Arquivo da categoria ‘Cinema’

:: Sinopse ::

No início do século XXI, uma grande corporação desenvolve um robô que é mais forte e ágil que o ser humano e se equiparando em inteligência. São conhecidos como replicantes e utilizados como escravos na colonização e exploração de outros planetas. Mas, quando um grupo dos robôs mais evoluídos provoca um motim, em uma colônia fora da Terra, este incidente faz os replicantes serem considerados ilegais na Terra, sob pena de morte. A partir de então, policiais de um esquadrão de elite, conhecidos como Blade Runner, têm ordem de atirar para matar em replicantes encontrados na Terra, mas tal ato não é chamado de execução e sim de remoção. Até que, em novembro de 2019, em Los Angeles, quando cinco replicantes chegam à Terra, um ex-Blade Runner (Harrison Ford) é encarregado de caçá-los. (Fonte: Adoro Cinema).

:: Impressões ::

Filme policial de clima noir futurista, Blade Runner é uma das ficções-científicas mais adoradas do cinema. Adaptado do romance Do the Androids Dream of Eletric Sheep, de Philip K. Dick, por Hampton Fancher (O Mistério das Caraíbas) e David Peoples (Os Imperdoáveis), este filme foi marcado por diversos insucessos (fracasso nas bilheterias e má recepção da crítica na época de lançamento, alterações na montagem final pelos produtores – de 1982 até hoje, o filme passou por pelo menos três montagens distintas -, brigas entre elenco e diretor), mas pouco a pouco foi obtendo destaque, até alcançar o patamar de cult movie, sendo hoje considerado por muitos como umas das maiores obras de ficção-científica da história do cinema e talvez o melhor trabalho do inglês Ridley Scott(Prometheus) como diretor.
Apesar do início anti-climático, que lembra bastante o clima do filme neo-noir Chinatown, de Roman PolanskiBlade Runner vai ganhando ritmo compassadamente, até entrar em aceleramento lá pela primeira hora de projeção, quando o filme avança carregado de tensão e medo, em especial graças a excelente atuação do holandês Rutger Hauer (A Morte Pede Carona), que entrega aqui sua interpretação mais icônica e a trilha-sonora assinada pelo compositor grego Vangelis (Carruagens de Fogo), que cria o clima perfeito para a ação em desenvolvimento com seus sons sintetizados e inorgânicos.
Estrelado pelo recém-lançado a fama Harrison Ford (Os Caçadores da Arca Perdida) e contando também com performances emblemáticas de até então novos rostos (que posteriormente ficariam apenas nisso) como Daryl Hannah (Kill Bill Vol. 1) e Sean Young (Sem Saída), o filme dirigido por Ridley Scottarrisca e entrega um enredo carregado de elementos filosóficos existencialistas, através do subterfúgio de um androide em busca de sobrevivência, num futuro recente (2019, coincidentemente o mesmo ano de outro filme comentado neste blog, O Sobrevivente, que infelizmente é infinitamente – tanto esteticamente, quanto em conteúdo – inferior ao filme aqui destacado) onde tais “seres” tem prazo de validade curtíssimo, com a única serventia de realizar trabalhos de curta duração aos seres humanos. Repleto de mensagens complexas, que aparecem mais como sugestões que que explicitamente, Blade Runner continua impecável até hoje, apesar do futuro exposto provavelmente não ter relação alguma com nossa realidade daqui há cerca de 7 anos.
Se no campo das ideias o filme permanece fresco e interessante, com muitas possibilidades de debates e, principalmente, de interpretações, no campo estético o filme perde um pouco, até por que muitas das previsões visuais pregadas pelo filme não se concretizaram, trazendo este uma carga mais próxima à época de seu lançamento, ou seja, o estilo visual carregado e “sintetizado” da década de 1980, do que da vigente. No entanto, observando um escopo maior, este não desagrada o olhar ou atrapalha a narrativa do filme, na verdade este certo afastamento para com nossos dias acabam fortalecendo-o, dando a este um caráter mais misterioso e idílico, que casa perfeitamente aos temas de Vangelis, outro aspecto fortemente relacionado a década de 1980 arraigado ao filme.
Lançado numa época de criatividade ímpar para o cinema de ficção-científica, onde tivemos o nascimento ou fortalecimento do cinema promovido por caras como Steven SpielbergGeorge Lucas,James CameronRobert Zemeckis e do próprio Ridley ScottBlade Runner talvez seja a maior referência da época, com seu estilo temático e visual próprio, sua abordagem distinta e seu clima particular, permanecendo estudado e reverenciado pelos entusiastas da sétima arte e descoberto pelas novas gerações, fato mais do que comprovado com o recente interesse de produzir uma sequência para o filme, como pelas grandes produções do gênero que galgaram também um status de cult nos últimos anos, como Matrix, claramente influenciado – propositalmente ou não – pelo filme de Scott, Ford, Hauer, Vangelis, Hampton, Peoples e cia.
Obs.: A versão conferida para avaliação foi a definitiva de 25 anos, lançada em DVD em 2007. Por enquanto, esta é a atestada como mais próxima ao que Ridley Scott pretendia quando filmava a produção, de acordo com as palavras do próprio, em depoimento exibido antes do início da projeção do filme.
:: Ficha Técnica ::
Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Daryl Hannah, Edward James Olmos e William Sanderson.

Título original: Blade Runner

Gênero: Ficção-científica / Policial

Duração: 117 min.

Ano de lançamento: 1982

Estúdio: The Ladd Company / Shaw Brothers / Blade Runner Partnership

Direção: Ridley Scott

Roteiro: Hampton Fancher, David Peoples, baseado em livro de Philip K. Dick

Produção: Michael Deeley, Charles de Lauzirika

Música: Vangelis

Fotografia: Jordan S. Cronenweth

:: Trailer ::

:: Sinopse ::
Em 1757, franceses e ingleses lutam pelas terras da América do Norte utilizando como soldados índios nativos. Hawkeye (Daniel Day-Lewis) é um dos índios envolvidos na guerra, que se torna alvo do amor de Cora (Madeleine Stowe), filha de um oficial britânico, após salvá-la com mais uma jovem de um ataque da tribo dos franceses. (Fonte: CinePlayers).
:: Impressões ::
Espetáculo visual comandado por Michael Mann (Miami Vice), O Último dos Moicanos é um raro épico que não privilegia cenas e sequências épicas, mas sim a ambientação de época e o conflito vigente, com a finalidade não apenas de impactar o espectador, mas principalmente de transportar o mesmo para um período distinto de sua vivência. Ambientado no século XVIII, durante a guerra entre França e Inglaterra por territórios nos Estados Unidos, o longa-metragem dirigido e co-roteirizado por Mann (em parceria com Christopher Crowe) é possuidor de um poder imagético fabuloso, seja pelo destaque à natureza, seja pela direção de arte e pelos bem acabados figurinos, não importa qual seja o foco da avaliação, a parte visual do filme é deslumbrante e com um toque realista.
Estrelado pelo brilhante ator irlandês Daniel Day-Lewis (Meu Pé Esquerdo), no talvez único papel de sua carreira em que sua interpretação tenha sido mais sobre o aspecto físico do que pela fala, entonação e gestos e pela bela Madeleine Stowe (Os 12 Macacos), O Último dos Moicanos é dono de uma trama até certo ponto simples e objetiva, tratando não só do conflito entre França e Inglaterra e sua óbvia repercussão perante as tribos indígeno-americanas, mas também das motivações pessoas do branco criado como índio (Day-Lewis), da mulher branca a frente de seu tempo (Stowe) e de um nativo em busca de vingança (Wes Studi, de Dança com Lobos). Sendo assim, apesar do viés macro, o grande achado do filme é abordar aspectos humanos, de honra à vingança, numa escala de cinza, onde enxergamos heróis e vilões, porém ambos apresentam motivações suficientes para justificarem seus atos e status quo.
Além disso, apesar de não ser o foco principal, O Último dos Moicanos apresenta um dos mais belos momentos de romance do cinema na década de 1990, não tanto pela origem do sentimento entre os personagens de Day-Lewis e Stowe – que se dá de forma rápida, porém crível -, mas sim pelas cenas elaboradas que exploram a relação de ambos, quase sempre apoiadas por um belo trabalho do diretor de fotografia Dante Spinotti (Inimigos Públicos) e do belíssimo tema composto pela dupla Trevor Jones (Em Nome do Pai) e Randy Edelman (O Máscara).
Feito para o público adulto e principalmente para aqueles que preferem filmes mais pé no chão, sem floreios ou concessões cômicas, O Último dos Moicanos foi o primeiro grande filme de Michael Mann,mais um excelente trabalho de Day-Lewis como criador de personagens multifacetados, com personalidades próprias e compostos através de sutilezas e o abridor de portas para a feitura de épicos com tonalidade mais crível, sem medo de ser belo, violento, contundente ou romântico, abraçando o estilo e aplicando personalidade ao mesmo. Enfim, um marco fabuloso do cinema, com certeza um “jovem” clássico.
Obs.: Este filme é uma adaptação tanto do romance homônimo escrito por James Fenimore Cooper, quanto do filme de 1936, de George B. Seitzutilizando elementos de ambas as obras.
 :: Ficha Técnica ::Elenco: Daniel Day-Lewis, Madeleine Stowe, Wes Studi, Russell Means, Eric Schweig, Jodhi May e Steven Waddington.

Título original: The Last of the Mohicans

Gênero: Épico / Aventura

Duração: 114 min.

Ano de lançamento: 1992

Estúdio: Morgan Creek Productions

Direção: Michael Mann

Roteiro: Michael Mann, Christopher Crowe

Produção: Hunt Lowry, Michael Mann

Música: Randy Edelman, Trevor Jones

Fotografia: Dante Spinotti

Edição: Dov Hoenig, Arthur Schmidt

 

:: Trailer ::

:: Sinopse ::

Em uma época futura um jovem (Casper Van Dien), após graduar-se, quer se alistar nas forças armadas para tornar-se um “cidadão” e deixar de ser um mero civil. Também faz isto por causa da namorada (Denise Richards), por quem é apaixonado. Um amigo (Jake Busey) em comum do casal se alista e é designado para servir na parte de planejamento estratégico. Ela é encaminhada para pilotar naves de combate, mas ele vai servir na infantaria, que é um posto menos prestigiado. Porém, ele demostra tal afinco nos treinamentos que se torna líder de um pelotão, mas por causa de um erro seu um colega morre em uma simulação de batalha. Quando ele pede dispensa, pois sua namorada está envolvida com seu instrutor, descobre que sua cidade natal, Buenos Aires, não existe mais em virtude de um ataque de insetos alienígenas do planeta Klendathu. Assim, ele volta atrás na sua decisão e vai fazer parte da grande ofensiva terrestre contra estes insetos (que são gigantescos e às vezes medem 30 metros) no planeta deles. Mas o alto comando terrestre subestima demais a capacidade de reação dos inimigos e em poucas horas morrem mais de 300 mil terrestres na ofensiva. Fica claro então que esta guerra vai decretar o fim de uma espécie e está claro que um inseto inteligente comanda as ações, que pretendem exterminar com a raça humana (Fonte: Adoro Cinema).

:: Impressões ::

Já se passaram  duas décadas e meia desde que o visionário cineasta holandês Paul Verhoeven (Robocop – O Policial do Futuro, Instinto Selvagem) entregou seu último filme evento, um blockbuster de raiz – O Homem Sem Sombra, de 2000, apesar de comercial está longe de apresentar a grandiosidade até então recorrente nas produções do holandês – , dono de quase todos os elementos que marcaram seus filmes hollywoodianos. Tropas Estelares tem a cara do seu realizador. Está nele a ironia, o pessimismo, o sarcasmo, o futuro recente distópico, a crítica midiática, o exagero artístico e, principalmente, as altas doses de violência estilizadas que são marcas de Verhoeven. Entretanto, apesar dos elementos estarem dispostos, isso não faz de Tropas Estelares um grande filme. Pelo contrário, talvez a reunião da marca do cineasta com um orçamento gigantesco tenha feito mal a produção, que tem poucas cenas realmente marcantes e, mais do que isso, pouco carisma. Ou seja, apesar de hiperbólico e visualmente estupendo – principalmente para a época -, o filme resulta num produto apático e sem grandes atrativos, além de pouca ou nenhuma inovação (ou evolução) na estética do diretor.

Na verdade, o filme só engata mesmo após a primeira hora de projeção, quando as tropas do título finalmente entram em combate com os insetos alienígenas, visto que sobra pouco espaço para o texto em si e sobra para as cenas de ação, que apesar de não serem espetaculares, são o que dão refresco e interesse ao filme. Utilizando uma óbvia metáfora ao pensamento militarista do homem, onde a invasão e a antecipação de conflitos (te ataco antes que você decida me atacar) é razão de ser, além da manipulação midiática com relação a patriotismo e engajamento nacionalista, e a própria inexperiência da juventude, com sua sede muitas vezes irracionais como tentativa de provar sua capacidade perante os “adultos”, o filme tenta correlacionar tais aspectos num caótico futuro alternativo, onde o planeta Terra encontra-se em constante conflito com um planeta alienígena.

No entanto, apesar das qualidades poéticas, o desenvolvimento por parte de Verhoeven e, principalmente, pelo roteirista Edward Neumeier (que escreveu o clássico Robocop – O Policial do Futuro, também dirigido por Verhoeven) beira ao banal. Muitas vezes tola, a linguagem optada por este exagera no tom cartunesco e sarcástico, transformando algo que deveria e tinha o potencial de ser irônico numa galhofada sem limites. O elenco também não ajuda, visto que talvez este seja o pior de toda a carreira de Verhoeven – onde nomes como Casper Van Dien (A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça)e Denise Richards (Garotas Selvagens) atuam? – porém, como não acredito que o cineasta tenha acreditado na qualidade deste, creio que a escolha tenha sido proposital, na tentativa de ambientar melhor a trama no intuito de estabelecer um misto de filme de ficção-científica B (como as dos anos 1950) com a já conhecida mensagem crítica antibelicista e violentíssima do holandês. Infelizmente, não deu certo, causando ao filme mais mal do que o previsto.

Por outro lado, apesar de no geral ser um desastre na pretensão de tornar-se um grande filme do gênero, Tropas Estelares galgou o status de obra cult, muito pela pegada visceral de Paul Verhoeven como realizador, tanto que além de gerar algumas seqüências lançadas diretamente em home-video, o original é bastante cultuado pelo público nerd, além de muitos o considerarem um dos melhores filmes do cineasta, opinião esta que com certeza discordo.

Enfim, Tropas Estelares não é um filme ruim, contudo também não é uma grande obra. Sua pretensão de entretenimento inteligente acabou dando errado e, por diversos motivos (alguns já apresentados aqui) acaba soando mais como um entretenimento bem intencionado mais muito tolo do que como uma grande referência de uma geração. Para finzalizar, devo fazer um recorte que envolve uma questão distante do conteúdo e que também não fez bem ao filme, principalmente com o passar dos anos, que é o quesito estético. Não só os efeitos visuais envelheceram (apesar de uma outra produção lançada no mesmo ano, Titanic, continuar praticamente “perfeito” até hoje), como a concepção visual, no que se refere aos figurinos e ao design do filme em geral, soam muito ultrapassados – mais até do que o de outro filme do cineasta, O Vingador do Futuro (Total Recall), de 1990 -, mais um ponto negativo para a imersão do espectador no mundo apresentado pelo filme. A título de comparação, sem avaliar a questão técnica e orçamentária (até por que a mesma não cabe), o design futurista dos militares e dos veículos de Avatar, de James Cameron (também diretor de Titanic), soam muito mais críveis e apoiados numa lógica funcional do que os de Tropas Estelares, que além de parecerem extremamente artificiais e não operacionais como instrumentos de guerra, após estes 15 anos desde seu lançamento, estão cada vez mais longe do que imaginamos existirá num futuro próximo.

:: Ficha Técnica ::

Elenco: Casper Van Dien, Denise Richards, Dina Meyer, Neil Patrick Harris, Jake Busey, Clancy Brown e Michael Ironside.

Título original: Starship Troopers

Gênero: Ficção Científica / Aventura

Duração: 129 min.

Ano de lançamento: 1997

Estúdio: TryStar Pictures / Touchstone Pictures

Direção: Paul Verhoeven

Roteiro: Edward Neumeier

Produção: Jon Davison, Alan Marshall

Música: Basil Poledouris

Fotografia: Jost Vacano

Edição: Mark Goldblatt, Caroline Ross

 

:: Trailer ::

:: Literatura ::

Apesar de um fenômeno recente, a badalada rede social Facebook já tem inúmeros livros que traçam seu perfil tanto como empresa de sucesso, quanto como história dramática. Dentre estes títulos um ganha destaque por ter inspirado um filme que abraça o tema, da criação do site as enroladas histórias por trás deste fenômeno midiático. Escrito por Ben Mezrich e intitulado por aqui como Bilionários por Acaso: A Criação do Facebook (Editora Intrínseca), o livro resume a razão da criação do Facebook simplesmente como uma busca de dois nerds por aceitação perante o público feminino, ou, como frisado pelo livro, uma busca por transas com garotas bonitas. Abordando momentos pontuais da parceria e amizade entre o criador da rede social, Mark Zuckerberg e o c0-criador e financiador do projeto, o brasileiro Eduardo Saverin, Bilionários por Acaso: A Criação do Facebook é um raro livro que mistura romance à relatos jornalísticos (o conteúdo deste foi obtido através de várias entrevistas com pessoas envolvidas no processo, inclusive Saverin), transformando os depoimentos colhidos em prosa literária com uma roupagem bastante dinâmica, que desperta interesse imediato no leitor, mesmo que  este possua uma narrativa fragmentada, que intercala longos intervalos de tempo entre cada capítulo. Enfim, apesar da condensação de eventos sofrer perda de informações devido a esses buracos temporais em sua narrativa, o contexto nunca deixa de ser inteligível e o leitor pode acompanhar a trejetória da dupla e demais personas de grande relevância da trama, sem grandes perdas. Um livro curto, dinâmico e bem-escrito, sem grandes pretenções, mas competente em sua proposta, tanto que despertou interesse em Hollywood e teve seus direitos negociados para uma adaptação cinematográfica, que viria a ser roteirizada por Aaron Sorkin (série The West Wing) e dirigida por David Fincher (Clube da Luta, O Curioso Caso de Benjamin Button) e lançada no ano de 2010.

:: Cinema ::

Indicada a diversos prêmios, dentre eles o Oscar, no qual concorreu nas principais categorias, dentre elas melhor filme e melhor diretor, A Rede Social (The Social Network) é um dos filmes em que nota-se realmente que sua fonte base foi utilizada, visto que, apesar da estruturação diferenciada – os eventos descritos no livro são pontuados através das cenas das ações judiciais entre Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin e Zuckerberg e os irmãos Winkervoss – tem quase todos os momentos apontados por Ben Mezrich apresentados ou citados. Alguns pontos sofrem inversão ou são apenas encaixados em momentos diferentes, com o propósito de dinamizar ainda mais a narrativa, mas sem deixar de transparecer a essência apresentada na obra literária, que é a dicotomia entre negócios e amizades, na disputa entre poder e dinheiro e honra e companheirismo. Muito mais do que reflexão das fragilidades do homem moderno e da hipocrisia social, A Rede Social é um retrato perfeito de parte da juventude 2.0, com todo o seu ímpeto e arrogânica, seu desapego as tradições analógicas, seu preciosismo e pretenciosidade quanto à inteligência, mesmo quando a solução final apresenta-se tão vazia e insolúvel, enfim, sua ambição cega sob um chão sem vigas de sustentação, onde poucos alcançam o sucesso, seja comercial (vide Zuckerberg), seja moral (Saverin) ou ambos. A Rede Social é um retrato compacto e dinâmico de nossa atualidade, que conta com um primoroso trabalho do elenco comandado pelo sempre seguro David Fincher, com destaque óbvio para as performances de Jesse Eisenberg (Zumbilândia) e Andrew Garfield (O Imaginário Mundo de Doutor Parnassus), respectivamente vivendo Zuckerberg e Saverin, além da notável presença do antes cantor e dançarino Justin Timberlake, como o criador do Napster e um dos semeadores da discórdia, de acordo com o Saverin das obras cinematográfica e literária, Sean Parker.

Mark Zuckerberg e Jesse Eisengerb.

:: Resultado ::

Tanto o livro Bilionários por Acaso quanto o filme A Rede Social são bons trabalhos em suas respectivas mídias, sendo principalmente dinâmicos e envolventes a seu modo, complementando-se assim de maneira bastante orgânica e interessante. Entretanto, apesar de nenhuma destas serem obras incríveis e inovadoras – apesar de muitos apontarem o livro como “enfadonho” e o filme como “revolucionário” -, tanto Bilionários quanto Rede Social são entretenimento pop de grande qualidade, sem grandes pretenções a mudanças paradigmáticas ao algo do gênero, tendo como grandes objetivos informar e, principalmente, entreter. Sendo assim, apesar do equilíbrio das obras nestes quesitos, devo apontar A Rede Social como objeto mais interessante e envolvente, talvez por transportar aquele universo que nas páginas do livro perdiam um pouco do referencial por não traduzir-se em imagens como o filme, visto que todas as personagens demonstradas “existem” no mundo real, forçando assim ao leitor tentar ao máximo imaginar aquelas figuras apresentadas da mesma maneira que estas são de verdade, aspecto que o filme apresenta com maior eficácia, sem deixar de destacar, é claro, que com mais facilidade, pela própria dinâmica da matriz do cinema, a imagem.

Em suma, apesar do filme ser levemente superior, Bilionários por Acaso é um livro interessante e que deve ser lido, principalmente por aqueles que como eu gostaram de sua livre adaptação cinematográfica, por que através dele assimilarão alguns aspetcos que, pela dinâmica própria do cinema, foram limados ou condensados no filme, reiterando assim o caráter complementar de ambas as obras.

:: Links ::

Biografia de Ben Mezrich: Wikipédia

Biografia de Mark Zuckerberg: Wikipédia

Biografia de Eduardo Saverin: Wikipédia

Ficha do IMDbBen Mezrich (autor do livro Bilionários por Acaso: A Criação do Facebook)

Ficha do IMDb: The Social Network

Ficha do IMDb: David Fincher (diretor do filme A Rede Social)

Ficha do IMDb: Aaron Sorkin (autor do roteiro adpatado do filme A Rede Social)

Ficha do IMDb: Jesse Eisenberg (intérprete de Mark Zuckerberg no filme A Rede Social)

Ficha do IMDb: Andrew Garfield (intérprete de Eduardo Saverin no filme A Rede Social)

Fonte: Google Imagens.

Este ano o Top 10 Filmes será diferente. Para não parecer injusto, pois seria muita audácia indicar uma lista fechada de filmes, já que muitos dos grandes lançamentos não foram vistos por mim (até por que alguns, como grande parte dos filmes “oscarizáveis”, só estrearão em território nacional agora em 2012). Sendo assim, publicarei abaixo uma lista com 10 filmes que são, até então, os meus preferidos do ano de 2011 (lembrando que o critério para o filme constar nesta lista é a data de lançamento do mesmo no Brasil e não no seu país de origem) e, até o meio do ano de 2012, publicarei uma outra listagem, sem número definido de títulos, com demais filmes que, no meu ponto de vista, deveriam constar nesta, seja no lugar de algum dos publicados, ou simplesmente como acrescidos, formando assim uma lista de 10 filmes com 13 títulos, por exemplo.

Outra mudança em relação à lista de 2010 está no que se refere a posicionamento. Como a função primordial desta listagem é indicar alguns dos filmes que julgo estarem num patamar de excelência e/ou que me marcaram de uma forma diferenciada, portanto, o que importa é que tais filmes estejam listados e não a ordem de preferência ou qualidade atribuída aos mesmos. Sendo assim, a seguinte relação estará organizada em ordem alfabética. Aproveitem a leitura e comentem se concordam com a seleção, se houve alguma supervalorização ou injustiça, enfim, opinem e fomentem discussões aqui no Teia Pop!

ABUTRES  (Carancho, 2010).

Direção: Pablo Trapero. Com Ricardo Darín e Martina Gusman.

Soco no estômago!

Existem filmes que marcam pela “ousadia”, outros pela “obviedade”, contudo alguns conseguem marcar pelo choque. Este é o caso de Abutres, filme argentino dirigido pelo cineasta Pablo Trapero, do premiado Leonara (que conta com a participação do brasileiro Rodrigo Santoro) e estrelado pelo grande Ricardo Darín (O Segredo dos seus Olhos) e por Martina Gusman (Leonera), que aborda o processo criminoso dos seguros de vida/morte por acidentes de trânsito no país, enfocando as figuras de um advogado (Darín) e uma enfermeira plantonista de emergência (Gusman) e seu futuro envolvimento, além do conflitos que surgem tanto em detrimento do envolvimento de Darín nesta atividade, quanto dos “problemas internos” enfrentados por este quando o mesmo decide abandonar a “carreira”. Cheio de denúncia social, violento e com imagens fortes, Abutres (como são conhecidos os profissionais da estirpe da personagem de Darín) dividiu opiniões, entretanto para mim é um filme excelente, apesar de incômodo e negativista, pois consegue surpreender e causar aflição mesmo em situações que inferem obviedade, descontruindo o óbvio em razão da surpresa. Até hoje só conferi um filme que me causou sentimento semelhante – e que, de certa forma, aborda o mesmo tema “vida e morte” -, Vivendo no Limite, filme de 1999 de Martin Scorsese, estrelado pelo querido Nicolas Cage, que também recomendo. Enfim, dentre tantos (bons) filmes vistos durante o ano, não pude deixar de destacar este Abutres, tanto pelo impacto causado, quanto por suas qualidades cinematográficas no que se refere a estética e conteúdo.

:: Trailer ::

ALEXANDRIA  (Agora, 2009).

Direção: Alejandro Amenábar. Com Rachel Weisz, Max Minghella, Oscar Isaac e Rupert Evans

Épico com E maísculo!

A exemplo de Abutres, Alexandria é outro filme lançado em 2011 no Brasil (este direto em DVD) que saiu anteriormente fora do país, aspecto este recorrente por aqui quando o filme não se encaixa no perfil “comercial” das distribuidoras e exibidoras de cinema. Escrito e dirigido por Alejandre Amenábar (responsável por títulos do naipe de Mar Adentro e Os Outros, por exemplo) e baseado em eventos reais, Alexandria nos transporta a antiguidade, durante a dominação do Império Romano da cidade de Alexandria, localizado no Egito e narra a história da filósofa, pensadora e professora Hipátia (vivida de corpo e alma pela adorável Rachel Weisz, vencedora do Oscar por O Jardineiro Fiel) e sua relação para com os dilemas vividos neste momento, que são os constantes conflitos entre as diversas religiões seguidas no local, cristianismo, judaísmo e greco-romana, em especial esta primeira, que conforme cresce almeja cadaz vez mais poder, fomentando assim um período de extrema violência e ódio, culminando na destruição da famosa biblioteca de Alexandria. Para um épico, Alexandria apresenta substância e questionamentos dignos dos filmes dramáticos mais aprofundados politicamente, fazendo assim com que seja um dos épicos mais densos da história recente do cinema, sem esquecer os fatores estéticos que aprazem tanto os entusiastas do gênero, pois existem, mesmo que reduzidas, sequências de combate, além do visual do longa ser deslumbrante: figurinos, direção de arte, maquiagem e, principalmente, fotografia, são primorosos. Entratanto, como já frisado, o chamariz do longa realmente está no enredo, nas atuações e na moral da história, que além de apresentar uma personalidade histórica, até então desconhida de grande parte da humanidade, como uma pessoa visionária, libertadora e a frente do seu tempo, além de mulher, nos alerta para os conflitos e  problemas de nossa realidade. Um filme rico e bem feito, tanto em ideias, quanto em substância e alerta. Para mim, o melhor épico desde Coração Valente, só que muito mais cerebral do que este último.

Quer saber mais? Clique aqui e acesse minhas primeiras impressões sobre o filme.

:: Trailer ::

A ÁRVORE DA VIDA (The Tree of Life, 2011).

Direção: Terrence Malick. Com Brad Pitt, Jessica Chastain e Sean Penn.

Uma experiência incompartilhável que transcende o cinema!

Polêmico. Incompreendido por muitos. Lento. Não linear. Ousado. Confuso. Transcendental. Distinto. Belo. Prepotente. Ambicioso. Complexo. Enfadonho. São tantas as palavras que podem ajudar a definir o filme A Árvore da Vida, entretanto nenhuma destas (ou quaisquer outras que deseje proferir) soam suficientes para definir a verdadeira experiência cinematográfica que manifesta esta película, que como poucas extrai diferentes percepções de cada espectador, pois cada um que assistiu a A Árvore da Vida “definiu” de maneira diferenta o sentimento que este desperta, seja de forma positiva ou negativa, sendo esta talvez a única unanimidade do longa: quem o confere não consegue ser indiferente, ou seja, manifesta o desejo de opinar, mesmo que sua “interpretação” da obranão possa ser compreendida pelos demais. Pois é justamente este quesito que faz esta obra tão rica e mágica, pois cada um que a vê/percebe interpreta os diversos signos visuais jogados da tela a sua retina de maneira extremamente pessoal, que será compreendida através de sua história de vida, sua maturidade, seu corpo intelectual, sua bagagem cultural, seu credo, estilo de vida etc etc etc. Portanto, não cabe aqui definir como e o que seria a experiência de assistir ao filme A Árvore da Vida, muito menos definir do que se trata o mesmo. Simplesmente assista, pois, gostando ou não, “compreendendo” – sinceramente não creio nessa possibilidade, por que bem ou mal, todo mundo absorve e joga algo após conferir o filme –  ou não, o resultado final deste conjunto de signos visuais contemplativos, analíticos e subjetivos elaborados, recortados e montados pelo cineasta Terrence Mallick (Além da Linha Vermelha), juntamente a entrega do elenco encabeçado por Brad Pitt (Encontro Marcado), Jessica Chastain e Sean Penn (numa pequena, porém marcante participação), são, no meu ponto de vista, indefiníveis, apenas sentidos e, para isto, cada um deve se entregar ao filme e sentir por si mesmo a magia que você mesmo dará a esta obra prima.

:: Trailer ::

CONTRA O TEMPO  (Source Code, 2011).

Direção: Duncan Jones. Com Jake Gyllenhaal, Vera Farmiga, Michelle Monaghan e Jeffrey Wright.

Complexidade e entretenimento podem e devem andar juntos!

E o filho de David Bowie, Duncan Jones, acerta mais uma vez. Após entregar o intrigante e complexo Lunar – considerado por muitos 0 2001 contemporâneo – , eis que o jovem cineasta, em seu segundo trabalho como diretor, entrega uma obra ainda superior a sua já tão bem sucedida estreia, a ficção-científica com clima de suspense e com uma aura psico-filosófica extremamente elaborada intitulada por aqui como Contra o Tempo (a tradução do título original, Source Code, cairia melhor, pois a mesma significa Código Fonte ou Código Matriz). Um filme quase que perfeito, por que conjuga de forma sublime ação, mistério, suspense, empatia e carisma, com uma temática recheada de filosofia e trato humano, que traz ao espectador duas sensações distintas, mas que são atreladas de forma tão competente e elaborada que chegam ao mesmo tempo: o de diversão e o de reflexão. Não vale a pena descrever a trama, pois Contra o Tempo é o tipo de filme que merece ser visto sem o espectador ter quase que nenhuma ideia do que o mesmo se trata, basta saber que este é inteligente sem soar pedante, divertido sem recair na babaquice, conta com um bom elenco (Jake Gyllenhaal, de Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo, Vera Farmiga, de Os Infiltrados, Michelle Monaghan, de Missão: Impossível III e Jeffrey Wright, de 007: Cassino Royale), mesmo que não tomado por grandes astros e apresenta uma história bacana e criativa, que envolve uma viagem temporal na mente humana, guardando assim um “quezinho” de A Origem, de Christopher Nolan, mesmo que em essência muita coisa a ver, a não ser estar com este em uma lista minha de melhores do ano, portanto, ficou mais do que claro que Contra o Tempo é (ou seria foi?) a melhor ficção-científica de 2011.

:: Trailer ::

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE – PARTES 1 e 2  (Harry Potter and the Deathly Hallows – Parts 1 and 2, 2010-2011).

Direção: David Yates. Com Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson e Ralph Fiennes.

Toda saga tem um fim!

Pra começo de conversa, meu registro a Harry Potter e as Relíquias da Morte leva em conta os dois filmes em um, pois é muito difícil avaliar conteúdo e estética de uma obra sem que ela tenha um início ou um fim e, como estruturalmente tanto a parte 1, de 2010, quanto a parte 2, do ano passado, realmente formam um único e preciso filme quando vistos de uma só vez. Embora prefira o clima tenso, frio e compassado da primeira parte, é lógico que a segunda guarda momentos de emoção que fãs e não fãs aguardam anciosamente desde o longínquo ano de 2001, quando foi lançado nos cinemas o primeiro filme da hoje concluída saga Harry Potter, A Pedra Filosofal. Não vou me aprofundar muito quanto aos filmes em si, pois ambas as partes já foram comentadas no blog na sessão Franquia, podendo ser acessadas aqui (caso queira ver a análise de toda a franquia Harry Potter, clicar aqui). Sendo assim, com erros e acertos, o universo de Harry Potter foi encerrado de forma grandiosa e marcante, galgando assim estes derradeiros capítulos um lugar entre os 10 melhores filmes conferidos por mim no ano de 2011.

:: Trailer Parte 1::

:: Trailer Parte 2 ::

O PRIMEIRO AMOR  (Flipped, 2010).

Direção: Rob Reiner. Com Madeline Carrol, Callan McAuliffe, Rebbeca De Mornay e Aidan Quinn.

Matinê de amor como antigamente.

O Primeiro Amor (Flipped) não causou estardalhaço. Na verdade quase não foi visto em 2010, quando lançado nos Estados Unidos e, por aqui, com seu lançamento ocorrido ano passado, a recepção não foi muito diferente. Talvez com potencial futuro para filme cut ou simplesmente tesourinho de locadora (bons tempos de locadora), O Primeiro Amor é, verdade seja dita, o filme mais contagiante do cineasta Rob Reiner (Louca Obsessão) desde o drama Questão de Honra, de 1992, e bebe muito da fonte de um de seus maiores êxitos como realizador, o cultuadíssimo pela minha geração e clássico dos anos 1980, Conta Comigo. Reiner consegui resgatar neste longa de 2010 elementos característicos da cinematografia e, por que não, da própria cultura dos anos 1980 – apesar do longa não se passar neste período -, construindo um filme com aquela cara de “bonitinho”, mas que ao conferí-lo o espectador percebe que este é muito mais do simplesmente “bonitinho”. Obviamente, por se tratar de um drama até certo ponto infantil, a carga dramática é bastante reduzida, entretanto O Primeiro Amor é tão bem realizado, tão saudisista, que sua simplicidade acaba por crescer no espectador, metamorfoseando o filme em algo genial. E é assim, de um emaranhado de clichês bem contados, de um elenco carismático e disposto, de uma história simples, porém tocante e de um comandante esperto e experiente, que sabe como ninguém contar histórias simplórias mas que escondem no fundo tons de romantismo, melancolia, vida e esperança como poucos, que O Primeiro Amor é construído e realizado. Um filme que talvez não seja, no futuro, reverenciado e cultuado em sua proposta, mas que neste já ido ano de 2011 me tocou como poucos fizeram, tornando-se então assim um destaque dentre os grandes filmes do ano.

:: Trailer ::

RANGO  (2011).

Direção: Gore Verbinski. Com as vozes de Johnny Depp, Isla Fisher, Abigail Breslin, Ray Winstone, Bill Nighy, Alfred Molina, Ned Beatty, Tymothy Olyphant e Harry Dean Stanton.

Inusitada homenagem aos faroestes consegue desbancar pretensos novos clássicos como a nova versão de Bravura Indômita.

Pela lógica é bastante óbvio o que escreverei, mas tenho que reforçar: Rango é a melhor animação de 2011 (sim, ainda não vi As Aventuras de Tintim). Gore Verbinski (trilogia Piratas do Caribe) convocou o parceiro Johnny Depp (Alice no País das Maravilhas) para esta gostosa aventura em animação, que não só homenageia um gênero com competência ímpar, como tem em sua estrutura características de agradar a qualquer tipo de público, desde o infantil através de suas figuras simpáticas, inusitadas, engraçadas e cheias de persoalidade, até o adulto, seja pelo contexto referencial, seja pelo equilíbrio entre comédia, aventura, açao e, por que não, contexto existencialista da obra. Visualmente deslumbrante e quase impecável narrativamente, Rango conta ainda com um afiado e talentoso elenco de vozes – com destaque para outro ás de Verbinski, Bill Nighy (Notas Sobre um Escândalo) e o versátil Ned Beatty (Superman – O Filme, O Assassino em Mim) e com uma trilha sonora marcante de um dos mais competentes maestros da atualidade, Hans Zimmer (que, a título de curiosidade, cuidou da também marcante trilha do filme A Origem, destacado por aqui entre os melhores do ano de 2010). Enfim, criança ou não, vale a pena conferir esta animação que, mesmo com essa “desvantagem” natural, conseguiu superar em qualidade (seja qual for) o tido como melhor faroeste recente, o último longa dos irmãos Ethan e Joel Coen, Bravura Indômita.

:: Trailer ::

SUPER 8  (2011).

Direção: J. J. Abrams. Com Joel Courtney, Elle Fanning, Kyle Chandler, Noah Emmerich e Bruce Greenwood.

Um filme que equilibra saudosismo de infância com uma organicidade atual.

J. J. Abrams (co-criador da série fenômeno Lost e diretor dos filmes Missão: Impossível 3 e do remake de Star Trek) juntou-se ao midas do cinema moderno, Steven Spielberg (Contatos Imediatos do 3º Grau, Além da Eternidade, Guerra dos Mundos) e decidiu escrever e dirigir um filme de ficção-científica repleto de aventura, suspense, mistério e ação, protagonizado por crianças e repleto de lições de vida, tal como eram os filmes do gênero realizados na década de 1980, principalmente aqueles produzidos pela Amblin, empresa de Spielberg e, para ser breve e curto, ele conseguiu. Com um pé nos anos 1980 e outro nos dias de hoje, Super 8 é uma mistura de E.T. – O Extraterrestre (de Spielberg), Os Goonies (de Richard Donner) e do seriado Lost (isso mesmo), condensando elementos presentes nessas obras de forma a prestar homenagem, sem deixar de possuir características próprias. Simples, mas com uma mensagem de superação e rendenção bem conduzida, Super 8 é a prova viva de que ainda dá para praticar um cinema comercial que aposte no coração sem que para isso  se precise fazer concessões à tramas tolas ou previsíveis, visto que, apesar de sua simplicidade e aparentemente não novidade em sua trama, a forma com que um filme é feito pode mudar toda uma percepção sobre uma obra, logo, Abrams e Spielberg provam mais uma vez, como pupilo e mestre, que são exímios contadores das mesmas histórias, só que sempre as apresentando de algum ângulo novo e sempre interessante.

:: Trailer ::

THE SUNSET LIMITED  (2011).

Direção: Tommy Lee Jones. Com Samuel L. Jakcon e Tommy Lee Jones.

Se não há espaço para deliberações inteligentemente complexas nos cinemas, há na televisão!

Produzido para e exibido no o canal de TV a cabo HBO, The Sunset Limited é um filme tão bom que galgou uma posição dentre os 10 mais exibidos no cinema. Adaptado da obra do renomado escritor norte-americano Cormac McCarthy (Onde os Fracos Não Tem Vez, A Estrada) – pelo próprio – e dirigido pelo também ator Tommy Lee Jones (M.I.B. – Homens de Preto), este filme é um verdadeiro tratado psicológico, sociológico, antropológico e filosófico sobre o ser-humano e suas verdades multifacetadas, sua busca por resposta a seus por ques, as suas dúvidas, as suas angústias, as suas crenças etc. Co-estrelado por Samuel L. Jackson (Pulp Fiction – Tempos de Violência) – na verdade o filme interiro só conta com a presença dos dois atores, mostrando aí parte de sua ousadia -, The Sunset Limited não é um filme fácil, principalmente pelo seu ritmo lento – mas nunca desinteressante -, pela carga dramática com toques de trágico ser bem pesada, pela não linearidade dos discursos – quem disse que uma conversa na vida real segue um sentido ordenado? – e pelo fato de que, por quase 90 minutos, vemos apenas dois personagens dialogando num ambiente único, sendo este o apartamento de um dos protagonistas. Enfim, um filme brilhante que infelizmente ainda não se encontra disponível para compra ou locação no Brasil mas que, caso tenha acesso, não deve ser deixado de lado, pois é de uma inteligência e perspicácia pouco vista neste último ano, em relação a cinema.

:: Trailer ::

X-MEN – PRIMEIRA CLASSE (X-Men First Class, 2011).

Direção: Matthew Vaughn. Com James McAvoy, Michael Fassbender, Kevin Bacon, Jennifer Lawrence, January Jones, Nicholas Hoult e Oliver Platt.

Um belo recomeço para a bem sucedida franquia de super-heróis!

Quem não gosta de ser surpreendido? Apesar de sempre ter levado fé neste prequel (pré-sequência) da franquia X-Men, isso nunca foi unanimidade entre os cinéfilos de plantão. Dirigido por Matthew Vaughn (Stardust – O Mistério da Estrela, Kick Ass – Quebrando Tudo) e contando com o retorno de Bryan Singer à cadeira de produtor (e diretor de X-Men e X-Men 2), X-Men: Primeira Classe é o melhor filme de super herói do ano e, por que não, o blockbuster de aventura mais bacana do ano (juntamente a Super 8 e Rango). Equilibrado no que tange à exploração dos efeitos-visuais (os poderes dos mutantes), cenas de ação, alívios cômicos e homenagens aos filmes anteriores, além de apresentar uma história redondinha e deveras criativa, que costura diversos momentos históricos passados na década de 1960 à mitologia dos homo-superior, X-Men: Primeira Classe sagra-se assim como o melhor filme da franquia ao lado do até então unânime X-Men 2, de 2003, e, além de garantir um refresco a esta até então combalida franquia, dá novo gás a sua produtora, a Twentieth Century Fox, que vinha de retombantes fracassos, além de despertar a vontade de conferir a continuação do horrível filme solo do Wolverine, se bem que, cá entre nós, o verdadeiro desejo é conferir uma sequência para Primeira Classe e torçer para que esta tenha um vilão tão bacana (e surpreendente) quanto o Sebastian Shaw vivido por Kevin Bacon (O Homem Sem Sombra) neste.

:: Trailer ::

:: Menção Honrosa ::

CAPITÃO AMÉRICA: O PRIMEIRO VINGADOR (Captain America: The First Avenger, 2011).

Direção: Joe  Johnston. Com Chris Evans, Hugo Weaving, Hayley Altwell, Dominic Cooper e Tommy Lee Jones.

Taí um filme que, desde que começaram a pipocar notícias sobre, não punha fé alguma. Não havia curtido a escalação do diretor Joe Johnston (Mar de Fogo, O Lobismomem) e a escolha do ator Chris Evans (Quarteto Fantástico, Heróis) – achava o primeiro fraco e o segundo sem força para interpretar um ícone dessa monta no cinema -, nem mesmo os trailers de divulgação me empolgaram. Mas eis que, após dar uma chance ao acaso e conferir o filme, todas as minhas ideias pré-concebidas foram se dissipando cena após cena durante a projeção deste Capitão América: O Primeiro Vingador. Clima bacana, visual estupendo, boa dinâmica entre os vários – e põe vários aí – personagens, um vilão se não excelente, mas pelo menos “charmoso” (o Caveira Vermelha, interpretado pelo eterno agente Smith, da trilogia Matrix – e vilão-mor do cinema blockbuster contemporâneo, ao lado de Mark Strong (Sherlock Holmes) – , Hugo Weaving), enredo crescente e empolgante, além da direção competente de Johsnton e da grande atuação de Evans, que me fizeram queimar a língua (principalmente o segundo) e cumpriram muito mais do que o esperado. Portanto, mesmo achando bacanas os filmes Thor e O Incrível Hulk (este não tanto), Capitão América: O Primeiro Vingador encontra-se um nível acima, quase no ponto dos mais do que bons Homen de Ferro e Homem de Ferro 2 e, se a missão deste era a de aquecer o público para o vindouro filme Vingadores (longa que reunirá os persongens Capitão América, Homem de Ferro, Hulk e Thor num só filme), esta foi mais do que bem-sucedida!

:: Trailer ::

:: Links ::

Top 10 2009 (no blog queRESENHA)

Top 10 2010

Mais de um ano após a primeira postagem assumidamente inútil do Teia Pop, eis então uma seqüência para esse inesperado “sucesso” de acessos no blog. E, o astro escolhido para se impor ao talento descomunal de Nicolas Cage (alvo da primeira análise) e suas diversas cabeleiras, é nada mais nada menos do que o galã Johnny Depp, que, em minha opinião, tem em sua filmografia personagens tão loucos, esquizofrênicos e inusitados quanto os do colega Cage.

Sendo assim, abaixo estarão disponíveis algumas fotografias de personagens de Johnny Depp com looks mais estranhos (para não dizer bizarros) e, como disse no post anterior, peço que observem as fotos por sua conta e risco!

Obs.: abaixo das fotos deixo a minha impressão sobre o filme (ótimo, bom, regular ou ruim – e clássico, que está acima de tudo [ou não]). Boa leitura e boa diversão!

1984 – A HORA DO PESADELO (A NIGHTMARE ON ELM STREET), dirigido por Wes Craven (trilogia Pânico).

Depp no filme A Hora do Pesadelo, seu primeiro papel no cinema.

Cotação: Clássico.

1987 – Seriado ANJOS DA LEI (21 JUMP STREET).

Visual punk contemporâneo anos 80! What?

Cotação: Não vi.

1990 – EDWARD MÃOS DE TESOURA (EDWARD SCISSORHANDS), dirigido por Tim Burton  (Planeta dos Macacos/Alice no País das Maralvilhas).

Primeiro trabalho com Burton marca o início dos visuais esquistos do ator. Clássico!

Cotação: Clássico.

1990 – CRY BABY, dirigido por John Waters (Hairspray).

Bem, apesar do biquinho, esse ainda não é o visu mais gay de Depp. Almost faggot!

Cotação: Não vi.

1994 – ED WOOD, dirigido por Tim Burton.

Well, well, well... primeiro "moustache" do ator no cinema. Achou ridículo? O pior ainda virá!

Cotação: Muito bom.

1995 – TEMPO ESGOTADO (NICK OF TIME), dirigido por John Badham (Excalibur/O Exorcista II – O Herege).

Cabelo desgrenhado. Cara de assustado. Sem costeletas. Nicolas Cage?

Cotação: Bom.

1997 – DONNIE BRASCO, dirigido por Mike Newell (Harry Potter e o Cálice de Fogo/Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo).

Esse bigode "moustache" é foda... e o filme também!

Cotação: Ótimo.

1998 – MEDO E DELÍRIO (FEAR AND LOATHING IN LAS VEGAS), dirigido poe Terry Gilliam (Os 12 Macacos/ Irmãos Grimm).

Bem, o que esperar de um filme do Terry Gilliam, não é?

Cotação: Clássico.

1999 – A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA (SLEEPY HOLLOW), dirigido por Tim Burton.

O penteado até que não é esquisito, mas o adereço ótico denota um novo sentido a cabeleira de Depp nesta nova parceria com Tim Burton.

Cotação: Ótimo.

1999 – ENIGMA DO ESPAÇO (THE ASTRONAUT’S WIFE), dirigido por Rand Ravich (roteirista de Candyman 2).

Achou o visual "Cry-Baby" gay? Então o que me diz desse cabelo alourado aparado no Jassa... FAGGOT hairstyle!

Cotação: Não vi.

2000 – POR QUE CHORAM OS HOMENS (THE MAN WHO CRIED), dirigido por Sally Potter (Yes / Rage).

Bigode e barbichinha...

Cotação: Não vi.

2000 – ANTES DO ANOITECER (BEFORE NIGHT FALLS), dirigido por Julian Schnabel (Basquiat – Traços de uma Vida/O Escafandro e a Borboleta).

Uma imagem vale mais do que trocentas palavras... (o filme é foda)!

Cotação: Ótimo.

2003 – PIRATAS DO CARIBE: A MALDIÇÃO DO PÉROLA NEGRA (PIRATES OF THE CARIBBEAN: THE CURSE OF THE BLACK PEARL), dirigido por Gore Verbinski (O Chamado/Rango).

Jack "fucking" Sparrow man! Johnny Depp mainstream...

Cotação: Muito Bom.

2005 – A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE (CHARLIE AND THE CHOCOLATE FACTORY), dirigido por Tim Burton.

Androgenia e Michael Jackson feelings...

Cotação: Bom.

2007 – SWEENEY TODD: O BARBEIRO DEMONÍACO DA RUA FLEET (SWEENEY TODD: THE DEMON BARBER OF FLEET STREET), dirigido dirigido por Tim Burton

Style total, cara de fodão. Se mete com o cara?

Cotação: Muito Bom.

2010 – ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (ALICE IN WONDERLAND), dirigido dirigido por Tim Burton.

Apenas duas palavras: Madonna drogada!

Cotação: Regular.

::: BONUS :::

2005 – A NOIVA CADÁVER (CORPSE BRIDE), dirigido dirigido por Tim Burton e Mike Johnson.

Johnny Depp artesanal...

Cotação: Bom.

2011 – RANGO, dirigido dirigido por Gore Verbinski.

Igualzinho... igual!

Este post não visa denegrir, de forma alguma, a capacidade e talento de Johnny Depp como intéprete. Longe disso, pois em primeiro lugar admiro bastante a maioria de seus filmes. Contudo, não poderia deixar de apresentar “alguns” visuais curiosos do ator durante sua carreira até então.

:: Links ::

Inutilidade I: OsMELHORESpenteados de Nicolas Cage

:: Sinopses ::

Inimigos Públicos: o CEO da LexCorp, Lex Luthor, é eleito Presidente dos Estados Unidos durante uma crise econômica. Luthor se torna popular com a recuperação do país e consegue que vários super-heróis colaborem com ele: Capitão Átomo, Estelar, Katana, Raio Negro, Poderosa e Major Força. Contudo, Superman e Batman não confiam em Luthor.

O governo americano descobre que um grande meteoro de Kriptonita está em rota de colisão com a Terra. Luthor acha que consegue deter a ameaça sozinho e impede que outros heróis interfiram, mas Batman e Superman realizam seus próprios esforços para deterem a ameaça. Lex finge tentar um acordo com Superman, mas o herói acaba tendo que enfrentar o guarda-costas presidencial ciborgue chamado Metallo, que possui no lugar do coração uma pedra de Kriptonita. Depois de uma luta devastadora, Superman é salvo por Batman mas Metallo aparece morto e Lex acusa Superman de ser o assassino. Ele alega em público que a proximidade do meteoro estaria afetando o equilíbrio mental do herói. E logo a seguir estipula um prêmio de 1 bilhão de dólares para quem capturar o Superman e Batman, a quem Luthor acusa de ser o Parceiro de Crime do Homem de Aço.

Vários vilões tentam derrotar Superman e Batman, e depois os heróis que apoiam Luthor também buscam aprisionar a dupla (exceto Poderosa, que é a única da equipe do presidente que sabe da verdade e pretende ajudar a dupla). Porém, quando a tentativa de Luthor de parar o meteoro falha, várias pessoas começam a duvidar da capacidade do presidente. Para Batman e Superman só resta pedir ajuda ao Homem dos Brinquedos, que possui uma nave preparada para explodir o meteoro.

Fonte: Wikipédia Brasil.

Apocalypse (2010): Quando uma nave cai na baía de Gotham, Batman e Superman descobrem uma kryptoniana com poderes iguais aos do campeão de Metrópolis, logo revelada como  Kara, prima de Superman, que a acolhe para ensinar os costumes terrestres. É quando o vilão Darkseid, acreditando que descobriu um modo de derrotar  Superman, rapta e domina a mente de Kara, usando-a em seusw propósitos. Depende agora de Batman e Superman salvar Kara, mas para isso, terão de encarar Darkseid dentro de seu mundo hostil, aonde desconhecidas e e teríveis ameaças espreitam emcada esquina, incluindo uma kriptoniana controlada mentalmente capaz de encarar o homem de aço de frente.

Fonte: Blog Casa do Cinema.

:: Impressões ::

Em suma essas adpatações de dois arcos contínuos de histórias em quadrinhos são bacanas, pois além de manterem a essência das obras originais, num rompante de “ousadia” e competência conseguem, ao meu ver, tornar o enredo de ambas mais coesas e divertidas do que as obras matrizes. Enquanto o primeiro, Inimigos Públicos, tem seu roteiro a cargo de Stan Berkowitz, que consegue manter o nonsense da obra original e deixá-la compreensível para todos os públcios (leia-se aqueles que leram ou não a obra base em quadrinhos), além de quase toda a porradaria imposta no roteiro original de Jeph Loeb (Superman: As Quatro Estações, Batman: O Longo Dia das Bruxas). Já Apocalypse teve sua adaptção a cargo de Tab Murphy, que também mostra competência em seu trabalho, tendo apenas como falha a irregularidade no ritmo da história (junto ao montador da animação, óbvio), que soa monótona em alguns pontos. Entretanto, por possuir cerca de 11 minutos a mais em sua metragem em comparação a animação anterior, este é um ponto justificável.

Em suma, tanto Inimigos Públicos quanto Apocalypse são dois bons exemplares desse novo direcionamento da DC Universe Animated, apostando agora na adpatção de grandes (ou não) histórias dos quadrinhos em longas lançados diretamente em home-video (Blu-ray e DVD), visto que são cheios de ação e contam uma história que, apesar do grande potencial, não decepcionam ao focar quase que exclusivamente na “porradaria” e frases de efeito – não há como culpar o pessoal responsável pela animação, pois mantiveram essas histórias fiéis as obras originais. É importante ainda destacar que o trabalho da divisão de animação do catálogo de personagens da DC Comics (uma das maiores editoras norte-americana de histórias em quadrinhos) ainda continua a cargo de Bruce Timm, um dos cabeças por trás de grandes e premiadas séries de animação, como Batman – The Animated Series, Superman – The Animated Series, Justice League e Justice League Unlimited, dentre outras, além de todos os filmes em animação com a marca DC lançados durante este período, ou seja, expertise não falta a equipe criativa e de produção das animações DC. Enfim, essas animações, apesar de não serem excelentes, são divertidas e bem realizadas e as indico principalmente aos mais jovens entusiastas de histórias em quadrinhos ou fãs do Batman e/ou Superman.

Como último destaque, friso o trabalho da diretora de vozes das animações, a veterana Andrea Romano (desde o começo junto a Bruce Timm), que trouxe de volta aos papéis de Batman, Superman e Lex Luthor os mais clássicos dubladores dos mesmos, Kevin Conroy, Tim Daly e Clancy Brown, respectivamente, conferindo assim uma identidade maior a estas animações perante seu público de interesse, em particular seus fãs e entusiastas. Por fim, mas não menos importante, também destaco o excelente trabalho da edição de dublagem brasileira, a cargo da Cine Video (que está por trás da dublagem das animações DC desde a série de TV da Liga da Justiça), que também trouxe as vozes brasileiras dos personagens, com destaque as presenças de Guillherme Briggs, como Superman e Mário Seixas, como Batman, ambos mais uma vez realizando um excelente trabalho, com uma aura de carinho e amor a estes personagens. Confiram!

Tanto Superman/Batman: Inimigos Públicos, quanto Superman/Batman: Apocalypse já estão disponíveis em DVD no Brasil, sendo a edição da primeira a única dentre os lançamentos da Warner/DCU Animation disponível em versão dupla (ou seja, com dois discos, um com o filme, outro com material extra) no Brasil. Uma pena, pois Apocalypse saiu nos Estados Unidos também com dois discos, enquanto por aqui a edição é simples e com extras que não contemplam o próprio filme, já que apresentam documentários acerca de outros títulos lançados pela Warner/DCU Animation, o que não deixa de ser estranho.

:: Trailers ::

* Superman/Batman: Inimigos Públicos (2009)

Sem Legendas.

* Superman/Batman: Apocalypse (2010)

Sem Legendas.

I

1. Arte da HQ Inimigos Públicos (arte de Ed McGuinness). 2. Arte da HQ Apocalypse (arte de Michael Turner).

:: Sinopse ::

Após sofrer um acidente na espaçonave em que estava, Leo Davidson (Mark Wahlberg) chega em um planeta estranho e primitivo, onde os humanos migalham por sua subsistência, são caçados e escravizados por primatas tiranos, que formam o poder local. Sem concordar com a opressão imposta à raça humana, Leo logo se torna uma séria ameaça ao status quo local e dá início à uma revolução social no planeta. (Fonte: Adoro Cinema).

:: Impressões ::

10 anos se passaram e realmente provaram que a “visão” de Tim Burton (Alice no País das Maravilhas, Edward Mãos de Tesoura) para o cultuado filme de 1968 dirigido por Franklin J. Schafner não conseguiu igualá-lo, quiçá superá-lo, visto que este ano foi lançado um novo recomeço à franquia, intitulada como Planeta dos Macacos – A Origem – o qual ainda não assisti, mas que recebeu boas críticas e teve relativo sucesso comercial -, ignorando de uma vez por todas o recomeço proposto pelo filme de 2001. Na época em que vi este filme pela primeira vez havia gostado bastante. O universo bem-definido, visual marcante – apesar de não contar com a particular assinatura estética do cineasta Tim Burton, fato este talvez único em sua carreira até então – e a história interessante não parecem o mesmo ao meu olhar uma década depois, visto que hoje é notável o montante de furos de roteiro e excesso da aplicação de coincidências no mesmo com o intuito de interligar diversos personagens do filme. Sendo assim, apesar de continuar sendo uma aventura de fantasia decente, este Planeta dos Macacos não é um grande exemplar do gênero, soando hoje 10 anos após seu lançamento mais datado do que o filme original, hoje com 43 anos de existência.  Uma pena, pois guardava boas lembranças do filme, principalmente da sua virada no encerramento, que hoje parece menos provocativa e visionária e mais pretensiosa e sem-noção.

Estrelado sem muito brilho pelo até então novo xodó de hollywood Mark Wahlberg (O Atirador, O Vencedor), Planeta dos Macacos consegue manter seu charme devido as boas maquiagens(a cargo do mestre Rick Baker) e efeitos visuais (pela quase sempre competente ILM, de George Lucas), além da boa interpretação de Tim Roth (Cães de Aluguel, Violência Gratuita – versão americana), que consegue conceber um charmoso e impiedoso vilão sem medo de utilizar os mais óbvios clichês do gênero. Tirando isso, pouco sobra de positivo nesta tentativa de novo fôlego à franquia. O roteiro é fraquinho e bem menos crítico e metafórico que o do longa original, optando por contar uma história de aventura ao invés de abordar questões político-sociais, como fez de forma competente o filme de 1968, a caracterização de grande parte do elenco ultrapassa a barreira do “bom-clichê” e é carregado de maneirismos que surtem resulte negativo, visto que ao invés de contribuir para apresentar as diferentes características que formariam a sociedade dos macacos, os “humanizam” demais, resultando assim em homens com rostos de símios, nada mais que isso. Outro ponto que resulta sem brilho é a trilha sonora assinada pelo recorrente parceiro de Burton, Danny Elfman (Batman, O Procurado), que entrega uma trilha sem impacto, sem nenhum tema  que realmente marque e fique na mente do espectador.

Enfim, o Planeta dos Macacos de Tim Burton não é um filme ruim, contudo é muito aquém da fonte original (literária) e do filme predecessor, principalmente devido a opção dos produtores em construírem uma aventura genérica, sem quase nenhum significado por trás do encanto do figurino, maquiagens, efeitos visuais, tiradas cômicas e cenas de ação. Sendo assim, nem mesmo o “visionário” final – e possivelmente gancho para uma não realizada sequência – salva o filme de ser apenas um filme qualquer, beirando o esquecível. Infelizmente, para minhas antes boas lembranças.

Comparação da arrecadação em bilheteria dos últimos filmes da série Planeta dos Macacos:

Planeta dos Macacos (2001)

Planeta dos Macacos – A Origem (2011)

(Fonte: The-Numbers).

Avaliação das três versões cinematográficas de Planeta dos Macacos publicadas no Rotten Tomatoes:

Planeta dos Macacos (1968) = Média: 89%.

Planeta dos Macacos (2001) = Média: 45%.

Planeta dos Macacos – A Origem (2011) = Média: 84%.

:: Ficha Técnica ::

Elenco: Mark Wahlberg, Tim Roth, Helena Bonham Carter, Michael Clarke Duncan, Kris Kristofferson, Cary-Hiroyuki Tagawa e Paul Giamatti.

Título original: Planet of the Apes

Gênero: Ficção Científica

Duração: 120 min.

Ano de lançamento: 2001

Site oficial: http://www.planetadosmacacos.com.br

Estúdio: 20th Century Fox / The Zanuck Company

Direção: Tim Burton

Roteiro: William Broyles Jr., Lawrence Konner e Mark Rosenthal

Produção: Richard D. Zanuck

Música: Danny Elfman

Fotografia: Philippe Rousselot

Direção de arte: John Dexter e Sean Haworth

Figurino: Colleen Atwood

Edição: Chris Lebenzon

Efeitos especiais: Industrial Light & Magic

:: Trailer ::

:: Impressões ::

Talvez o(s) filme(s) mais conturbado(s) de todos os tempos, o prelúdio do clássico Exorcista, de 1973, consegui render dois filmes quase que completamente distintos. Paul Schrader (roteirista dos clássicos Taxi Driver e Touro Indomável, diretor de Gigolô Americano) foi contratado para dirigir o filme que teria como pano de fundo abordar a juventude do personagem Merrin, padre exorcista do filme de 1973 e o mesmo o fez. Contudo, após o filme estar quase pronto, o produtor James G. Robinson decidiu contratar outro diretor para dar mais movimento ao então considerado “artístico” e lento demais longa de Schrader. O escolhido para a missão de refilmar (através de um roteiro distinto do filmado por Schrader) foi o filandês Renny Harlin (Duro de Matar 2, O Especialista), que entregou o filme que acabou sendo lançado nos cinemas como Exorcista: O Início. No entanto, esta versão foi um grande fracasso de crítica  e público, “obrigando” assim os produtores a trazerem de volta Schrader para que o mesmo pudesse finalizar sua versão do filme e lançá-la diretamente para o mercado de home-video  (na verdade o mesmo foi lançado em circuito restrito nos cinemas). O filme de Schrader foi lançado um ano após Exorcista: O Início, com o título de Dominion: Prequel to the Exorcist (Domínio: Pré-Sequencia de O Exorcista), mas mesmo contando com um cineasta com experiência no comando, não conseguiu mudar consideravelmente a má imagem causada pela versão de Harlin lançada nos cinemas. Em resumo, é fato que ambos os filmes são fracos e que não têm razão de existir. Literalmente foram feitos dois filmes distintos, com histórias diferentes, incluindo personagens que não aparecem em ambas as versões, não sendo apenas uma questão de dinâmica e ritmo, mas sim de descrença com relação ao trabalho de Paul Schrader como realizador e de confiança para com a visão de Renny Harlin. Resultado?

… O Início? Início do que?

A versão de Renny Harlin é um pastiche. Uma mistura de gêneros o formata, já que o mesmo até sua meia hora final é absolutamente gratuito no que tange a violência e ao despejo de sangue, além do abusivo uso de efeitos visuais (por sinal, hoje já bastante datados), lembrando as produções genéricas de horror do começo da década de 200, que abusavam do susto fácil e da sanguinolência para conquistar o público jovem, além da falta de escopo e sentido, em termos de conteúdo, do roteiro – que por sinal foi escrito a toque de caixa, visto que o mesmo não estaria pronto durante a filmagem da versão anterior. Enquanto isso, no ato final do filme, Harlin toma emprestado o clima gore do Exorcista de 1973 e, numa pobre tentativa, procura emular a menina possuída do filme de William Friedkin, tendo apenas o trabalho de substituí-la por uma médica loura. As soluções encontradas pelos envolvidos nesta versão “salvadora” são tão medíocres que simplesmente não vale a pena discutir tais deméritos. Exorcista: O Início é um filme ruim e apelativo, que não possui uma boa estrutura narrativa, apoiando-se basicamente no visual, que hoje aparece datado, tendo assim o filme, que já não era grande coisa, perdendo seu ponto principal.  Esquecível e pretencioso.

Quanto à versão “maldita” de Paul Schrader

Pois então, a ideia original que acabou sendo lançada como Dominion também não resultou num bom filme. Apesar das boas intenções e da estrutura dramática/narrativa mais amarrada e, por que não, bem elaborada, o longa não consegue convencer principalmente devido à falta de coesão de algumas das ideias apresentadas, principalmente por que alguns aspectos mostrados no filme simplesmente não fazem sentido. Se na versão lançada nos cinemas a história era o de menos – tanto que os 10 primeiros minutos contam, de forma simplificadíssima, o que Dominion leva cerca de uma hora para sugerir -, na versão de Schrader é o que sustenta o interesse do espectador, por que no que se refere a sustos e grafismos o mesmo fica devendo, principalmente por que o diretor optou pelo resgate ao objetivo maior do filme original, que era a aposta na sugestão, no foco na descoberta do desconhecido, entretanto faltou ao mesmo um maior cuidado e a criação de um clima mais interessante, visto que muitas vezes parece que o filme não vai levar o espectador a lugar algum. Outro ponto falho está no aspecto visual, talvez devido ao corte brusco durante a pós-produção do filme – período onde geralmente são inseridos os efeitos visuais etc. -, não são poucas as cenas em que, devido a precariedade dos efeitos (sejam estes digitais ou de maquiagem), as cenas acabam perdendo impacto e mudando completamente sua função, como quando por exemplo deveriam assustar, acabam provocando estado de riso ou simplesmente não inserem o espectador no universo apresentado.

Realmente é uma pena que, mesmo com duas versões quase que totalmente distintas, nenhuma consiga se sagrar como um bom filme em todos os aspectos e, muito menos a junção de ambos consegue alçá-lo a tal categoria. É certo que Dominion: Prequel to the Exorcist acaba sendo um filme melhor do que Exorcista: O Início, mas mesmo assim não ao ponto de corroborar a existência de tal projeto. Exorcista: O Início é um filme fraco e negativamente clichê, enquanto Dominion é um filme bem intencionado, mas que mesmo assim não precisaria existir.

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A título de curiosidade, quase todo o elenco dos dois filmes continuou o mesmo, sendo apenas substituídos os personagens que não aparecem em ambas as tramas e alguns que se repetem, mas que devido a problemas de calendário (na certa por estarem comprometidos com outras produções), não puderam retornar as filmagens. De certa forma, fizeram bem.

:: Informações ::

[Exorcista: O Início, Exorcist The Beginning (2004). Direção: Renny Harlin. Roteiro: William Wisher Jr., Caleb Carr e Alexi Hawley, baseado nos personagens criados por William Peter Blatty. Produção: James G. Robinson. Música: Trevor Rabin. Gênero: Terror.]

Elenco: Stellan Skarsgård, Izabella Scorupco, James D’Arcy, Nick Komornicki, Andrew French, David Bradley e Ben Cross.

:: Sinopse ::

Cairo, Egito, 1949. O arqueólogo Lankester Merrin (Stellan Skarsgard), um ex-padre (pois perdeu a fé quando ainda era sacerdote durante a 2ª Guerra Mundial e teve de escolher 10 pessoas para serem executadas, senão todos seriam mortos, e estas lembranças o atormentam sempre), recebe de Semelier (Ben Cross), um colecionador de antigüidades, a missão de ir a uma escavação promovida pelo governo inglês na região de Turkana, Quênia, e recuperar um objeto que estaria sot junto a uma igreja cristã bizantina do século V. O local estava sendo escavado pelo questionamento do que uma igreja faria num lugar onde ainda não chegara o cristianismo. Chegando ao local Merrin é recebido por Francis (James D’Arcy), um padre, e Chuma (Andrew French), um nativo, e é apresentado a outros que também participam da escavação, como Jeffries (Alan Ford), que possui o rosto desfigurado mas almeja sem êxito amor de Sarah Novak (Izabella Scorupco), uma médica que cuida dos nativos. Merrin constata que a igreja está inexplicavelmente intacta, como se tivesse sido soterrada no dia em que foi concluída. Pela cúpula Merrin e Francis entram na igreja, se deparando com esculturas de soldados com as armas voltadas para baixo e um crucifixo com o Cristo também com a cabeça para baixo, o que é uma profanação. Durante a escavação fatos mórbidos surpreendentemente acontecem, como a dilaceração por hienas de James (James Bellamy), o filho de um nativo. Entretanto Joseph (Remy Sweeney), o irmão mais novo, saiu ileso, pois as hienas agiraram como se ele nem estivesse ali. Merrin fica sabendo que os nativos crêem que aquele lugar é amaldiçoado e pergunta a Sarah informações maiores sobre o que estava acontecendo. Ela diz que o chefe da escavação, Bession (Patrick O’Kane), enlouquecera e estava num sanatório em Nairobi. Merrin acha na tenda abandonada por Bession vários desenhos do que ele vira durante a escavação na igreja. Em Nairobi Merrin encontra Bession no hospício, porém este se mata na sua frente e diz “Deus não está mais aqui, padre”, a mesma frase que ele já ouvira de um oficial nazista quando foi obrigado a fazer uma terrível escolha. Conversando com o padre Gionetti (David Bradley), o diretor do sanatório, Merrin descobre que onde a igreja fora erguida havia um templo de sacrifícios humanos e que houvera, há 1500 anos atrás, um massacre liderado por um padre, em que uma série de possessões aconteceram e diversos exorcistas tentaram suprimir o mal, mas este ainda permanecia no local. Gionetti pede a Merrin para fazer um exorcismo, mas ele nega dizendo não ser mais padre. Mesmo assim ele lhe dá um livro de exorcismo, sendo que Merrin não imaginaria como este presente lhe seria útil.

:: Trailer ::

Sem Legendas.

[Dominion: Prequel to the Exorcist (2005). Direção: Paul Schrader. Roteiro: William Wisher Jr. e Caleb Carr, baseado nos personagens criados por William Peter Blatty. Produção: James G. Robinson. Música: Angelo Badalamenti, Dog Fashion Disco e Trevor Rabin. Gênero: Terror.]

Elenco: Stellan Skarsgård, Gabriel Mann, Clara Bellar, Billy Crawford, Ralph Brown e Andrew French.

:: Sinopse ::

Merrin (Stellan Skarsgård), afastado da religião, está encarregado de escavar uma igreja cristã do século V. O jovem padre Francis (Gabriel Mann) supervisiona o trabalho, a pedido do Vaticano. O motivo é que a construção antiga, em tese, não poderia existir, já que os cristãos ainda não haviam chegado àquele ponto remoto da África, no período de origem da construção. Quando entra no local, Merrin descobre coisas ainda mais estranhas. A perfeita conservação do lugar dá a impressão de que a igreja teria sido enterrada logo após a construção, algo que lhe parece incompreensível. Além disso, as pinturas nas paredes descrevem cenas de uma violência indescritível, e as estátuas parecem adorar algo que está sob o chão, quando ídolos cristãos normais devem ficar voltados para o céu.

:: Trailer ::

Sem Legendas.

:: Links ::

– Sinopses e Fichas TécnicasExorcista: O Início (Adoro Cinema) / Dominion: Prequel to the Exorcist (Filmow)

Histórico nas Bilheterias (Box Office Mojo):

* Exorcista: O Início (2004)

* Dominion: Prequel to the Exorcist(2005)]

Fichas do IMDb:

* Paul Schrader (diretor)

* Renny Harlin (diretor)

James G. Robinson (produtor)

Stellan Skarsgård

* Izabella Scorupco

* James D’Arcy

* Ralph Brown

* Ben Cross

Gabriel Mann

 

 

 

 

A  mais devastadora história de investigação do século (20).

(Chamada do cartaz oficial do filme).

:: Sinopse ::

Em 1972, sem ter a menor noção da gravidade dos fatos, um repórter (Robert Redford) do Washington Post inicia uma investigação sobre a invasão de cinco homens na sede do Partido Democrata, que dá origem ao escândalo Watergate e que teve como conseqüência a queda do presidente Richard Nixon.

:: Impressões ::

Por um momento de minha vida desejei ser jornalista, tanto que cheguei a cursar um período do curso de Jornalismo, abandonando o mesmo após seis meses e, algum tempo depois, acabei me graduando em Comunicação Social, contudo dessa vez com habilitação em Relações Públicas. Apesar de não possuir o título de jornalista – hoje alvo de tanta discussão, principalmente devido à decisão da não obrigatoriedade do diploma para o exercício da função -, quando posso me dedico a atividade de blogueiro e, mesmo que para muitos o papel blogueiro difere do executado pelo jornalista (inclusive eu concordo em grande parte com esta afirmativa), canalizo parte desse meu “antigo” interesse como blogueiro deste espaço.

E agora você deve estar se perguntando o por que de toda essa introdução, não é mesmo? Mas é mais do que óbvio, visto que isso não foi nada mais do que uma tentativa de “contextualização” pessoal  para com esse Filme devastador e atual intitulado Todos os Homens do Presidente, dirigido pelo saudoso Alan J. Pakula (A Escolha de Sofia, Acima de Qualquer Suspeita, O Dossiê Pelicano) e estrelado por Robert Redford (de Butch Cassidy e responsável mor pela consecução do longa) e Dustin Hoffman (A Primeira Vez de um Homem). Um tapa na cara da aparentemente sensação de onipotência dos membros do poder público (do Presidente ao sub-secretário de finanças da gestão) perante a população norte-americana e um retrato de um dos períodos mais conturbados da história dos Estados Unidos, o escândalo de Watergate, as denúncias de corrupção do governo de Richard Nixon e sua futura renúncia ao cargo maior daquele país e do mundo (até então). Acompanhamos, através dos olhos de dois jornalistas do jornal Washington Post, a investigação que culminou nessa maré de eventos.

Considerado um dos maiores filmes a abordar o jornalista investigativo (tanto quanto 12 Homens e uma Sentença, de Sydney Lumet, está para o Direito, por exemplo), Todos os Homens do Presidente tem a rara qualidade de aliar conteúdo extremamente complexo (são muitas informações liberadas pelo longa), que envolve informações acerca de diversos órgãos governamentais e, consequentemente, vários nomes e cargos, com um clima de tensão e envolvimento, através de uma montagem que deixa o espectador grudado na tela por pouco mais de duas horas, acompanhando o trabalho de investigação executado pelos personagens de Redford e Hoffman. Intriga, mistério, denúncia e, tão importante quanto, a fotografia do que era o jornalismo na década de 1970, desde a concepção de uma redação à correria do trabalho de campo, que envolve tanta a entrevista, quanto a “caça” as pistas que formulariam o material final que seria publicado. Todos os Homens do Presidente é um longa que, mesmo passados 35 anos de seu lançamento, continua atual não só por sua importância como retrato histórico, mas sim também como reflexo da era em que vivemos, tanto de maneira global quanto local, visto que não é difícil relacionar os fatos documentados neste longa (e suas consequências históricas) com recentes casos oriundos da política brasileira, do já lendário “mensalão” à corrupção e afastamento de ministros recém-empossados, além do recorrente caso dos representantes públicos que fraudam e praticam atos de corrupção e não abandonam (nem são obrigados pela população, que fique claro) seus cargos. No mínimo este filme pode servir como aprendizado ao cidadão, que deve estar sempre alerta ao que acontece ao seu redor.

Todos os Homens do Presidente, apesar da óbvia conotação política e da aura grandiloquente que oferece ao profissional de jornalista (que realmente vivia uma época de ouro no período do caso Watergate), não é um filme chato e enfadonho, muito pelo contrário, apesar de apresentar discussões complexas e fatos baseados em eventos reais, o mesmo é compacto, dinâmico e bem executado, podendo até mesmo ser classificado como divertido, visto que apesar de tudo ainda é (e consegue ser) uma obra de entretenimento, seguindo aquela forma que até hoje só o cinema praticado nos Estados Unidos conseguiu. Um raro filme que, mesmo possuindo um final óbvio (ora bolas, é baseado num fato histórico), consegue chocar e surpreender.

Caso você já tenha conferido o filme e gostaria de ler uma análise mais profunda acerca do filme, onde serão apontadas informações mais técnicas e sensitivas, recomendo muito que confira o excelente texto escrito pelo crítico de cinema Pablo Villaça, do site Cinema em Cena.

A edição de Todos os Homens do Presidente que conferi foi a versão dupla lançada em 2006, em comemoração ao aniversário dos 30 anos de lançamento do mesmo. Sendo assim, o segundo disco contém apenas material extra, dando ênfase à documentários e entrevistas acerca desse clássico. Recomendo a todos que puderem que confiram essa material extra, pois o mesmo consegue embasar ainda mais as informações projetadas pelo filme, tirando algumas dúvidas sobre alguns fatos não tão aprofundados ou esclarecidos no longa, além de conter depoimentos recentes de vários dos envolvidos na produção do filme, como a dupla de protagonistas Robert Redford e Dustin Hoffman, o roteirista William Goldman, os verdadeiros jornalistas e autores do livro no qual o filme foi baseado, Carl Bernstein e Bob Woodward, além de diversas personalidades do jornalismo (da época e atual) que comentam acerca da importância do filme, do momento retratado pelo mesmo e da prática do jornalismo nos anos 2000, dentre outros.

:: Ficha Técnica ::

Elenco: Dustin Hoffman, Robert Redford, Jason Robards, Jack Warden, Hal Holbrook e Ned Beatty.

Título original: All the President’s Men

Gênero: Drama/Thriller

Duração: 138 min.

Ano de lançamento: 1976

Estúdio: Warner Bros. / Willwood

Direção: Alan J. Pakula

Roteiro: William Goldman, baseado em livro de Bob Woodward e Carl Bernstein

Produção: Walter Coblenz

Música: David Shire

Fotografia: Gordon Willis

Edição: Robert L. Wolfe

:: Trailer ::

Sem Legendas.

:: Links ::

Sinopse e Ficha Técnica: Adoro Cinema.

– Excelente análise do filme pelo crítico Pablo Villaça, do site Cinema em Cena.

Fichas do IMDb:

* Alan J. Pakula (diretor)

* William Goldman (roteirista)

* Robert Redford

* Dustin Hoffman

* Jason Robards

* Jack Warden

* Hal Holbrook

* Ned Beatty