São selecionados para esta seção tanto os filmes que já nasceram clássicos (como O Poderoso Chefão) ou aqueles que, com o tempo, foram considerados clássicos (como o hoje referência Cidadão Kane). Contudo, apesar de em grande parte os filmes selecionados para este espaço serem quase que unanimidade perante público/crítica, alguns títulos podem não deter (ainda) de uma aclamação tão forte perante a opinião pública, mas de acordo com o ponto de vista do comentarista este filme já é (ou nasceu) um clássico. Sendo assim, este espaço poderá conter obviedades (como os títulos citados acima), como também grandes surpresas.
:: Sinopse ::
Nesta aventura desenfreda e anárquica que se desenrola no México do século XIX, Clint Eastwood vive um mercenário americano que salva uma freira dos seus pretensos molestadores. Mais tarde, ele descobre que este encontro casual foi um golpe de sorte, já que ela sabe muito acerca dos oficiais do quartel que ele planeja invadir.
:: Impressões ::
É realmente fantástico o sentimento de “descobrir” um clássico. E foi exatamente o que aconteceu comigo ao conferir este Os Abutres Têm Fome (mais um dos títulos absurdos que o pessoal responsável por tradução no Brasil coloca – o título original do filme é Two Mules for Sister Sara, que pode ser traduzido como Duas Mulas para a Irmã Sara -, mas isto é pauta para uma outra discussão). Mais uma parceria entre o diretor Don Siegel (Alcatraz – Fuga Impossível) e o ator Clint Eastwood, este divertido faroeste é garantia de total diversão. Mesmo lançado há mais de quatro décadas, o filme ainda possui um ritmo fascinante e um enredo que surpreende pelo carisma e dinâmica da dupla de protagonistas, formada pelo mercenário errante interpretado por Eastwood e pela misteriosa freira vivida pela bela Shirley MacLaine (vencedora do Oscar por Laços de Ternura). Uma mistura de faroeste clássico (com todos os planos clássicos), aventura, romance e, inusitadamente, comédia, Os Abutres Têm Fome envolve do começo ao fim, sempre devido a mágica química entre Eastwood (que, apesar de reprisar o velho papel de solitário carrancudo, consegue transparecer através de muita sutizela que este personagem é uma derivação dos que concebeu em trabalhos anteriores) e MacLaine (que consegue nos deixar com dúvidas e pergntas durante todo o desenvolvimento do filme: quem será realmente esta misteriosa freira?).
Mais um excelente trabalho de Don Siegel, provavelmente um de seus filmes com maior possibilidade de agradar diversos tipos de platéia, originalmente lançado em 1970 mas que guarda consigo uma essência (tanto estética, quanto rítmica) que não faz feio até hoje. Simplesmente brilhante. Para mim, um dos melhores faroeste que já tive prazer de conferir, além de conter uma das melhores atuações de Eastwood que já vi até hoje. Mais do que recomendado, um clássico (nem todos concordam, mas quem procura unanimidade?*)do cinema que faz jus ao termo.
Elenco: Shirley MacLaine, Clint Eastwood, Manolo Fabregas e Alberto Morin.
* Se você observar bem, grande parte dos “clássicos” que comento aqui talvez não estejam na lista dos grandes críticos ou da filmografia de alguns atores/atrizes e diretores. Contudo representam meu ponto de vista, minha visão/abosorção subjetiva da sétima arte. Portanto, fiquem a vontade em concordar (ou não) com meu hall de clássicos.
Ficha Técnica:
Título original: Two Mules for Sister Sara
Gênero: Aventura
Duração: 116 min.
Distribuidoras: Universal Pictures / The Malpaso Company / Sanen Productions
Direção: Don Siegel
Roteiro: Albert Maltz, baseado em história de Budd Boetticher
Produção: Carroll Case e Martin Rackin
Música: Ennio Morricone
Fotografia: Gabriel Figueroa
Direção de arte: Jose Rodriguez Granada
Edição: Robert F. Shugrue
Efeitos especiais: Frank Brendel e Leon Ortega
:: Trailer ::
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Sinopse: CinePlayers
Ficha Técnica: Adoro Cinema
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