanto roteiristas – sugere mais do que soluciona, deixando o espectador vivenciar a situação, mas sem promover juízo de valor, pois esse cabe apenas a quem está conferindo a série. A temporada ainda não acabou, mas posso dizer desde já que a série tem tudo para ficar entre as três melhores de 2011, ao lado de Game of Thrones e The Killing. Potencial existe, basta apenas desenvolvê-lo episódio a episódio.

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Homeland é produzida pela Twentieth Century Fox e exibida todos os domingos no canal Showtime (o mesmo do sucesso Dexter). Sua estréia nos Estados Unidos se deu no último dia 2 de outubro. Ainda não há previsão de estréia no Brasil.

:: Trailer ::

Sem Legendas

:: Links ::

– Site Oficial: Homeland

Página oficial no IMDb

Fichas do IMDb:

* Howard Gordon (produtor-executivo, co-criador e roteirista)

* Alex Gansa (produtor-executivo, co-criador e roteirista)

* Gideon Raff (produtor-executivo)

* Claire Danes

* Damian Lewis

* Morena Baccarin

* Mandy Patinkin

Sargento Brody (Damian Lewis), a agente da CIA Carrie (Claire Danes) e seu superior Saul (Mandy Patinkin) fazem parte do núcleo central de Homeland.

E finalmente foi concluída a segunda temporada da série V. O décimo episódio, intitulado Mother’s Day, foi exibido nesta última terça-feira (15 de março) nos Estados Unidos. Este episódio apresenta diversas soluções inesperadas e emocionantes, atiçando assim o expectador para conferir a próxima temporada, que terá início apenas no próximo ano.

A série V trata da chegada dos Visitantes (Visitors), alienígenas que vieram à Terra com o intuito de ajudar a humanidade no seu processo de evolução e desenvolvimento, seja este tecnológico e científico, até mesmo socio-cultural. Contudo, por trás destas boas intenções existe, como de costume em produções que abordam este tema, um plano de dominação por parte dos Visitantes à humanidade.

V é um produto bem acabado. Por ter temporadas curtas – a primeira possui 12 episódios, enquanto esta estacionou em 10 -, a série consegue passar as informações necessárias ao expectador, sem utilizar o velho recurso de “encher linguiça” das séries com 24 episódios, por exemplo.

Apesar de ter uma premissa interessante e focar mais no quesito conspiração do que na ação (ela existe, mas é pontual) e nos efeitos-visuais (sempre necessários à este tipo de produto) – que por sinal evoluíram bastante desde os primeiros episódios -, V ainda comete alguns erros no quesito narrativa, com algumas subtramas que não dinamizam ou contribuem com o plot principal e às vezes parece se repetir. Contudo, no geral é um produto bem interessante que, infelizmente não conseguiu manter o excelente público de estréia (cerca de 14 milhões de expectadores nos EUA), hoje estacionado na média de 5 milhões.

No entanto, o que quero destacar aqui realmente é o episódio final da segunda temporada que, ao contrário dos outros, apresenta em seus pouco mais de 40 minutos reviravoltas surpreendentes, com direito à mortes de personagens primordias para a série (pelo menos até então), traições, planos frustrados, a revelação de um Visitante em sua forma natural (os aliens chegaram ao planeta “disfarçados” com pele humana sintética), além de um gancho final de deixar o queixo caído – bem melhor do que a chuva vermelha do final da primeira temporada -, fazendo minha expectativa quanto a continuidade da série aumentar consideravelmente.

Por fim, não irei comentar acerca da trama em si pois não quero revelar spoilers. Além disso, esta temporada ainda não foi exibida no Brasil – e continua sem previsão de estrear. Sendo assim, recomendo que acompanhem a série, que possui qualidade suficiente para conquistar os fãs de sci-fi e seriados em geral.

P.S.: Nem perguntem como fiz para acompanhar a série. Mas não é tão difícil de advinhar.

:: Links ::

Trailers:

Primeira Temporada (2009/2010)

Segunda Temporada (2011)

Promo do Episódio Piloto

Lista de Episódios: Wikipedia

Dados no IMDB