Lost – 1ª Temporada (2004/2005): um segundo olhar ao fenômeno da TV

Publicado: outubro 2, 2011 em Séries, TV
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Não pensei que voltaria a conferir Lost tão “cedo”. A série foi concluída há pouco mais de 1 ano e, mesmo tendo sua estrado nos Estados Unidos em 2004, só começei a vê-la no ano de 2006, ou seja, há pouco mais de 5 anos, um tempo relativamente curto para rever um produto com 121 episódios divididos em 6 temporadas. É claro que, como já entrega o título da postagem, só revisitei a primeira destas temporadas, contudo, a depender da empolgação gerada por essa nova viagem, não demorarei a escrever acerca das demais.

Criação coletiva dos produtores e roteiristas J. J. Abrams, Damon Lindelof e Jeffrey Lieber, além de apadrinhada por tipos como Carlton Cuse e Bryan Burk, Lost, para ou bem ou para o mal, foi um divisor de águas tanto no que se refere a produção de shows de entretenimento para TV quanto, isso mesmo, para cinema. Apresentando um raro equilíbrio em sua estrutura – principalmente se observarmos que a série não possui um protagonista apenas, mas sim mais de 10 nesta primeira temporada -, que mistura mistério, fundamentos existenciais e retratos de diferentes personalidades através do excelente hall de personagens, Lost conquista justamente pela competência em apresentar personas interessantes, com quem o expectador, desde o episódio piloto (duplo, por sinal), passa a pelo menos ter curiosidade em conhecer mais a respeito dos “náufragos”. Com o passar dos episódios, através da composição da mitologia da série, as dúvidas e questionamentos também tornara-se-ão mote primordial no que se refere ao possível interesse do espectador, contudo sem nunca deixar o lado humano de lado, visto que possivelmente sem todo esse cuidado e afinidade passado pelos diversos tipos que aparecem na tela, não há duvida de que mistério nenhum prenderia o telespectador no sofá, como muitas outras séries e filmes já provaram.

Sei que é raro, mas caso você nunca tenha assistido ou sequer ouvido falar da premissa do seriado, eis então a sinopse dessa primeira temporada, extraída da página da série na Wikipédia Brasil:

O vôo 815 da companhia aérea Oceanic Airlines, cai na costa do que aparenta ser uma ilha tropical deserta, forçando o grupo de estranhos a trabalhar em conjunto para se manterem vivos. No entanto, a sua sobrevivência é ameaçada por vários mistérios, incluindo uma escotilha metálica enterrada no solo, uma criatura que vagueia pela selva e os habitantes da ilha conhecidos como “Os Outros”. Os sobreviventes descobrem que um dos seus não é quem parece ser e encontram uma mulher francesa chamada Danielle Rousseau, cuja equipe naufragou há 16 anos”.

Essa temporada de apresentação não nos mostra muito, visto que seu encerramento nos deixa mais dúvidas do que soluções. Entretanto, o faz de forma orgânica, sem soar vazio ou apelativo, nos passando a segurança de que as pontas soltas adquiridas no caminho serão amarradas no decorrer da série. Sendo assim, o que temos como destaque nesse ano inicial de Lost é o sentimento de descoberta, que o espectador passa tanto quanto os personagens que caíram na ilha. Estes, na verdade, funcionam como nossos alter-egos, nossos olhos para uma viagem até então despropositada e surreal. Contudo, como vamos observando no decorrer dos episódios, essa inóspita jornada vai fazendo sentido (ou não) cada vez mais quando são “descobertos” fenômenos e lugares neste lugar peculiar.

A primeira temporada é bastante equilibrada, sendo difícil lembrar e destacar algum episódio em especial, entretanto o piloto e o fechamento da temporada, com um episódio dividido em três partes, são com certeza alguns dos que mais rápido passam, de tão tensos e dinâmicos que são.

No topo do texto comentei o que quanto Lost influenciou a indústria do entretenimento. E isso é mais válido ainda para a realidade do consumidor brasileiro. É fato que, antes da exibição e, consequentemente, promoção de Lost no nosso país, a cultura de se acompanhar seriados não tinha um alcance tão largo como hoje, por exemplo, com pessoas de todas as idades, lugares e classes sociais acompanhando novos  produtos, seja através da exibição em Tv aberta, seja assinando Tv a cabo, seja comprando ou alugando DVDs ou, até mesmo, fazendo download dos episódios pela internet. E, se hoje o fomento e culto aos seriados é tão grande – analise o que era consumido e exibido, principalmente em Tv aberta, antes e depois do “fenômeno” Lost – esta série tem bastante responsabilidade.

Por fim, seja pelos mistérios, seja pelo clima, seja pelas referências a ciência, a filosofia ou ao próprio ser humano em s, Lost é um produto que começa focando o olhar do homem (Jack) e prossegue documentando os conflitos obtidos e criados pelos mesmos, num painel onde circulam problemas de convivência, afinidade, amizade, respeito, vingança, preconceito, superação, descoberta, dúvida, amor, loucura, felicidade, em suma, vida. Os mistérios existem, a ilha é uma personagem de suma importância para o contexto da série, mas são os tipos representados por Jack, Sawyer, Kate, Charlie, Claire, Locke, Michael, Walt, Sun, Jin, Boone, Shannon, Hurley e Sayid, além dos outros que por enquanto apenas preenchem o pano de fundo da série, que realmente nos interessa, já que são eles que representam, cada um com suas características, nossos anseios e sentimentos, refletindo assim nossas idiossincrasias através desse conjunto de tipos, seja através de um diálogo, de uma ação ou até mesmo de um pensamento – esta aí a construção dos personagens através dos flashbacks que nos posiciona na persona de cada um deles -, nos conquistando então pelo calor da essência do ser humano e não pelo aspecto racional, que é interessante e gera debates, mas que no final não é o mote nem da série nem na nossa própria personalidade.

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– Sinopse: Wikipédia – BR 

Página no IMDb: Lost

Lost Brasil

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comentários
  1. […] J. Abrams (co-criador da série fenômeno Lost e diretor dos filmes Missão: Impossível 3 e do remake de Star Trek) juntou-se ao midas do cinema […]

  2. […] já parece rotina: a cada 6 meses tem que estrear uma série com a assinatura de J. J. Abrams (Lost, Fringe, Person of Interest). A bola da vez é um projeto concebido por uma velha colaboradora de […]

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