Haja coração! O penúltimo episódio de Game of Thrones (pelo menos da primeira temporada) é de tirar o fôlego. Funciona como uma espécie de resumo de toda a série até então, apresentando batalhas, intriga, diálogos fortes, atuações afiadas e certo misticismo. Se nos últimos dois episódios já estava óbvio que um período negro estava para começar, durante toda a projeção de “Baelor” este sentimento fica bastante claro e, com o impactante encerramento do mesmo, sem chances para qualquer dúvida: a guerra perdurará.
Este episódio elimina alguns trechos que foram desenvolvidos com mais destaque na obra literária original. Contudo, consegue condensar toda a essência desses momentos de maneira ímpar. Alguns pontos que foram ignorados durante a série voltam à tona neste capítulo, como a exposição de uma tragédia no passado de Tyrion (Peter Dinklage), por exemplo.
Uma ressalva deve ser feita. Depois dos primeiros capítulos da série apresentar em sua estrutura um equilíbrio quase que perfeito na transição dos diversos núcleos de personagens da trama, nos últimos dois episódios isto foi ligeiramente abandonado. Entretanto, de maneira alguma isto resultou como demérito a séria, pois é justamente devido esta imprevisibilidade narrativa que o espectador consegue compreender melhor a urgência pela qual os personagens de Game of Thrones estão passando, resplandecendo assim os sentimentos de angústia e dúvida destes personagens.
Apesar de praticamente perfeito em sua totalidade, dois pontos merecem destaque neste capítulo. Em primeiro lugar a brilhante solução encontrada pelos roteiristas (também produtores) David Benioff e D.B. Weiss para não mostrar a sangrenta batalha entre os exércitos de Tywin Lannister (Charles Dance) e Robb Stark (Richard Madden), utilizando do apagão de Tyrion (que recebeu uma pancada antes do início desta batalha) como recurso narrativo, visto que naquele momento estávamos acompanhando a situação pelo seu ponto de vista. Brilhante e inesperado, além de fazer jus à obra original (no livro de George R.R. Martin a batalha também não é descrita, apenas citada). O outro momento que destaco é o encerramento, já que desde o tenso e emocionante final do clássico filme Coração Valente não me sentia tão tocado pela morte de um personagem heróico e querido. Transição de cenas perfeita. Quase que total extinção da trilha sonora no momento de clímax. Encerramento com o vôo dos corvos. Em resumo, uma cena conduzida de forma poética, mas com um imenso poder de impacto ao espectador.
Com certeza há muito mais que falar, discutir, criticar e comentar acerca deste penúltimo episódio de Game of Thrones, contudo deixo isto para vocês. Por enquanto fico aqui na espera do encerramento da série, que acontecerá na próxima semana. Nunca estive tão ansioso para o encerramento de um produto seriado tanto quanto estou agora. E essa semana que não passa… até a próxima segunda, com o último post sobre a série Game of Thrones (pelo menos dessa primeira temporada).
Se você ainda não leu os reviews dos episódios anteriores de Game of Thrones, confira através dos links abaixo:
Episódio 1 – The Winter is Coming
Episódio 4 – Cripples, Bastards and Broken Things
Episódio 5 – The Wolf and the Lion