Arquivo da categoria ‘Há X Anos’

:: Sinopse ::

No início do século XXI, uma grande corporação desenvolve um robô que é mais forte e ágil que o ser humano e se equiparando em inteligência. São conhecidos como replicantes e utilizados como escravos na colonização e exploração de outros planetas. Mas, quando um grupo dos robôs mais evoluídos provoca um motim, em uma colônia fora da Terra, este incidente faz os replicantes serem considerados ilegais na Terra, sob pena de morte. A partir de então, policiais de um esquadrão de elite, conhecidos como Blade Runner, têm ordem de atirar para matar em replicantes encontrados na Terra, mas tal ato não é chamado de execução e sim de remoção. Até que, em novembro de 2019, em Los Angeles, quando cinco replicantes chegam à Terra, um ex-Blade Runner (Harrison Ford) é encarregado de caçá-los. (Fonte: Adoro Cinema).

:: Impressões ::

Filme policial de clima noir futurista, Blade Runner é uma das ficções-científicas mais adoradas do cinema. Adaptado do romance Do the Androids Dream of Eletric Sheep, de Philip K. Dick, por Hampton Fancher (O Mistério das Caraíbas) e David Peoples (Os Imperdoáveis), este filme foi marcado por diversos insucessos (fracasso nas bilheterias e má recepção da crítica na época de lançamento, alterações na montagem final pelos produtores – de 1982 até hoje, o filme passou por pelo menos três montagens distintas -, brigas entre elenco e diretor), mas pouco a pouco foi obtendo destaque, até alcançar o patamar de cult movie, sendo hoje considerado por muitos como umas das maiores obras de ficção-científica da história do cinema e talvez o melhor trabalho do inglês Ridley Scott(Prometheus) como diretor.
Apesar do início anti-climático, que lembra bastante o clima do filme neo-noir Chinatown, de Roman PolanskiBlade Runner vai ganhando ritmo compassadamente, até entrar em aceleramento lá pela primeira hora de projeção, quando o filme avança carregado de tensão e medo, em especial graças a excelente atuação do holandês Rutger Hauer (A Morte Pede Carona), que entrega aqui sua interpretação mais icônica e a trilha-sonora assinada pelo compositor grego Vangelis (Carruagens de Fogo), que cria o clima perfeito para a ação em desenvolvimento com seus sons sintetizados e inorgânicos.
Estrelado pelo recém-lançado a fama Harrison Ford (Os Caçadores da Arca Perdida) e contando também com performances emblemáticas de até então novos rostos (que posteriormente ficariam apenas nisso) como Daryl Hannah (Kill Bill Vol. 1) e Sean Young (Sem Saída), o filme dirigido por Ridley Scottarrisca e entrega um enredo carregado de elementos filosóficos existencialistas, através do subterfúgio de um androide em busca de sobrevivência, num futuro recente (2019, coincidentemente o mesmo ano de outro filme comentado neste blog, O Sobrevivente, que infelizmente é infinitamente – tanto esteticamente, quanto em conteúdo – inferior ao filme aqui destacado) onde tais “seres” tem prazo de validade curtíssimo, com a única serventia de realizar trabalhos de curta duração aos seres humanos. Repleto de mensagens complexas, que aparecem mais como sugestões que que explicitamente, Blade Runner continua impecável até hoje, apesar do futuro exposto provavelmente não ter relação alguma com nossa realidade daqui há cerca de 7 anos.
Se no campo das ideias o filme permanece fresco e interessante, com muitas possibilidades de debates e, principalmente, de interpretações, no campo estético o filme perde um pouco, até por que muitas das previsões visuais pregadas pelo filme não se concretizaram, trazendo este uma carga mais próxima à época de seu lançamento, ou seja, o estilo visual carregado e “sintetizado” da década de 1980, do que da vigente. No entanto, observando um escopo maior, este não desagrada o olhar ou atrapalha a narrativa do filme, na verdade este certo afastamento para com nossos dias acabam fortalecendo-o, dando a este um caráter mais misterioso e idílico, que casa perfeitamente aos temas de Vangelis, outro aspecto fortemente relacionado a década de 1980 arraigado ao filme.
Lançado numa época de criatividade ímpar para o cinema de ficção-científica, onde tivemos o nascimento ou fortalecimento do cinema promovido por caras como Steven SpielbergGeorge Lucas,James CameronRobert Zemeckis e do próprio Ridley ScottBlade Runner talvez seja a maior referência da época, com seu estilo temático e visual próprio, sua abordagem distinta e seu clima particular, permanecendo estudado e reverenciado pelos entusiastas da sétima arte e descoberto pelas novas gerações, fato mais do que comprovado com o recente interesse de produzir uma sequência para o filme, como pelas grandes produções do gênero que galgaram também um status de cult nos últimos anos, como Matrix, claramente influenciado – propositalmente ou não – pelo filme de Scott, Ford, Hauer, Vangelis, Hampton, Peoples e cia.
Obs.: A versão conferida para avaliação foi a definitiva de 25 anos, lançada em DVD em 2007. Por enquanto, esta é a atestada como mais próxima ao que Ridley Scott pretendia quando filmava a produção, de acordo com as palavras do próprio, em depoimento exibido antes do início da projeção do filme.
:: Ficha Técnica ::
Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Daryl Hannah, Edward James Olmos e William Sanderson.

Título original: Blade Runner

Gênero: Ficção-científica / Policial

Duração: 117 min.

Ano de lançamento: 1982

Estúdio: The Ladd Company / Shaw Brothers / Blade Runner Partnership

Direção: Ridley Scott

Roteiro: Hampton Fancher, David Peoples, baseado em livro de Philip K. Dick

Produção: Michael Deeley, Charles de Lauzirika

Música: Vangelis

Fotografia: Jordan S. Cronenweth

:: Trailer ::

:: Sinopse ::
Em 1757, franceses e ingleses lutam pelas terras da América do Norte utilizando como soldados índios nativos. Hawkeye (Daniel Day-Lewis) é um dos índios envolvidos na guerra, que se torna alvo do amor de Cora (Madeleine Stowe), filha de um oficial britânico, após salvá-la com mais uma jovem de um ataque da tribo dos franceses. (Fonte: CinePlayers).
:: Impressões ::
Espetáculo visual comandado por Michael Mann (Miami Vice), O Último dos Moicanos é um raro épico que não privilegia cenas e sequências épicas, mas sim a ambientação de época e o conflito vigente, com a finalidade não apenas de impactar o espectador, mas principalmente de transportar o mesmo para um período distinto de sua vivência. Ambientado no século XVIII, durante a guerra entre França e Inglaterra por territórios nos Estados Unidos, o longa-metragem dirigido e co-roteirizado por Mann (em parceria com Christopher Crowe) é possuidor de um poder imagético fabuloso, seja pelo destaque à natureza, seja pela direção de arte e pelos bem acabados figurinos, não importa qual seja o foco da avaliação, a parte visual do filme é deslumbrante e com um toque realista.
Estrelado pelo brilhante ator irlandês Daniel Day-Lewis (Meu Pé Esquerdo), no talvez único papel de sua carreira em que sua interpretação tenha sido mais sobre o aspecto físico do que pela fala, entonação e gestos e pela bela Madeleine Stowe (Os 12 Macacos), O Último dos Moicanos é dono de uma trama até certo ponto simples e objetiva, tratando não só do conflito entre França e Inglaterra e sua óbvia repercussão perante as tribos indígeno-americanas, mas também das motivações pessoas do branco criado como índio (Day-Lewis), da mulher branca a frente de seu tempo (Stowe) e de um nativo em busca de vingança (Wes Studi, de Dança com Lobos). Sendo assim, apesar do viés macro, o grande achado do filme é abordar aspectos humanos, de honra à vingança, numa escala de cinza, onde enxergamos heróis e vilões, porém ambos apresentam motivações suficientes para justificarem seus atos e status quo.
Além disso, apesar de não ser o foco principal, O Último dos Moicanos apresenta um dos mais belos momentos de romance do cinema na década de 1990, não tanto pela origem do sentimento entre os personagens de Day-Lewis e Stowe – que se dá de forma rápida, porém crível -, mas sim pelas cenas elaboradas que exploram a relação de ambos, quase sempre apoiadas por um belo trabalho do diretor de fotografia Dante Spinotti (Inimigos Públicos) e do belíssimo tema composto pela dupla Trevor Jones (Em Nome do Pai) e Randy Edelman (O Máscara).
Feito para o público adulto e principalmente para aqueles que preferem filmes mais pé no chão, sem floreios ou concessões cômicas, O Último dos Moicanos foi o primeiro grande filme de Michael Mann,mais um excelente trabalho de Day-Lewis como criador de personagens multifacetados, com personalidades próprias e compostos através de sutilezas e o abridor de portas para a feitura de épicos com tonalidade mais crível, sem medo de ser belo, violento, contundente ou romântico, abraçando o estilo e aplicando personalidade ao mesmo. Enfim, um marco fabuloso do cinema, com certeza um “jovem” clássico.
Obs.: Este filme é uma adaptação tanto do romance homônimo escrito por James Fenimore Cooper, quanto do filme de 1936, de George B. Seitzutilizando elementos de ambas as obras.
 :: Ficha Técnica ::Elenco: Daniel Day-Lewis, Madeleine Stowe, Wes Studi, Russell Means, Eric Schweig, Jodhi May e Steven Waddington.

Título original: The Last of the Mohicans

Gênero: Épico / Aventura

Duração: 114 min.

Ano de lançamento: 1992

Estúdio: Morgan Creek Productions

Direção: Michael Mann

Roteiro: Michael Mann, Christopher Crowe

Produção: Hunt Lowry, Michael Mann

Música: Randy Edelman, Trevor Jones

Fotografia: Dante Spinotti

Edição: Dov Hoenig, Arthur Schmidt

 

:: Trailer ::

:: Sinopse ::

Em uma época futura um jovem (Casper Van Dien), após graduar-se, quer se alistar nas forças armadas para tornar-se um “cidadão” e deixar de ser um mero civil. Também faz isto por causa da namorada (Denise Richards), por quem é apaixonado. Um amigo (Jake Busey) em comum do casal se alista e é designado para servir na parte de planejamento estratégico. Ela é encaminhada para pilotar naves de combate, mas ele vai servir na infantaria, que é um posto menos prestigiado. Porém, ele demostra tal afinco nos treinamentos que se torna líder de um pelotão, mas por causa de um erro seu um colega morre em uma simulação de batalha. Quando ele pede dispensa, pois sua namorada está envolvida com seu instrutor, descobre que sua cidade natal, Buenos Aires, não existe mais em virtude de um ataque de insetos alienígenas do planeta Klendathu. Assim, ele volta atrás na sua decisão e vai fazer parte da grande ofensiva terrestre contra estes insetos (que são gigantescos e às vezes medem 30 metros) no planeta deles. Mas o alto comando terrestre subestima demais a capacidade de reação dos inimigos e em poucas horas morrem mais de 300 mil terrestres na ofensiva. Fica claro então que esta guerra vai decretar o fim de uma espécie e está claro que um inseto inteligente comanda as ações, que pretendem exterminar com a raça humana (Fonte: Adoro Cinema).

:: Impressões ::

Já se passaram  duas décadas e meia desde que o visionário cineasta holandês Paul Verhoeven (Robocop – O Policial do Futuro, Instinto Selvagem) entregou seu último filme evento, um blockbuster de raiz – O Homem Sem Sombra, de 2000, apesar de comercial está longe de apresentar a grandiosidade até então recorrente nas produções do holandês – , dono de quase todos os elementos que marcaram seus filmes hollywoodianos. Tropas Estelares tem a cara do seu realizador. Está nele a ironia, o pessimismo, o sarcasmo, o futuro recente distópico, a crítica midiática, o exagero artístico e, principalmente, as altas doses de violência estilizadas que são marcas de Verhoeven. Entretanto, apesar dos elementos estarem dispostos, isso não faz de Tropas Estelares um grande filme. Pelo contrário, talvez a reunião da marca do cineasta com um orçamento gigantesco tenha feito mal a produção, que tem poucas cenas realmente marcantes e, mais do que isso, pouco carisma. Ou seja, apesar de hiperbólico e visualmente estupendo – principalmente para a época -, o filme resulta num produto apático e sem grandes atrativos, além de pouca ou nenhuma inovação (ou evolução) na estética do diretor.

Na verdade, o filme só engata mesmo após a primeira hora de projeção, quando as tropas do título finalmente entram em combate com os insetos alienígenas, visto que sobra pouco espaço para o texto em si e sobra para as cenas de ação, que apesar de não serem espetaculares, são o que dão refresco e interesse ao filme. Utilizando uma óbvia metáfora ao pensamento militarista do homem, onde a invasão e a antecipação de conflitos (te ataco antes que você decida me atacar) é razão de ser, além da manipulação midiática com relação a patriotismo e engajamento nacionalista, e a própria inexperiência da juventude, com sua sede muitas vezes irracionais como tentativa de provar sua capacidade perante os “adultos”, o filme tenta correlacionar tais aspectos num caótico futuro alternativo, onde o planeta Terra encontra-se em constante conflito com um planeta alienígena.

No entanto, apesar das qualidades poéticas, o desenvolvimento por parte de Verhoeven e, principalmente, pelo roteirista Edward Neumeier (que escreveu o clássico Robocop – O Policial do Futuro, também dirigido por Verhoeven) beira ao banal. Muitas vezes tola, a linguagem optada por este exagera no tom cartunesco e sarcástico, transformando algo que deveria e tinha o potencial de ser irônico numa galhofada sem limites. O elenco também não ajuda, visto que talvez este seja o pior de toda a carreira de Verhoeven – onde nomes como Casper Van Dien (A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça)e Denise Richards (Garotas Selvagens) atuam? – porém, como não acredito que o cineasta tenha acreditado na qualidade deste, creio que a escolha tenha sido proposital, na tentativa de ambientar melhor a trama no intuito de estabelecer um misto de filme de ficção-científica B (como as dos anos 1950) com a já conhecida mensagem crítica antibelicista e violentíssima do holandês. Infelizmente, não deu certo, causando ao filme mais mal do que o previsto.

Por outro lado, apesar de no geral ser um desastre na pretensão de tornar-se um grande filme do gênero, Tropas Estelares galgou o status de obra cult, muito pela pegada visceral de Paul Verhoeven como realizador, tanto que além de gerar algumas seqüências lançadas diretamente em home-video, o original é bastante cultuado pelo público nerd, além de muitos o considerarem um dos melhores filmes do cineasta, opinião esta que com certeza discordo.

Enfim, Tropas Estelares não é um filme ruim, contudo também não é uma grande obra. Sua pretensão de entretenimento inteligente acabou dando errado e, por diversos motivos (alguns já apresentados aqui) acaba soando mais como um entretenimento bem intencionado mais muito tolo do que como uma grande referência de uma geração. Para finzalizar, devo fazer um recorte que envolve uma questão distante do conteúdo e que também não fez bem ao filme, principalmente com o passar dos anos, que é o quesito estético. Não só os efeitos visuais envelheceram (apesar de uma outra produção lançada no mesmo ano, Titanic, continuar praticamente “perfeito” até hoje), como a concepção visual, no que se refere aos figurinos e ao design do filme em geral, soam muito ultrapassados – mais até do que o de outro filme do cineasta, O Vingador do Futuro (Total Recall), de 1990 -, mais um ponto negativo para a imersão do espectador no mundo apresentado pelo filme. A título de comparação, sem avaliar a questão técnica e orçamentária (até por que a mesma não cabe), o design futurista dos militares e dos veículos de Avatar, de James Cameron (também diretor de Titanic), soam muito mais críveis e apoiados numa lógica funcional do que os de Tropas Estelares, que além de parecerem extremamente artificiais e não operacionais como instrumentos de guerra, após estes 15 anos desde seu lançamento, estão cada vez mais longe do que imaginamos existirá num futuro próximo.

:: Ficha Técnica ::

Elenco: Casper Van Dien, Denise Richards, Dina Meyer, Neil Patrick Harris, Jake Busey, Clancy Brown e Michael Ironside.

Título original: Starship Troopers

Gênero: Ficção Científica / Aventura

Duração: 129 min.

Ano de lançamento: 1997

Estúdio: TryStar Pictures / Touchstone Pictures

Direção: Paul Verhoeven

Roteiro: Edward Neumeier

Produção: Jon Davison, Alan Marshall

Música: Basil Poledouris

Fotografia: Jost Vacano

Edição: Mark Goldblatt, Caroline Ross

 

:: Trailer ::

:: Sinopse ::

Após sofrer um acidente na espaçonave em que estava, Leo Davidson (Mark Wahlberg) chega em um planeta estranho e primitivo, onde os humanos migalham por sua subsistência, são caçados e escravizados por primatas tiranos, que formam o poder local. Sem concordar com a opressão imposta à raça humana, Leo logo se torna uma séria ameaça ao status quo local e dá início à uma revolução social no planeta. (Fonte: Adoro Cinema).

:: Impressões ::

10 anos se passaram e realmente provaram que a “visão” de Tim Burton (Alice no País das Maravilhas, Edward Mãos de Tesoura) para o cultuado filme de 1968 dirigido por Franklin J. Schafner não conseguiu igualá-lo, quiçá superá-lo, visto que este ano foi lançado um novo recomeço à franquia, intitulada como Planeta dos Macacos – A Origem – o qual ainda não assisti, mas que recebeu boas críticas e teve relativo sucesso comercial -, ignorando de uma vez por todas o recomeço proposto pelo filme de 2001. Na época em que vi este filme pela primeira vez havia gostado bastante. O universo bem-definido, visual marcante – apesar de não contar com a particular assinatura estética do cineasta Tim Burton, fato este talvez único em sua carreira até então – e a história interessante não parecem o mesmo ao meu olhar uma década depois, visto que hoje é notável o montante de furos de roteiro e excesso da aplicação de coincidências no mesmo com o intuito de interligar diversos personagens do filme. Sendo assim, apesar de continuar sendo uma aventura de fantasia decente, este Planeta dos Macacos não é um grande exemplar do gênero, soando hoje 10 anos após seu lançamento mais datado do que o filme original, hoje com 43 anos de existência.  Uma pena, pois guardava boas lembranças do filme, principalmente da sua virada no encerramento, que hoje parece menos provocativa e visionária e mais pretensiosa e sem-noção.

Estrelado sem muito brilho pelo até então novo xodó de hollywood Mark Wahlberg (O Atirador, O Vencedor), Planeta dos Macacos consegue manter seu charme devido as boas maquiagens(a cargo do mestre Rick Baker) e efeitos visuais (pela quase sempre competente ILM, de George Lucas), além da boa interpretação de Tim Roth (Cães de Aluguel, Violência Gratuita – versão americana), que consegue conceber um charmoso e impiedoso vilão sem medo de utilizar os mais óbvios clichês do gênero. Tirando isso, pouco sobra de positivo nesta tentativa de novo fôlego à franquia. O roteiro é fraquinho e bem menos crítico e metafórico que o do longa original, optando por contar uma história de aventura ao invés de abordar questões político-sociais, como fez de forma competente o filme de 1968, a caracterização de grande parte do elenco ultrapassa a barreira do “bom-clichê” e é carregado de maneirismos que surtem resulte negativo, visto que ao invés de contribuir para apresentar as diferentes características que formariam a sociedade dos macacos, os “humanizam” demais, resultando assim em homens com rostos de símios, nada mais que isso. Outro ponto que resulta sem brilho é a trilha sonora assinada pelo recorrente parceiro de Burton, Danny Elfman (Batman, O Procurado), que entrega uma trilha sem impacto, sem nenhum tema  que realmente marque e fique na mente do espectador.

Enfim, o Planeta dos Macacos de Tim Burton não é um filme ruim, contudo é muito aquém da fonte original (literária) e do filme predecessor, principalmente devido a opção dos produtores em construírem uma aventura genérica, sem quase nenhum significado por trás do encanto do figurino, maquiagens, efeitos visuais, tiradas cômicas e cenas de ação. Sendo assim, nem mesmo o “visionário” final – e possivelmente gancho para uma não realizada sequência – salva o filme de ser apenas um filme qualquer, beirando o esquecível. Infelizmente, para minhas antes boas lembranças.

Comparação da arrecadação em bilheteria dos últimos filmes da série Planeta dos Macacos:

Planeta dos Macacos (2001)

Planeta dos Macacos – A Origem (2011)

(Fonte: The-Numbers).

Avaliação das três versões cinematográficas de Planeta dos Macacos publicadas no Rotten Tomatoes:

Planeta dos Macacos (1968) = Média: 89%.

Planeta dos Macacos (2001) = Média: 45%.

Planeta dos Macacos – A Origem (2011) = Média: 84%.

:: Ficha Técnica ::

Elenco: Mark Wahlberg, Tim Roth, Helena Bonham Carter, Michael Clarke Duncan, Kris Kristofferson, Cary-Hiroyuki Tagawa e Paul Giamatti.

Título original: Planet of the Apes

Gênero: Ficção Científica

Duração: 120 min.

Ano de lançamento: 2001

Site oficial: http://www.planetadosmacacos.com.br

Estúdio: 20th Century Fox / The Zanuck Company

Direção: Tim Burton

Roteiro: William Broyles Jr., Lawrence Konner e Mark Rosenthal

Produção: Richard D. Zanuck

Música: Danny Elfman

Fotografia: Philippe Rousselot

Direção de arte: John Dexter e Sean Haworth

Figurino: Colleen Atwood

Edição: Chris Lebenzon

Efeitos especiais: Industrial Light & Magic

:: Trailer ::

:: Sinopse ::

Emil (Karel Roden) e Oleg (Oleg Taktarov) são dois estrangeiros vindos da Europa Oriental que chegam aos Estados Unidos a fim de receber uma quantia em dinheiro, deixada com um amigo na última vez em que tinham se encontrado. Quando descobrem que ele gastou toda o dinheiro, Emil o mata com Oleg filmando tudo com sua câmera portátil. A partir de então, eles têm uma idéia: fazer de Emil o astro de um filme dirigido por Oleg, onde ele terá que assassinar uma importante pessoa da cidade. E o alvo é justamente Eddie Fleming (Robert De Niro), o mais famoso policial da cidade.

:: Impressões ::

Eis que passaram-se cerca de 10 anos do lançamento do filme 15 Minutos nos cinemas (o longa estreou no mês de março de 2001, nos Estados Unidos) e decidi revê-lo após esse tempo, já que gostei bastante dele uma década atrás, com o objetivo de comprovar se o mesmo envelheceu ou não com o tempo. Sendo assim, após essa revisita pude comprovar que o mesmo envelheceu um pouco, perdendo parte de sua dinâmica e força, principalmente por certa inocência passada através de sua trama “crítica”, além do desfecho heroico padrão do cinema de ação de então (ainda com influência direta da década de 1990).

Estrelado por um já não tão prolífico Robert De Niro e pelo então candidato a galã e astro Edward Burns (O Resgate do Soldado Ryan), 15 Minutos é um divertido filme policial, que traz em sua essência uma eficiente crítica ao jornalismo sensacionalista que busca audiência através da exibição sem medida de programas, matérias e reportagens abordando violência, principalmente ao acompanhar operações policiais, dando ênfase ao sangue e não à história e aos “por ques” em si de tais operações. Apesar de não se aprofundar muito nesse sentido, 15 Minutos consegue entreter sem apelar para o didatismo em suas formulações (não que o filme seja complexo, longe disso).

Um filme despretensioso, que diverte e, mesmo que de forma branda, aponta alguns questionamentos no mínimo interessantes acerca dos limites da imprensa nesses tempos de anúncios milionários e busca por audiência à qualquer custo. Mesmo após uma década, 15 Minutos vale uma conferida. Com certeza não continua tão atual quanto na época de lançamento, entretanto ainda se sustenta e pode ser visto sem medo algum.

É válido destacar também o excelente elenco de apoio, formado por Kelsey Grammer (do seriado Frasier e que viria futuramente  interpretar o personagem Fera, no filme X-Men – O Confronto Final), Kim Cantrall (a Samantha do seriado e dos filmes Sex and the City), Vera Farmiga (que viria ficar “conhecida” muitos anos depois, principalmente após filmes recentes, como Os Infiltrados, O Menino do Pijama Listrado e A Órfã) e uma ponta de Charlize Theron (vencedora do Oscar por Monster). Por fim, o filme já é bacana por si só, mas com o adendo de um elenco desse nível, a coisa se torna ainda mais interessante. Importante registro histórico, principalmente quando revisitamos algo e percebemos elementos que não nos chamavam atenção anteriormente, como o próprio elenco, por exemplo. É óbvio que não é (nem nunca foi) um grande marco da sétima arte, mas diverte e vale a conferida.

:: Ficha Técnica ::

Elenco: Robert De Niro, Edward Burns, Kelsey Grammer, Karel Roden, Oleg Taktarov e Vera Farmiga.

Título original:15 Minutes

Gênero: Policial

Duração:  120 min.

Ano de lançamento: 2001

Site oficial: http://www.15minutesmovie.com

Estúdio: New Line Cinema / Tribeca Productions / New Redemption / Industry Entertainment

Direção: John Herzfeld

Roteiro: John Herzfeld

Produção: Keith Addis, David Blocker, John Herzfeld e Nick Wechsler

Música: Anthony Marinelli e J. Peter Robinson

Fotografia: Jean-Yves Escoffier

Direção de arte: Jess Gonchor

Figurino: April Ferry

Edição: Steven Cohen

Efeitos especiais: Perpetual Motion Pictures

:: Trailer ::

(Sem Legendas)

:: Links ::

Sinopse e Ficha Técnica: Adoro Cinema

Perfis (Wikipedia)

John Herzfeld (diretor, roteirista e produtor)

Robert De Niro

Edward Burns

Kelsey Grammer

Vera Farmiga

Karel Roden

– Oleg Taktarov