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:: Sinopse ::

Sob a sombra do 11 de Setembro, o prefeito e super-herói Mitchell Hundred realiza um casamento entre um bombeiro e seu velho namorado, um ativista gay republicano. Mas as atribulações de sua vida vão muito além: há terríveis assassinatos sendo cometidos no subsolo de Nova York.

:: Impressões ::

Passado o estranhamento natural das primeiras edições – não há mais a necessidade de se habituar ao cenário novo, nem a personalidade dos personagens principais -, Ex Machina ganha contornos de ironia e suspense neste segundo arco, intitulado Símbolo. Continuando a marca das edições anteriores, a HQ intercala lembranças de Mitchell Hundred enquanto atuava como A Grande Máquina com seu conturbado início como principal gestor da cidade de Nova York, destacando os momentos de menos destaque operacional do então prefeito, que tem que equilibrar a caça a um homicida que marca presença nos túneis de metrô da cidade com a polêmica decisão de Hundred em oficializar um casamento gay sob o auspício de sua gestão.

Com uma trama mais “leve” como esta, Brian K. Vaughan consegue imprimir um tom mais irônico aos diálogos, visto que, como frisado acima, a necessidade de apresentação do núcleo principal de personagens já não se mostra necessária – tanto isto é verdade que dois personagens que ganharam um destaque considerável em “Estado de Emergência“, Kremlin, antigo fornecedor de equipamentos de Hundred quando este atuava como super-herói  e Bradburry, seu atual guarda-costas, praticamente não dão as caras – o primeiro não aparece em momento algum do arco Símbolo. Além disso, apesar da tensão provocada pela série de assassinatos, o enredo parece correr mais rápido do que o arco anterior, ganhando destaque informações importantes acerca de alguns elementos que deram poder a Mitchell Hundred.

Enfim, Ex Machina – Símbolo mantém, na medida do possível, a mesma dinâmica apresentada no encadernado anterior, só que focando em elementos ainda não discutidos, portanto, faz a ponte evolutiva natural de uma obra. Os diáologos continuam diretos e cheios de referências – devidamente explicadas no glossário disponível ao final da graphic novel – e o traço de Tony Harris mantém a classe de sempre, sedimentando ainda mais sua importância para as páginas de Ex Machina ganharem vida para o leitor. E a história continua…

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Ex Machina – Símbolo é um relançamento da Panini Comics no formato encadernado, reunindo as edições 6 à 10 da série norte-americana, num total de 148 páginas.

:: Links ::

Review do encadernado anterior, Ex Machina – Estado de Violência

Sinopse de Símbolo: Universo HQ

:: Sinopse ::

Mitchell Hundred era um engenheiro civil como tantos outros até que um evento muito estranho lhe conferiu poderes especiais e ele se tornou o primeiro super-herói do mundo.  No entanto, cansado de aventuras que não mudavam nada, Mitchell decide que é hora de fazer alguma coisa mais significativa pelo mundo – algo que jamais conseguiu sendo o herói conhecido com A Grande Máquina. Assim, decide concorrer à prefeitura de Nova York e consegue uma vitória esmagadora.

:: Impressões ::

Criação de Brian K. Vaughan, celebrado criador de obras como a graphic novel Os Leões de Bagá (belíssimo, por sinal) e a série Y – O Último Homem, além de ter roteirizado alguns episódios do fenômeno televisivo Lost, apoiada no traço de Tony Harris (Starman, Homem-Aranha: Com Grandes Poderes…), Ex Machina é uma história de conceito revisionista e atual, que abraça pelo menos dois cenários no mínimo interessantes, o “mundo” pós os atentados de 11 de setembro de 2001 e a possibilidade do primeiro e único super-herói da humanidade – o Grande Machina – vir a ser eleito prefeito da cidade de Nova York, após o mesmo evitar a destruição de uma das torres do World Trade Center e revelar sua identidade ao público. A partir desse mote, vamos acompanhando a rotina de Mitchell Hundred (o Ex Machina do título) como prefeito, tomando decisões delicadas e acompanhando a realidade e a complexidade de eventos advindo tanto da situação pós-atentado, quanto a do próprio cargo em si.

São levantadas dúvidas, receios e crises de consciência, inclusive com antigos amigos da época em que Hundred atuava como vigilante. Um aspecto interessante do enredo é que o mesma vai se desdobrando de forma não linear, entrecortando os primeiros meses de sua gestão à elementos do seu passado como herói, tornando assim a narrativa ágil e interessante, apostando nos subtextos complexos, enquanto apresenta uma história linear e objetiva,  na medida do possível, claro.

Ex Machina – Estado de Violência reúne as primeiras 5 edições da já concluída série, publicada originalmente pelo selo Wildstorm nos Estados Unidos. Com elementos de ação, crítica político-social e ficção-científica, esta série, apesar deixou uma excelente impressão ao final dessa primeira compilação, trazendo grande expectativa para as edições seguintes. É verdade que o que foi apresentado não foi mais do que uma apresentação a esse cenário, contudo o mesmo serviu como alicerce a proposta de Vaughan e Harris, deixando então à expectativa para o desenrolar do mandato de Mitchell Hundred nas páginas de Ex Machina, que abarcará todo o seu mandato como prefeito da Big Apple. A série não é um cabedal de complexidade ou inventividade, mas sim um painel criativo e interessante, que entretém enquanto pincela alguns temas que podem (ou não) gerar algum questionamento mais aprofundado. Que venham os próximos volumes.

Obs.: É válido destacar o glossário disponível ao final da história e que foi elaborado pela Panini Comics, visando auxiliar a compreensão do leitor devido a imensidão de referências contidas no texto de Brian K. Vaughan.

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Ex Machina – Estado de Violência é um relançamento da Panini Comics no formato encadernado, reunindo as 5 primeiras edição (um arco fechado) da série norte-americana, num total de 148 páginas.

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Sinopse: Universo HQ 

Biografia de Brian K. Vaughan: Wikipédia / Panini Comics

Biografia de Tony Harris: Wikipédia 

– Site da Panini Comics 

Mais uma história lançado sobre o selo Marvel Knights, Homem-Aranha: Com Grandes Poderes…, escrita por David Lapham (Batman – City of Crime)e ilustrada por Tony Harris (Ex-Machina), nada mais é do que mais uma revisita à origem do personagem. Dividida em cinco partes, a história tem como diferencial, em comparação ao enredo original de Stan Lee, o foco em um Peter Parker mais irresponsável, tanto pelo peso do descobrimento dos poderes de aranha, quanto pelas próprias características advindas do período de adolescencia, além, é claro, do impacto constante de bullying sofrido por Parker anteriormente ao acidente que o confere poderes sobrehumanos.

Sem um fechamento efetivo (sugerindo então uma possível continuação à série, que até então não foi confirmada – passaram-se 3 anos de sua publicação), Homem-Aranha: Com Grandes Poderes… é um material interessante para os não iniciados na trajetória do personagem e que desejam um material independente para que possam adentrar no universo do mesmo. É claro que esta história não pertence a cronologia oficial do personagem, contudo não há grandes diferenças entre o enredo desta e a essência do personagem em suas histórias, digamos, oficiais.

Quanto aos leitores já iniciados, que acompanham, acompanharam ou possuem um bom conhecimento acerca do universo do Homem-Aranha, não recomendo à leitura desse produto, principalmente por que o mesmo não apresenta nenhuma novidade, no que se refere à uma nova leitura ou interpretação do personagem. Por sinal, a revisita da origem do personagem feita por Brian Michael Bendis (roteiro) e Mark Bagley (desenhos) na série Ultimate (universo alternativo dos personagens da Marvel Comics) é bem melhor, em todos os sentidos – talvez não no traço, mas isso não faz assim tanta diferença em termos narrativos – do que Homem-Aranha: Com Grandes Poderes… .

Sendo assim, reforço que essa história é indicada principalmente aqueles que não tem grande conhecimento sobre o personagem, principalmente os que não conhecem a fundo a origem do personagem e seus primeiros anos em ação (ou seja, talvez aqueles que conheçam o personagem apenas pelos filmes ou desenhos animados).  Até agora, dentre as séries de encadernados sob o selo Marvel Knights que saíram no Brasil, Homem-Aranha: Com Grandes Poderes… é a mais fraca, não pelo enredo/traço em si, mas sim por não ousar em sua abordagem, nem apresentar novidades à estrutura narrativa e/ou estética do personage. Portanto, apesar de estar longe da perfeição, a outra HQ conferida da série, Capitão América: A Escolha, é um produto mais interessante (mesmo não sendo realmente uma história do Capitão América como personagem principal) e portanto melhor do que Homem-Aranha: Com Grandes Poderes…

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Homem-Aranha: Com Grandes Poderes… foi lançado no Brasil pela editora Panini, numa caprichada edição em capa dura que reúne as cinco partes da minissérie publicada originalmente, nos Estados Unidos, no ano de 2008. O preço cobrado pela obra é bastante justo, principalmente pela alta qualidade de sua formatação por aqui.